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Questões de Português - UNESP 2015 | Gabarito e resoluções

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Questão 16
2015Português

(UNESP - 2015 - 1 FASE ) As questes de nmeros 16 a 20 abordam um texto de um site especializado em esportes com instrues de treinamento para a corrida olmpica dos 1500 metros. Corrida Prova 1500 metros rasos A prova dos 1500 metros rasos, juntamente com a da milha (1609 metros), caracterstica dos pases anglo-saxnicos, considerada prova ttica por excelncia, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da frmula a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distncias so considerados completos homens de luta que, aps um penoso esforo para resistir ao ataque dos adversrios, recorrem a todas as suas energias restantes a fim de manter a posio de destaque conseguida durante a corrida, sem ceder ao constante assdio dos seus perseguidores. [...] Para correr essa distncia em um tempo aceitvel, deve-se gastar o menor tempo possvel no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos adversrios, sendo essencial o completo domnio das pernas, para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para no correr o risco de ser surpreendido por um adversrio e ficar sem condies para a luta final. Deve ser tomado cuidado para no se deixar enganar por algum adversrio de condio inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente no tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar proveito da situao e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saber manter regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado de suas condies pessoais, o corredor saber se capaz de um sprint nos 200 metros finais, que a distncia ideal para quebrar a resistncia de um adversrio pouco experiente. O corredor que possui resistncia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua convenincia, impondo os seus prprios meios de ao. Finalmente, ao ultrapassar um adversrio, deve-se faz-lo decidida e folgadamente, procurando sempre impression-lo com sua ao enrgica. Tambm deve-se procurar manter sempre uma boa descontrao muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabea para trs e encurtar as passadas para finalizar a prova. (http://treino-de-corrida.f1cf.com.br) Segundo o texto, antes desse tipo de corrida, muito importante para o atleta

Questão 16
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Ao contradizer a me, aps ouvir esta dizer Pois coitados!..., a personagem Maria manifesta

Questão 17
2015Português

(UNESP - 2015 - 1 FASE )As questes de nmeros 16 a 20 abordam um texto de um site especializado em esportes com instrues de treinamento para a corrida olmpica dos 1500 metros. Corrida Prova 1500 metros rasos A prova dos 1500 metros rasos, juntamente com a da milha (1609 metros), caracterstica dos pases anglo-saxnicos, considerada prova ttica por excelncia, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da frmula a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distncias so considerados completos homens de luta que, aps um penoso esforo para resistir ao ataque dos adversrios, recorrem a todas as suas energias restantes a fim de manter a posio de destaque conseguida durante a corrida, sem ceder ao constante assdio dos seus perseguidores. [...] Para correr essa distncia em um tempo aceitvel, deve-se gastar o menor tempo possvel no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos adversrios, sendo essencial o completo domnio das pernas, para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para no correr o risco de ser surpreendido por um adversrio e ficar sem condies para a luta final. Deve ser tomado cuidado para no se deixar enganar por algum adversrio de condio inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente no tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar proveito da situao e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saber manter regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado de suas condies pessoais, o corredor saber se capaz de um sprint nos 200 metros finais, que a distncia ideal para quebrar a resistncia de um adversrio pouco experiente. O corredor que possui resistncia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua convenincia, impondo os seus prprios meios de ao. Finalmente, ao ultrapassar um adversrio, deve-se faz-lo decidida e folgadamente, procurando sempre impression-lo com sua ao enrgica. Tambm deve-se procurar manter sempre uma boa descontrao muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabea para trs e encurtar as passadas para finalizar a prova. (http://treino-de-corrida.f1cf.com.br) No terceiro pargrafo, descreve-se uma artimanha nessa prova:

Questão 17
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Focalizando eventos do final do sculo XVI e incio do sculo XVII portugus, a passagem procura destacar

