(UNESP - 2015/2 - 1 FASE)Aquesto focalizaum trecho de uma crnica do escritor Graciliano Ramos (1892-1953). Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, a vem o futebol. Mas por que o futebol? No seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo? No que me repugne a introduo de coisas exticas entre ns. Mas gosto de indagar se elas sero assimilveis ou no. No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituio alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho hbrido que possa viver c em casa. De outro modo, resignemo-nos s broncas tradies dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece-me que o futebol no se adapta a estas boas paragens do cangao. roupa de emprstimo, que no nos serve. Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um pas necessrio, no s que se harmonize com a ndole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar no esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indgena. preciso, pois, que v preencher uma lacuna, como diz o chavo. O do futebol no preenche coisa nenhuma, pois j temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1jogam com uma percia que deixaria o mais experimentado sportman britnico de queixo cado. Os campees brasileiros no teriam feito a figura triste que fizeram em Anturpia se a bola figurasse nos programas das Olimpadas e estivessem a disput-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revlver, o que pouco lisonjeiro para a vaidade de um pas em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fcil o indivduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrs de um pau. Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras? O futebol no pega, tenham a certeza. No vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importncia. No confundamos. As grandes cidades esto no litoral; isto aqui diferente, serto. As cidades regurgitam de gente de outras raas ou que pretende ser de outras raas; ns somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego. Nas cidades os viciados elegantes absorvem o pio, a cocana, a morfina; por aqui h pessoas que ainda fumam liamba2. 1 mambembe: medocre, reles, de baixa condio. 2 liamba: cnhamo, maconha. (Linhas tortas, 1971.) Indique a expresso empregada pelo cronista que ilustra seu argumento sobre a adoo do futebol no serto:
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE)Aquesto focalizaum trecho de uma crnica do escritor Graciliano Ramos (1892-1953). Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, a vem o futebol. Mas por que o futebol? No seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo? No que me repugne a introduo de coisas exticas entre ns. Mas gosto de indagar se elas sero assimilveis ou no. No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituio alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho hbrido que possa viver c em casa. De outro modo, resignemo-nos s broncas tradies dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece-me que o futebol no se adapta a estas boas paragens do cangao. roupa de emprstimo, que no nos serve. Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um pas necessrio, no s que se harmonize com a ndole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar no esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indgena. preciso, pois, que v preencher uma lacuna, como diz o chavo. O do futebol no preenche coisa nenhuma, pois j temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1jogam com uma percia que deixaria o mais experimentado sportman britnico de queixo cado. Os campees brasileiros no teriam feito a figura triste que fizeram em Anturpia se a bola figurasse nos programas das Olimpadas e estivessem a disput-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revlver, o que pouco lisonjeiro para a vaidade de um pas em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fcil o indivduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrs de um pau. Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras? O futebol no pega, tenham a certeza. No vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importncia. No confundamos. As grandes cidades esto no litoral; isto aqui diferente, serto. As cidades regurgitam de gente de outras raas ou que pretende ser de outras raas; ns somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego. Nas cidades os viciados elegantes absorvem o pio, a cocana, a morfina; por aqui h pessoas que ainda fumam liamba2. 1 mambembe: medocre, reles, de baixa condio. 2 liamba: cnhamo, maconha. (Linhas tortas, 1971.) A argumentao construda ao longo da crnica estabelece uma oposio entre
