(UNICAMP - 2020 - 2 fase) Um dos eixos da bipolaridade escravista que unia a África à América portuguesa girava, justamente, na rota aberta entre as duas margens do mar por correntezas e ventos complementares. Na ida, a rota principal seguia o inverso dos ponteiros do relógio, no sentido dos ventos oeste-leste, entre o Trópico de Capricórnio e 305. Na volta, a rota principal seguia no sentido dos alísios de sudeste, abaixo da linha do Equador. Na medida em que se zarpava com facilidade de Pernambuco, da Bahia e do Rio de Janeiro até Luanda ou a Costa da Mina, e vice-versa, a navegação luso-brasileira que se desenvolveu naquelas rotas foi transatlântica e negreira. Vários tipos de trocas uniam as duas margens do oceano. (Adaptado de Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 61 - 63.) Com base no excerto e em seus conhecimentos, responda às questões. a) Explique a direção dos ventos alísios no Atlântico Sul e a sua funcionalidade no transporte marítimo da África para o Brasil. b) Cite e explique um exemplo de relação estabelecida entre o Brasil e a África na época da colonização portuguesa na América.
(UNICAMP - 2020 - 2 FASE) este livro Meu filho. No automatismo. Juro. jazz do corao. prosa que d prmio. Um tea for two total, tilintar de verdade que voc seduz, charmeur volante, pela pista, a toda. Enfie a carapua. E cante. Puro acar branco e blue Ana Cristina Csar, A teus ps. So Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 29. a) No poema este livro usa-se um recurso potico chamado aliterao. Explique o que aliterao e identifique um exemplo de aliterao presente nesse texto potico. b) O poema prope uma definio do prprio livro e inclui algumas instrues para o provvel leitor. Identifique dois verbos que instruem o leitor e explique a frase No automatismo, com base no conjunto do poema.
(UNICAMP - 2020 - 1 fase) There are approximately 70 million pet dogs and 74 million pet cats in the U.S., a country where 20 men and women are assaulted per minute. In one survey, 71 percent of domestic violence victims reported that their abuser also targeted pets. In one study of families under investigation for suspected child abuse, researchers found that pet abuse had occurred in 88 percent of these families (Adaptado de https://www.humanesociety.org/resources/animal-cruelty-facts-and-stats. Acessado em 11/05/2019.) O objetivo do texto destacar a relao entre
(UNICAMP - 2020 -2 fase) Voc trabalha como colunista em uma revista eletrnica brasileira, bastante acessada por ambientalistas de diferentes pases. Esse pblico demanda, constantemente, matrias sobre a biodiversidade e sobre o carter multitnico e multicultural do Brasil. O editor da revista encomendou a voc um podcast que aborde a inter-relao entre esses dois temas e sua importncia para a sustentabilidade. Para se preparar para o seu podcast, voc escreve o texto que ler no dia da gravao. Nele voc deve: a) relacionar biodiversidade e sociodiversidade, b) tratar da importncia da preservao do patrimnio cultural e ambiental para o crescimento sustentvel do Brasil e c) argumentar de modo a convencer seus ouvintes. Podcasts so arquivos digitais de udio publicados na internet e que podem ser ouvidos, at mesmo em celulares, a qualquer momento, por qualquer pessoa. So considerados textos para ouvir. Para redigir seu texto, leve em conta os excertos apresentados a seguir. 