Questão 18
2015Português

(UNESP - 2015 - 1 FASE )As questes de nmeros 16 a 20 abordam um texto de um site especializado em esportes com instrues de treinamento para a corrida olmpica dos 1500 metros. Corrida Prova 1500 metros rasos A prova dos 1500 metros rasos, juntamente com a da milha (1609 metros), caracterstica dos pases anglo-saxnicos, considerada prova ttica por excelncia, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da frmula a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distncias so considerados completos homens de luta que, aps um penoso esforo para resistir ao ataque dos adversrios, recorrem a todas as suas energias restantes a fim de manter a posio de destaque conseguida durante a corrida, sem ceder ao constante assdio dos seus perseguidores. [...] Para correr essa distncia em um tempo aceitvel, deve-se gastar o menor tempo possvel no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos adversrios, sendo essencial o completo domnio das pernas, para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para no correr o risco de ser surpreendido por um adversrio e ficar sem condies para a luta final. Deve ser tomado cuidado para no se deixar enganar por algum adversrio de condio inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente no tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar proveito da situao e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saber manter regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado de suas condies pessoais, o corredor saber se capaz de um sprint nos 200 metros finais, que a distncia ideal para quebrar a resistncia de um adversrio pouco experiente. O corredor que possui resistncia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua convenincia, impondo os seus prprios meios de ao. Finalmente, ao ultrapassar um adversrio, deve-se faz-lo decidida e folgadamente, procurando sempre impression-lo com sua ao enrgica. Tambm deve-se procurar manter sempre uma boa descontrao muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabea para trs e encurtar as passadas para finalizar a prova. (http://treino-de-corrida.f1cf.com.br) Pela prpria descrio da corrida no texto, verifica-se que o termo rasos, includo na denominao da prova, significa, tecnicamente, que

Questão 18
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Assinale a alternativa em que a forma de tratamento se enquadra na segunda pessoa do singular.

Questão 19
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Ao dizer, em voz baixa, para Madalena, Tenho medo desta criana, Jorge sugere que

Questão 19
2015Português

(UNESP - 2015 - 1 FASE ) Corrida Prova 1500 metros rasos A prova dos 1 500 metros rasos, juntamente com a da milha (1 609 metros), caracterstica dos pases anglo-saxnicos, considerada prova ttica por excelncia, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da frmula a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distncias so considerados completos homens de luta que, aps um penoso esforo para resistir ao ataque dos adversrios, recorrem a todas as suas energias restantes a fim de manter a posio de destaque conseguida durante a corrida, sem ceder ao constante assdio dos seus perseguidores. [...] Para correr essa distncia em um tempo aceitvel, deve-se gastar o menor tempo possvel no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos adversrios, sendo essencial o completo domnio das pernas, para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para no correr o risco de ser surpreendido por um adversrio e ficar sem condies para a luta final. Deve ser tomado cuidado para no se deixar enganar por algum adversrio de condio inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente no tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar proveito da situao e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saber manter regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado de suas condies pessoais, o corredor saber se capaz de um sprint nos 200 metros finais, que a distncia ideal para quebrar a resistncia de um adversrio pouco experiente. O corredor que possui resistncia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua convenincia, impondo os seus prprios meios de ao. Finalmente, ao ultrapassar um adversrio, deve-se faz-lo decidida e folgadamente, procurando sempre impression-lo com sua ao enrgica. Tambm deve-se procurar manter sempre uma boa descontrao muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabea para trs e encurtar as passadas para finalizar a prova. http://treino-de-corrida.f1cf.com.br Observando as seguintes passagens do texto apresentado, marque a alternativa em que as duas palavras em negrito so utilizadas como advrbios:

Questão 20
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) A questo aborda uma passagem da pea teatralFrei Lus de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). Cena V JORGE, MADALENA E MARIA JORGE Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulrio1e depois a mo; Madalena somente o escapulrio.) MADALENA Sejais bem-vindo, meu irmo! MARIA Boas tardes, tio Jorge! JORGE Minha senhora mana! A bno de Deus te cubra, filha! Tambm estou desassossegado como vs, mana Madalena: mas no vos aflijais, espero que no h de ser nada. certo que tive umas notcias de Lisboa... MADALENA (assustada) Pois que , que foi? JORGE Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a fora da peste, agora que ela est, se pode dizer, acabada, que so rarssimos os casos, que por fora querem mudar de ares. MADALENA Pois coitados!... MARIA Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraas assim, eu entendia, se governasse, que o servio de Deus e do rei me mandava ficar, at a ltima, onde a misria fosse mais e o perigo maior, para atender com remdio e amparo aos necessitados. Pois, rei no quer dizer pai comum de todos? JORGE A minha donzela Teodora! Assim , filha, mas o mundo doutro modo: que lhe faremos? MARIA Emend-lo. JORGE (para Madalena, baixo) Sabeis que mais? Tenho medo desta criana. MADALENA (do mesmo modo) Tambm eu. JORGE (alto) Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e buen retiro dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu fama de suas guas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA Deix-los vir. JORGE Assim : que remdio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de So Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado ele; e, se no fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e prncipe secular... o mais, pacincia. Pior o vosso caso... MADALENA O meu! JORGE O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores e aqui est o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa dizem que querem vir para esta casa, e pr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro o tero3 de meu pai tem mais de seiscentos homens e defendemo-nos. Pois no uma tirania?... E h de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se parea com uma batalha! JORGE Louquinha! MADALENA Mas que mal fizemos ns ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? No h por a outras casas; e eles no sabem que nesta h senhoras, uma famlia... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) 1 escapulrio: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas crists usam pendente sobre o peito. 2 pr aposentadoria: ficar, morar. 3tero: corpo de tropas dos exrcitos portugus e espanhol dos sculos XVI e XVII. Nada, no vos assusteis; mas bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Em relao forma verbal digo, os pronomes oblquos tonos vo-lo atuam, respectivamente, como

Questão 20
2015Português

(UNESP - 2015 - 1 FASE )As questes de nmeros 16 a 20 abordam um texto de um site especializado em esportes com instrues de treinamento para a corrida olmpica dos 1500 metros. Corrida Prova 1500 metros rasos A prova dos 1500 metros rasos, juntamente com a da milha (1609 metros), caracterstica dos pases anglo-saxnicos, considerada prova ttica por excelncia, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da frmula a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distncias so considerados completos homens de luta que, aps um penoso esforo para resistir ao ataque dos adversrios, recorrem a todas as suas energias restantes a fim de manter a posio de destaque conseguida durante a corrida, sem ceder ao constante assdio dos seus perseguidores. [...] Para correr essa distncia em um tempo aceitvel, deve-se gastar o menor tempo possvel no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos adversrios, sendo essencial o completo domnio das pernas, para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para no correr o risco de ser surpreendido por um adversrio e ficar sem condies para a luta final. Deve ser tomado cuidado para no se deixar enganar por algum adversrio de condio inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente no tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar proveito da situao e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saber manter regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado de suas condies pessoais, o corredor saber se capaz de um sprint nos 200 metros finais, que a distncia ideal para quebrar a resistncia de um adversrio pouco experiente. O corredor que possui resistncia e velocidade pode conduzir a corrida segundo a sua convenincia, impondo os seus prprios meios de ao. Finalmente, ao ultrapassar um adversrio, deve-se faz-lo decidida e folgadamente, procurando sempre impression-lo com sua ao enrgica. Tambm deve-se procurar manter sempre uma boa descontrao muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabea para trs e encurtar as passadas para finalizar a prova. (http://treino-de-corrida.f1cf.com.br) Ao empregar a expresso sprint, o autor do texto refere-se a

Questão 25
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 2 fase - Questo 25) As questes de 25 a 28 tomam por base um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Fuga De repente voc resolve: fugir. No sabe para onde nem como nem por qu (no fundo voc sabe a razo de fugir; nasce com a gente). 05 preciso FUGIR. Sem dinheiro sem roupa sem destino. Esta noite mesmo.Quando os outros estiverem dormindo. Ir a p, de ps nus. 10Calar botina era acordar os gritos que dormem na textura do soalho1. Levar po e rosca para o dia. Comida sobra em rvores infinitas, do outro lado do projeto: 15um verdor eterno, frutescente (deve ser). Tem beira da estrada, numa venda. O dono viu passar muitos meninos que tinham necessidade de fugir 20e compreende. Toda estrada:uma venda para a fuga. Fugir rumo da fuga que no se sabe onde acaba 25mas comea em voc, ponta dos dedos. Cabe pouco em duas algibeiras2 evoc no tem mais do que duas. Canivete, leno, figurinhas de que no vai se separar 30 (custou tanto a juntar). As mos devem ser livres para pessoas, trabalhos, onas que viro. Fugir agora ou nunca. Vo chorar? 35vo esquecer voc? ou vo lembrar-se? (Lembrar que preciso, compensa toda fuga.) ou vo amaldio-lo, pais da Bblia? Voc no vai saber. Voc no volta 40nunca (essa palavra nunca, deliciosa) Se iro sofrer, tanto melhor. Voc no volta nunca nunca nunca. E ser esta noite,meia-noite 45em ponto. Voc dormindo meia noite. (Menino antigo, 1973) 1soalho: o mesmo que assoalho; 2algibeira: bolso de roupa. Que fase da vida explorada pelo poema? Explicite o plano descrito pelo poema e o que sugere o verso 42.

