(UNESP-1 FASE) Leia o soneto Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia, do poeta Gregrio de Matos (1636-1696), para responder s questes de 09 a 12. A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; No sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um bem frequente olheiro, Que a vida do vizinho e da vizinha Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha, Para o levar praa e ao terreiro. Muitos mulatos desavergonhados, Trazidos sob os ps os homens nobres, Posta nas palmas toda a picardia, Estupendas usuras nos mercados, Todos os que no furtam muito pobres: E eis aqui a cidade da Bahia. (Gregrio de Matos.Poemas escolhidos, 2010.) 1Trazidos sob os ps os homens nobres: na viso de Gregrio de Matos, os mulatos em ascenso subjugam com esperteza os verdadeiros homens nobres. No soneto, o eu lrico enraza na cidade da Bahia a figurao tradicional do desconcerto do mundo. No quadro da economia colonial, esse desconcerto do mundo mostra-se associado a um momento crtico da produo
(UNESP - 2023) O cristianismo aparece em quase todas as fases do ritual feudo-vasslico. Primeiro, a cerimnia (mesmo que nenhum dos intervenientes, nem senhor nem vassalo, sejam clrigos) pode realizar-se numa igreja, lugar privilegiado para a entrada em vassalagem. E at muitas vezes se sublinha que a cerimnia se processa na parte mais sagrada da igreja, o altar-mor. O juramento que constitui um elemento essencial da fidelidade , quase sempre, prestado sobre um objeto religioso, e at particularmente sagrado -a Bblia ou relquias. (Jacques Le Goff. Para um novo conceito de Idade Mdia: tempo, trabalho e cultura no Ocidente, 1980. Adaptado.) Ao caracterizar um dos rituais principais do feudalismo na Europa do Ocidente medieval, o excerto destaca
(UNESP - 2023) Observe a gravura A amazona americana, includa no Grande Atlas de Johannes Blaeu, de 1662. Essa gravura, produzida no sculo XVII, permite identificar
(UNESP - 2023) Leia o excerto, baseado num documento maia do sculo XVI. Este o princpio da concepo dos humanos, de quando se buscou o que devia compor a carne do homem. [...] De Paxil (Lugar da Fenda), Cayal (de gua Amarga), esse seu nome, vieram as espigas de milho amarelo e as espigas de milho branco. E estes so os nomes dos animais, dos que trouxeram a comida: Yac (Raposa Cinzenta), Uti (Coiote), Quel (Periquito) e Hoh (Corvo). Esses quatro animais lhes deram a notcia das espigas de milho amarelo e das espigas de milho branco. [...] Foi assim que eles encontraram o milho milho que comps a carne da gente criada, da gente formada , e a gua, que se tornou o sangue, a linfa do ser humano. [...] E ento puseram em palavras a criao, a formao de nossas primeiras mes, de nossos primeiros pais. De milho amarelo e de milho branco se fez sua carne; apenas de alimento se fizeram os braos e as pernas do ser humano. (Popol Vuh, 2019.) O excerto expe
(UNESP - 2023) Leia os fragmentos. Mas como nenhuma sociedade poltica pode existir ou subsistir sem ter em si o poder de preservar a propriedade, e, para isso, punir as ofensas de todos os membros daquela sociedade, s existe uma sociedade poltica onde cada um dos membros renunciou ao seu poder natural e o depositou nas mos da comunidade. (Segundo tratado sobre o governo civil, 1994.) Explorao e governo, o primeiro dando os meios de governar e constituindo a base necessria assim como o objetivo de todo governo, que por sua vez garante e legaliza o poder de explorar, so os dois termos inseparveis de tudo que se chama poltica. Desde o incio da histria, eles constituram a vida real dos Estados: teocrticos, monrquicos, aristocrticos e at mesmo democrticos. (Deus e o Estado, 2008.) Esses fragmentos associam-se, respectivamente,
(UNESP - 1 FASE) No pensamento grego, tudo o que musical se relaciona intimamente com o ritual, sobretudo com as festas, nas quais, evidentemente, o ritual possui sua funo especfica. Talvez no haja uma descrio mais lcida das relaes entre o ritual, a dana, a msica e o jogo do que a das Leis de Plato. Os deuses, diz ele, cheios de piedade pela raa humana, condenada ao sofrimento, ordenaram que se realizassem as festas de ao de graas como descanso para suas preocupaes, e deram-lhes Apolo, as Musas e Dionsio como companheiros dessas festas, a fim de que essa divina comunidade festiva restabelecesse a ordem das coisas entre os homens. (Johan Huizinga. Homo ludens, 2007.) O excerto, que aborda histria e pensamento na Grcia Antiga, caracteriza