1) O patrimnio gentico nacional e os conhecimentos tradicionais associados biodiversidade brasileira contribuem para o desenvolvimento de novos produtos, muitos deles patenteados para ser comercializados. Isso porque o Brasil um dos poucos pases que renem as principais caractersticas para ter um sistema de acesso ao patrimnio gentico e aos conhecimentos tradicionais a ele associados, de modo a promover o desenvolvimento sustentvel. A primeira caracterstica a biodiversidade: so mais de 200 mil espcies j registradas em seus biomas (Amaznia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlntica, Pantanal e Pampa) e na Zona Costeira e Marinha. Este nmero pode chegar a mais de 1 milho e oitocentas mil espcies. A segunda caracterstica a sociodiversidade: so mais de 305 etnias indgenas, com cerca de 270 diferentes lnguas, alm de diversas comunidades tradicionais e locais (quilombolas, caiaras, seringueiros, etc.) e agricultores familiares, que detm importantes conhecimentos associados biodiversidade. (Adaptado de Patrimnio Gentico e Conhecimentos Tradicionais Associados. Disponvel em https://www.mma.gov.br/patrimonio-genetico.html. Acessado em 02/08/2019.) 2) o cerrado milagre, como toda a vida ( tambm pedao do planeta que desaparece) abrao meu irmo pequizeiro (...) os jatobs sorriem as perobas no dizem nada, apenas sentem (...) agora prepare seu corao: corrento vai passar e levar tudo ninho de passarinho rasteiro tambm depois do corrento, brotou o que tinha que brotar mas j era tarde faca fina do arado cortou a raiz pela raiz e a no brotou mais nada. alis, brotou coisa melhor: soja, verdinha, verdinha que beleza, diziam (...) antes de terminar pergunto: quem vai pagar o preo de tamanha destruio? daqui a cem anos estaremos todos mortos, disse algum. certo. estaremos todos mortos mas nossos netos, no o cerrado milagre, minha gente (Nicolas Behr, O cerrado milagre, em Primeira Pessoa. Braslia: LGE Editora, 2005, p. 109.) 3) O Cerrado o lugar onde a sabedoria popular se materializa em planta. L as aparncias, de fato, enganam. Onde se veem arbustos de galhos retorcidos h o mais importante sistema de captao e reserva de gua do Brasil fora da Amaznia. Um sistema baseado em vegetao e que garante nove das principais bacias hidrogrficas do pas. Ameaado pela expanso do agronegcio, reduzido a cerca da metade de seu tamanho original, ele agora caminha para a maior extino de plantas j registrada no mundo, com consequncias para a oferta de gua e a regulao do clima do centro-sul do pas. Falamos de perda de biodiversidade, de segurana hdrica e climtica. Um hectare desmatado de Cerrado tem mais impacto hoje do que um hectare desmatado na Amaznia. No se trata de impedir a produo agrcola. Ao contrrio, ela tem condies de aumentar sem precisar desmatar mais frisa Bernardo Strassburg, diretor do Instituto Internacional para a Sustentabilidade. (Adaptado de Ana Lucia Azevedo, Desmatamento do Cerrado pode levar extino de 1.140 espcies de plantas. Disponvel em O Globo, 14/10/2018. Acessado em 02/08/2019.) 4) O ltimo relatrio da ONU que alerta sobre a velocidade com que as espcies esto se extinguindo (uma de cada oito est ameaada) assinala que essa destruio da natureza mais lenta nas terras onde vivem os povos indgenas do que no resto do planeta. Mas tambm destaca a crescente ameaa que ronda essas comunidades na forma de expanso da agricultura, urbanizao, minerao, novas infraestruturas. O Brasil, que abriga a maior parte da Amaznia e o ecossistema mais rico do mundo, um dos pases onde essa ameaa mais evidente. Segundo Nurit Bensusan, da ONG Instituto Socioambiental (ISA), o papel dos indgenas ganha uma dimenso importante: Por conhecerem to intimamente as florestas, eles tm uma percepo muito antecipada das mudanas ambientais. Sabem como lidar com isso. Por exemplo, param de caar em uma rea durante um tempo e assim aliviam o impacto antes que quaisquer outros. Os indgenas so parte essencial dos alertas rpidos e da preveno. (Adaptado de Naiara Galarraga Gortzar, Por que os indgenas so a chave para proteger a biodiversidade planetria: a ONU destaca que nas terras habitadas pelos povos originrios o desaparecimento de espcies mais lento que no resto do mundo. Disponvel em El Pas, 08/05/2019. Acessado em 04/08/2019.)