Questão 26
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 2 fase - Questo 26) As questes de 25 a 28 tomam por base um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Fuga De repente voc resolve: fugir. No sabe para onde nem como nem por qu (no fundo voc sabe a razo de fugir; nasce com a gente). 05 preciso FUGIR. Sem dinheiro sem roupa sem destino. Esta noite mesmo.Quando os outros estiverem dormindo. Ir a p, de ps nus. 10Calar botina era acordar os gritos que dormem na textura do soalho1. Levar po e rosca para o dia. Comida sobra em rvores infinitas, do outro lado do projeto: 15um verdor eterno, frutescente (deve ser). Tem beira da estrada, numa venda. O dono viu passar muitos meninos que tinham necessidade de fugir 20e compreende. Toda estrada:uma venda para a fuga. Fugir rumo da fuga que no se sabe onde acaba 25mas comea em voc, ponta dos dedos. Cabe pouco em duas algibeiras2 evoc no tem mais do que duas. Canivete, leno, figurinhas de que no vai se separar 30 (custou tanto a juntar). As mos devem ser livres para pessoas, trabalhos, onas que viro. Fugir agora ou nunca. Vo chorar? 35vo esquecer voc? ou vo lembrar-se? (Lembrar que preciso, compensa toda fuga.) ou vo amaldio-lo, pais da Bblia? Voc no vai saber. Voc no volta 40nunca (essa palavra nunca, deliciosa) Se iro sofrer, tanto melhor. Voc no volta nunca nunca nunca. E ser esta noite,meia-noite 45em ponto. Voc dormindo meia noite. (Menino antigo, 1973) 1soalho: o mesmo que assoalho; 2algibeira: bolso de roupa. Esclarea o motivo do emprego de letras maisculas na palavra fugir, no verso 5, da repetio da palavra nunca, no verso 43, e explique o que h de comum entre esses dois recursos expressivos.

Questão 27
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 2 fase - Questo 27) As questes de 25 a 28 tomam por base um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Fuga De repente voc resolve: fugir. No sabe para onde nem como nem por qu (no fundo voc sabe a razo de fugir; nasce com a gente). 05 preciso FUGIR. Sem dinheiro sem roupa sem destino. Esta noite mesmo.Quando os outros estiverem dormindo. Ir a p, de ps nus. 10Calar botina era acordar os gritos que dormem na textura do soalho1. Levar po e rosca para o dia. Comida sobra em rvores infinitas, do outro lado do projeto: 15um verdor eterno, frutescente (deve ser). Tem beira da estrada, numa venda. O dono viu passar muitos meninos que tinham necessidade de fugir 20e compreende. Toda estrada:uma venda para a fuga. Fugir rumo da fuga que no se sabe onde acaba 25mas comea em voc, ponta dos dedos. Cabe pouco em duas algibeiras2 evoc no tem mais do que duas. Canivete, leno, figurinhas de que no vai se separar 30 (custou tanto a juntar). As mos devem ser livres para pessoas, trabalhos, onas que viro. Fugir agora ou nunca. Vo chorar? 35vo esquecer voc? ou vo lembrar-se? (Lembrar que preciso, compensa toda fuga.) ou vo amaldio-lo, pais da Bblia? Voc no vai saber. Voc no volta 40nunca (essa palavra nunca, deliciosa) Se iro sofrer, tanto melhor. Voc no volta nunca nunca nunca. E ser esta noite,meia-noite 45em ponto. Voc dormindo meia noite. (Menino antigo, 1973) 1soalho: o mesmo que assoalho; 2algibeira: bolso de roupa. Explicite a deciso contida no verso 9 e explique o que se sugere nos versos 10 e 11 a respeito dessa deciso.

