(UNESP - 2017 - 1ª FASE) Quando estou dentro do cinema, tudo me parece perfeito, como se eu estivesse dentro de uma máquina de sensações programadas. Mergulho em suspense, em medo, em vinganças sem-fim, tudo narrado como uma ventania, como uma tempestade de planos curtos, tudo tocado por orquestras sinfônicas plagiando Beethoven ou Ravel para cenas românticas, Stravinski para violências e guerras. Não há um só minuto sem música, tudo feito para não desgrudarmos os olhos da tela. A eficiência técnica me faz percorrer milhares de anos-luz de emoções e aventuras aterrorizantes, que nos exaurem como se fôssemos personagens, que nos fazem em pedaços espalhados pela sala, junto com os copos de Coca-Cola e sacos de pipocas. Somos pipocas nesses filmes.
(Arnaldo Jabor. “A guerra das estrelas”. O Estado de S.Paulo, 18.11.2014. Adaptado.)
Esse texto pode ser corretamente considerado
uma crítica de natureza estética aos apelos técnicos e sensacionalistas no cinema.
uma análise elogiosa do alto grau de perfeição técnica das imagens do cinema.
um ponto de vista valorizador da presença da música erudita no cinema atual.
um elogio ao cinema como mercadoria de entretenimento da indústria cultural.
uma crítica ao caráter culturalmente elitista das obras cinematográficas atuais.