(UNICAMP - 2020 - 2 fase) Voc um(a) escritor(a) que publica uma crnica em uma revista semanal. Sempre se viu como uma pessoa livre de preconceitos e sempre apoiou a igualdade de gneros. Hoje, porm, ao ler uma matria no El Pas, voc se deu conta de que, certa vez, vivenciou um episdio em que considerou normal uma das atitudes listadas nessa matria, as quais, segundo Ianko Lpez, revelam o micromachismo enraizado em nossa sociedade. Diante da sua tomada de conscincia, voc decidiu que esse ser o tema da sua crnica desta semana. Identificou, ento, entre as atitudes listadas (excerto 1) a que corresponde situao que voc vivenciou. Em sua crnica, voc deve, tal como fez Chimamanda Ngozi Adichie (excerto 2): a) narrar o episdio vivenciado por voc, b) relacion-lo atitude micromachista escolhida e c) expor suas reflexes sobre os sentimentos que o reconhecimento dessa atitude despertou em voc. Crnica um gnero textual que aborda temas do cotidiano. Normalmente veiculada em jornais e revistas. O cronista trata de situaes corriqueiras sob uma tica particular. Para redigir o seu texto, leve em conta os excertos apresentados a seguir. 1) As atitudes machistas mais flagrantes so claras para ns. Aquelas que, de forma manifesta e constante, colocam a mulher em uma posio inferior ao homem em contextos sociais, econmicos, jurdicos e familiares. Aquelas que consideram que o homem e a mulher nascem com objetivos e ambies diferentes na vida. No entanto, apesar das reivindicaes histricas dos anos 1970 e da crescente conscientizao em relao ao machismo em todos os mbitos culturais e polticos nos ltimos anos, h pequenos resqucios que continuam interiorizados em muitos de ns. So sequelas da nossa educao e dos produtos culturais que nos formaram como pessoas e que fazem com que, apesar de criticarmos e denunciarmos o machismo, ainda possamos cair em algumas de suas armadilhas sem perceber. O micromachismo, como vem sendo chamado nos ltimos cinco anos, se manifesta em formas de discriminao muito sutis que acontecem todos os dias, at mesmo nos ambientes mais progressistas. Segue uma lista baseada em exemplos que demonstram que talvez tenhamos entendido o grosso das reivindicaes feministas, mas ainda precisamos ler as letras midas. 1. Achei necessrio explicar algo a uma mulher sem que ela me pedisse, pelo simples fato de ser mulher. 2. Comentei com um amigo que ficou cuidando dos filhos: Hoje te deixaram de bab. 3. Perguntei a uma mulher se ela estava naqueles dias quando me respondeu com indiferena ou desprezo. 4. Disse que ajudo nas tarefas do lar, subentendendo que esse um trabalho da mulher em que eu estou ajudando, e no participando em condies de igualdade. 5. Em meu trabalho ou entre amigos, s chamo os homens para jogar futebol, pressupondo que as mulheres no querem jogar. 6. Perguntei a uma mulher quando vai ter filhos, mas nunca perguntei o mesmo a um homem. 7. Pago todos os meus jantares com mulheres acreditando que o que se espera de mim. 8. Descrevi uma mulher como pouco feminina. 9. Usei a palavra provocante para descrever a roupa de uma mulher. 10. Comentei que essas no so formas para uma moa falar. 11. Na televiso, aprecio homens cidos e divertidos e mulheres bonitas. 12. Fiz o comentrio Ela uma mulher forte, subentendendo que as mulheres, em geral, so fracas. 13. Deixo meu filho adolescente ficar na rua at as 3 da madrugada, mas obrigo minha filha a voltar antes da meianoite. (Adaptado de Ianko Lpez, Micromachismos: se homem e faz alguma destas coisas, deve repensar seu comportamento. Disponvel em El Pas. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/07/politica/ 1520426823_220468.html. Acessado em 28/06/2019.) 2) Quando eu estava no primrio, em Nsukka, uma cidade universitria no sudeste da Nigria, no comeo do ano letivo, a professora anunciou que iria dar uma prova e quem tirasse a nota mais alta seria o monitor da classe. Ser monitor era muito importante. Ele podia anotar, diariamente, o nome dos colegas baderneiros, o que por si s j era ter um poder enorme; alm disso, ele podia circular pela sala empunhando uma vara, patrulhando a turma do fundo. claro que o monitor no podia usar a vara. Mas era uma ideia empolgante para uma criana de nove anos, como eu. Eu queria muito ser a monitora da minha classe. E tirei a nota mais alta. Mas, para minha surpresa, a professora disse que o monitor seria um menino. Ela havia se esquecido de esclarecer esse ponto, achou que fosse bvio. Um garoto tirou a segunda nota mais alta. Ele seria o monitor. O mais interessante que o menino era uma alma bondosa e doce, que no tinha o menor interesse em vigiar a classe com uma vara. Mas eu era menina e ele, menino, e ele foi escolhido. Nunca me esqueci desse episdio. Se repetimos uma coisa vrias vezes, ela se torna normal. Se vemos uma coisa com frequncia, ela se torna normal. Se s os meninos so escolhidos como monitores da classe, ento em algum momento ns todos vamos achar, mesmo que inconscientemente, que s um menino pode ser o monitor da classe. Se s os homens ocupam cargos de chefia nas empresas, comeamos a achar normal que esses cargos de chefia s sejam ocupados por homens. Eu tendo a cometer o erro de achar que uma coisa bvia para mim tambm bvia para todo mundo. Um dia estava conversando com meu querido amigo Louis, que um homem brilhante e progressista, e ele me disse: No entendo quando voc diz que as coisas so diferentes e mais difceis para as mulheres. Talvez fosse verdade no passado, mas no mais. Hoje as mulheres tm tudo o que querem. Oi? Como o Louis no enxergava o que para mim era to bvio? (Adaptado de Chimamanda Ngozi Adichie. Sejamos todos feministas. Traduo de Christina Baum. So Paulo: Companhia da Letras, 2015, p. 15-17.)