Questão 28
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 2 fase - Questo 28) As questes de 25 a 28 tomam por base um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Fuga De repente voc resolve: fugir. No sabe para onde nem como nem por qu (no fundo voc sabe a razo de fugir; nasce com a gente). 05 preciso FUGIR. Sem dinheiro sem roupa sem destino. Esta noite mesmo.Quando os outros estiverem dormindo. Ir a p, de ps nus. 10Calar botina era acordar os gritos que dormem na textura do soalho1. Levar po e rosca para o dia. Comida sobra em rvores infinitas, do outro lado do projeto: 15um verdor eterno, frutescente (deve ser). Tem beira da estrada, numa venda. O dono viu passar muitos meninos que tinham necessidade de fugir 20e compreende. Toda estrada:uma venda para a fuga. Fugir rumo da fuga que no se sabe onde acaba 25mas comea em voc, ponta dos dedos. Cabe pouco em duas algibeiras2 evoc no tem mais do que duas. Canivete, leno, figurinhas de que no vai se separar 30 (custou tanto a juntar). As mos devem ser livres para pessoas, trabalhos, onas que viro. Fugir agora ou nunca. Vo chorar? 35vo esquecer voc? ou vo lembrar-se? (Lembrar que preciso, compensa toda fuga.) ou vo amaldio-lo, pais da Bblia? Voc no vai saber. Voc no volta 40nunca (essa palavra nunca, deliciosa) Se iro sofrer, tanto melhor. Voc no volta nunca nunca nunca. E ser esta noite,meia-noite 45em ponto. Voc dormindo meia noite. (Menino antigo, 1973) 1soalho: o mesmo que assoalho; 2algibeira: bolso de roupa. Identifique uma forma verbal e um substantivo que, bastante retomados ao longo do poema, ilustram seu tema. Em seguida, valendo-se dessa informao, explique a oposio entre o ltimo verso e o restante do poema.

Questão 29
2015Português

(UNESP - 2015/2 - 2 fase - Questo 29) As questes de 29 a 32 focalizam um trecho de uma crnica do escritor Ea de Queirs (1845-1900) e uma tira da cartunista Cia (Ceclia Whitaker Alves Pinto). XXIV O Parlamento vive na idade de ouro. Vive nas idades inocentes em que se colocam as lendas do Paraso quando o mal ainda no existia, quando Caim era um bom rapaz, quando os tigres passeavam docemente par a par com os cordeiros, quando ningum tinha tido o cavalheirismo de inventar a palavra calnia! e a palavra mente! no atraa a bofetada! Seno vejam! Todos os dias aqueles ilustres deputados se dizem uns aos outros: falso! mentira! E no se esbofeteiam, no se enviam duas balas! Piedosa inocncia! Cordura1 evanglica! um Parlamento educado por S. Francisco de Sales! O ilustre deputado mente! Ah, minto? Pois bem, apelo... Cuidam que apela para o espalmado da sua mo direita ou para a elasticidade da sua bengala? No, meus caros senhores, apela para o Pas! Quanta elevao crist num diploma de deputado! Quando um homem leva em pleno peito, diante de duzentas pessoas que ouvem e de mil que leem, este rude encontro: falso! e diz com uma terna brandura: Pois bem, apelo para o Pas! este homem um santo! No entrar decerto nunca no Jockey-Club, donde a mansido excluda, mas entrar no reino do Cu, onde a humildade glorificada. uma escola de humildade este Parlamento! Nunca em parte nenhuma, como ali, o insulto foi recebido com to curvada pacincia, o desmentido acolhido com to sentida resignao! Sublime curso de caridade crist. E veremos os tempos em que um senhor deputado, esbofeteado em pleno e claro Chiado2 , dir modestamente ao agressor, mostrando o seu diploma: Sou deputado da Nao Portuguesa! Apelo para o Pas! Pode continuar a bater! (Uma campanha alegre. Agosto, 1871.) 1 cordura: sensatez, prudncia. 2 Chiado: um bairro tradicional de Lisboa e importante rea cultural em meados do sculo XIX. Indique os dois planos de significao que o fragmento de crnica apresenta, identifique a figura de linguagem utilizada para produzir um deles e explique qual dos dois planos corresponde opinio real do cronista.

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