(UNESP - 2015 - 1 FASE )As questes de nmeros 06 a 10 focalizam uma passagem de um artigo de Cludia Vassallo. Aliadas ou concorrentes Alguns nmeros: nos Estados Unidos, 60% dos formados em universidades so mulheres. Metade das europeias que esto no mercado de trabalho passou por universidades. No Japo, as mulheres tm nveis semelhantes de educao, mas deixam o mercado assim que se casam e tm filhos. A tradio joga contra a economia. O governo credita parte da estagnao dos ltimos anos ausncia de participao feminina no mercado de trabalho. As brasileiras avanam mais rpido na educao. Atualmente, 12% das mulheres tm diploma universitrio ante 10% dos homens. Metade das garotas de 15 entrevistadas numa pesquisa da OCDE1 disse pretender fazer carreira em engenharia e cincias reas especialmente promissoras. [...] Agora, a condio de minoria vai caindo por terra e os padres de comportamento comeam a mudar. Cada vez menos mulheres esto dispostas a abdicar de sua natureza em nome da carreira. No se trata de mudar a essncia do trabalho e das obrigaes que homens e mulheres tm de encarar. No se trata de trabalhar menos ou ter menos ambio. s uma questo de forma. muito provvel que legisladores e empresas tenham de ser mais flexveis para abrigar mulheres de talento que no desistiram do papel de me. Porque, de fato, essa a grande e nica questo de gnero que importa. Mais fortalecidas e mais preparadas, as mulheres tero um lugar ao sol nas empresas do jeito que so ou desistiro delas, porque sero capazes de ganhar dinheiro de outra forma. H 8,3 milhes de empresas lideradas por mulheres nos Estados Unidos o tipo de empreendedorismo que mais cresce no pas. De acordo com um estudo da EY2 , o Brasil tem 10,4 milhes de empreendedoras, o maior ndice entre as 20 maiores economias. Um nmero crescente delas tem migrado das grandes empresas para o prprio negcio. Os fatos mostram: as empresas em todo o mundo tero, mais cedo ou mais tarde, de decidir se querem ter metade da populao como aliada ou como concorrente. (Exame, outubro de 2013.) 1 OCDE: Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico. 2 EY: Organizao global com o objetivo de auxiliar seus clientes a fortalecerem seus negcios ao redor do mundo. Desde o ttulo do artigo, que retomado no ltimo pargrafo, os argumentos da autora so motivados por um fato no referido de modo ostensivo, ou seja,
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Aquesto focalizaum trecho de uma crnica do escritor Graciliano Ramos (1892-1953). Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, a vem o futebol. Mas por que o futebol? No seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo? No que me repugne a introduo de coisas exticas entre ns. Mas gosto de indagar se elas sero assimilveis ou no. No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituio alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho hbrido que possa viver c em casa. De outro modo, resignemo-nos s broncas tradies dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece-me que o futebol no se adapta a estas boas paragens do cangao. roupa de emprstimo, que no nos serve. Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um pas necessrio, no s que se harmonize com a ndole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar no esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indgena. preciso, pois, que v preencher uma lacuna, como diz o chavo. O do futebol no preenche coisa nenhuma, pois j temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1jogam com uma percia que deixaria o mais experimentado sportman britnico de queixo cado. Os campees brasileiros no teriam feito a figura triste que fizeram em Anturpia se a bola figurasse nos programas das Olimpadas e estivessem a disput-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revlver, o que pouco lisonjeiro para a vaidade de um pas em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fcil o indivduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrs de um pau. Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras? O futebol no pega, tenham a certeza. No vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importncia. No confundamos. As grandes cidades esto no litoral; isto aqui diferente, serto. As cidades regurgitam de gente de outras raas ou que pretende ser de outras raas; ns somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego. Nas cidades os viciados elegantes absorvem o pio, a cocana, a morfina; por aqui h pessoas que ainda fumam liamba2. 1 mambembe: medocre, reles, de baixa condio. 2 liamba: cnhamo, maconha. (Linhas tortas, 1971.) Na orao O do futebol no preenche coisa nenhuma (7o pargrafo) omitida, por elipse, uma palavra empregada anteriormente:
(UNESP - 2015 - 1 FASE )As questes de nmeros 06 a 10 focalizam uma passagem de um artigo de Cludia Vassallo. Aliadas ou concorrentes Alguns nmeros: nos Estados Unidos, 60% dos formados em universidades so mulheres. Metade das europeias que esto no mercado de trabalho passou por universidades. No Japo, as mulheres tm nveis semelhantes de educao, mas deixam o mercado assim que se casam e tm filhos. A tradio joga contra a economia. O governo credita parte da estagnao dos ltimos anos ausncia de participao feminina no mercado de trabalho. As brasileiras avanam mais rpido na educao. Atualmente, 12% das mulheres tm diploma universitrio ante 10% dos homens. Metade das garotas de 15 entrevistadas numa pesquisa da OCDE1 disse pretender fazer carreira em engenharia e cincias reas especialmente promissoras. [...] Agora, a condio de minoria vai caindo por terra e os padres de comportamento comeam a mudar. Cada vez menos mulheres esto dispostas a abdicar de sua natureza em nome da carreira. No se trata de mudar a essncia do trabalho e das obrigaes que homens e mulheres tm de encarar. No se trata de trabalhar menos ou ter menos ambio. s uma questo de forma. muito provvel que legisladores e empresas tenham de ser mais flexveis para abrigar mulheres de talento que no desistiram do papel de me. Porque, de fato, essa a grande e nica questo de gnero que importa. Mais fortalecidas e mais preparadas, as mulheres tero um lugar ao sol nas empresas do jeito que so ou desistiro delas, porque sero capazes de ganhar dinheiro de outra forma. H 8,3 milhes de empresas lideradas por mulheres nos Estados Unidos o tipo de empreendedorismo que mais cresce no pas. De acordo com um estudo da EY2 , o Brasil tem 10,4 milhes de empreendedoras, o maior ndice entre as 20 maiores economias. Um nmero crescente delas tem migrado das grandes empresas para o prprio negcio. Os fatos mostram: as empresas em todo o mundo tero, mais cedo ou mais tarde, de decidir se querem ter metade da populao como aliada ou como concorrente. (Exame, outubro de 2013.) 1 OCDE: Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico. 2 EY: Organizao global com o objetivo de auxiliar seus clientes a fortalecerem seus negcios ao redor do mundo. No ltimo pargrafo, focalizando o mercado de trabalho mundial, a autora sugere que as grandes empresas atuais
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) No poema de Belmiro Braga, a diferena expressiva mais relevante entre as duas ocorrncias da palavra cachorros consiste no fato de que:
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946). O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Tomando por base a leitura do poema, verifica-se que o pomar, mencionado na primeira estrofe, apresentado como
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946) O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Ante as vaias dos tico-ticos e outras aves, o Azulo torna ainda mais perfeita sua cano. Com isso, revela uma atitude de
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) Indique a situao existencial de mendigos e cachorros de rua, implcita na tira, que leva a personagem a equipar-los.
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946). O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Na fala do papagaio, dos versos de nmeros 16 a 22, uma das formas verbais no apresenta, como deveria, flexo correspondente mesma pessoa gramatical das demais. Trata-se de
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) No contexto do poema, estrada da vida uma imagem que significa
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946). O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Considerando a nota do editor, que identifica o Sabi como Rui Barbosa, grande admirador da poesia de Catulo, os tico-ticos representam no poema
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) Com a frase a recproca no verdadeira, a personagem da tira sugere que
(UNESP - 2015/2 - 1 FASE) Ao Prncipe Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! Para insultar algum hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (Fernando Ges (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) O tema abordado pela tira tratado de modo
(UNESP - 2015 - 1 FASE )Para responder s questes de nmeros 11 a 15, leia o poema de Catulo da Paixo Cearense (1863-1946). O Azulo e os tico-ticos Do comeo ao fim do dia, um belo Azulo cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, 5 cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua cano... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulo. 10 Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulo, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos 15 numa algazarra o vaiava, lhe perguntou: Azulo, olha, dize-me a razo por que, quando ests cantando e recebes uma vaia 20 desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?! Numas volatas sonoras, o Azulo lhe respondeu: 25 Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, h pouco, eu descantava, 30 pensando no ser ouvido nestes matos por ningum, um Sabi*, que me escutava, num capoeiro, escondido, gritou de l: meu colega, 35 bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a voc: quem foi um dia aplaudido pelo prncipe dos cantos de celestes harmonias, 40 (irmo de Gonalves Dias, um dos cantores mais ricos...) que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos? * Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa est representado neste Sabi, pois foi a guia de Haia um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios. (Poemas escolhidos, s/d.) Se, nos versos 32 e 33, as palavras Sabi e capoeiro fossem pronunciadas sa-bi- e ca-po-ei-ro, tais versos quebrariam o padro e o ritmo dos demais, pois passariam a ser