(UNESP - 2024) Examine o meme, publicado pelo perfil [b]rasilien no Tumblr. O meme corresponde a uma espcie de metfora da histria do Brasil e, mais precisamente, da
(UNESP - 1 FASE) Durante a Idade Mdia na Europa Ocidental, as realizaes artsticas eram
(UNESP - 1 FASE) O diabo parece ter sido estranho tanto para os tupis do Brasil quanto aos nauas, maias, incas e demais povos americanos. O cosmos maia era neutro, as foras e os seres sagrados no eram nem bons, nem ruins, mas apenas caprichosos. [...] A cosmologia das populaes andinas no contava com a noo de mal personificada num ser satnico [...]. (Laura de Mello e Souza. Inferno atlntico. Demonologia e colonizao: Sculos XVI-XVIII, 1993.) O excerto permite afirmar que
(UNESP - 1 FASE) Observe a imagem de Nossa Senhora do Rosrio, produzida na regio das Minas Gerais no sculo XVIII. Essa imagem revela uma prtica que ocorria na regio das Minas durante a explorao de minrios:
(UNESP - 1 FASE) Como jurisconsulto, no pretendo tratar da natureza da servido, nem da qualidade do domnio que o homem adquire sobre seu semelhante. Pretendo defender os nossos colonos da reprovao, que muitas pessoas, mais piedosas que sbias, lhes fazem, afirmando que eles tratam cristos como escravos, comprando-os, vendendo-os e deles dispondo em territrios regidos pelas leis da Frana, um pas que abomina a servido acima de todas as naes do mundo. Todos os escravos que desembarcam na Frana recuperam felizmente a liberdade perdida. (Jean-Baptiste Du Tertre. Apud: Rafael de Bivar Marquese. Feitores do corpo, missionrios da mente: Senhores, letrados e o controle dos escravos nas Amricas, 1660-1860, 2004. Adaptado.) O excerto, publicado na dcada de 1660 por um padre dominicano aps ter vivido quase duas dcadas em colnias francesas na Amrica,
(UNESP - 1 FASE) [...] Foi sem dvida entre os meses de janeiro e outubro de 1822 que o Brasil, finalmente, se fez independente: isto , separou-se de Portugal. Nada garantia que essa independncia seria duradoura, verdade, mas foi entre esses meses que ela se concretizou, exigindo esforos posteriores de consolidao; mas seriam antes esforos de reforo de algo que j existia do que de criao abrupta de algo novo. E o que, afinal, ocorreu no dia 7 de setembro de 1822? Um pequeno acontecimento que no foi imediatamente valorizado justamente por no ser de grande importncia em comparao com os demais que tinham ocorrido e ainda ocorreriam naquele ano; mas que posteriormente se tornaria o principal marco da memria da Independncia. Um marco da memria, e no da histria. (Joo Paulo Pimenta. Independncia do Brasil, 2022.) Ao tratar da Independncia do Brasil em relao a Portugal, o excerto enfatiza
(UNESP - 1 FASE) Muitos escravos e libertos recorriam aos orixs para resolver diferentes tipos de problema. Aos poucos, a crena nos orixs foi se desenvolvendo e, no sculo XIX, deu origem ao Candombl. Essa religio era formada por irmos de f, pessoas que acreditavam nos orixs e que se reuniam em torno de uma mesma casa ou terreiro. Nesse espao, que era comandado por uma me de santo ou um pai de santo, alm de realizar suas cerimnias religiosas, entrar em contato com seus deuses e buscar respostas por meio de jogos de adivinhao (como o jogo de bzios), muitos escravos e libertos conseguiram formar outra famlia, famlia essa que muito se assemelhava com as grandes linhagens existentes em diversas localidades africanas. (Yna Lopes dos Santos. Histria da frica e do Brasil afrodescendente, 2017.) O texto caracteriza o Candombl como
(UNESP - 1 FASE) Observe o anncio do sabonete Pears, difundido em 1887. O anncio revela
(UNESP - 1 FASE) A Revoluo Mexicana s pode ser entendida considerando-se as particularidades da sociedade mexicana dentro de um processo global existente num determinado estgio do desenvolvimento do capitalismo em nvel mundial. (Anna Maria Martinez Corra. A Revoluo mexicana: 1910-1917, 1983.) A afirmao do excerto justifica-se, pois a Revoluo Mexicana de 1910 envolveu