(UNICAMP - 2020 - 1 fase) A tirinha apresentada
(UNICAMP - 2020 - 2 fase) At hoje, a formao das classes mdias esteve ligada expanso da indstria e elevao de seus nveis de produtividade. Historicamente, a indstria permitiu estruturar a representao poltica e sindical das categorias mais desfavorecidas da populao em torno dos interesses que afetavam as grandes massas de trabalhadores. J no contexto atual, marcado por um mundo menos industrializado e orientado para uma economia em que os servios tendem a ser mais fragmentados e frequentemente artesanais ou informais, os interesses comuns dos trabalhadores so evidentemente muito mais difceis de emergir. Considerando este quadro, a desindustrializao prematura dos pases do Hemisfrio Sul (com exceo do Leste Asitico) no muito favorvel a uma consolidao democrtica. (Adaptado de Pierre Veltz, La socit hyper-industrielle. Le nouveau capitalisme productif. Paris: ditions du Seuil, 2017, p. 16.) Com base no texto e em seus conhecimentos, responda s questes. a) Que decreto-lei garantiu os principais direitos trabalhistas na Era Vargas e por que a menor presena de uma classe trabalhadora na indstria enfraquece os processos democrticos na contemporaneidade? b) Indique e explique qual foi a principal mudana estrutural ocorrida na economia brasileira nas duas ltimas dcadas.
(UNICAMP - 2020 - 2 FASE) Texto I (...) Contemplava extasiada o cu cor de anil. E eu fiquei compreendendo que eu adoro o meu Brasil. O meu olhar posou nos arvoredos que existe no incio da rua Pedro Vicente. As folhas movia-se. Pensei: elas esto aplaudindo este meu gesto de amor a minha Ptria. (...) Toquei o carrinho e fui buscar mais papeis. A Vera ia sorrindo. E eu pensei no Casemiro de Abreu, que disse: Ri criana. A vida bela. S se a vida era boa naquele tempo. Porque agora a poca est apropriada para dizer: Chora criana. A vida amarga. (Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo. So Paulo: tica, 2014, p. 35-36.) Texto II RISOS Ri, criana, a vida curta, O sonho dura um instante. Depois... o cipreste esguio Mostra a cova ao viandante! A vida triste ̶ quem nega? ̶ Nem vale a pena diz-lo. Deus a parte entre seus dedos Qual um fio de cabelo! Como o dia, a nossa vida Na aurora ̶ toda venturas, De tarde ̶ doce tristeza, De noite ̶ sombras escuras! A velhice tem gemidos, ̶ A dor das vises passadas ̶ ̶ A mocidade ̶ queixumes, S a infncia tem risadas! Ri, criana, a vida curta, O sonho dura um instante. Depois... o cipreste esguio Mostra a cova ao viandante! Casemiro J. M. de Abreu, As primaveras. Rio de Janeiro: Tipografia de Paula Brito,1859, p. 237-238. a) Nas trs linhas iniciais do texto I, a autora estabelece uma relao entre o sujeito da ao e o espao em que ele se encontra. Mencione e explique dois recursos poticos que compem a cena narrativa. b) A representao da infncia no texto I se aproxima e, ao mesmo tempo, difere daquela que se encontra no texto II. Considerando que o texto I um excerto do dirio de Carolina Maria de Jesus e o texto II um poema romntico, identifique e explique essa diferena na representao da infncia, com base nos perodos literrios.
(UNICAMP - 2020 - 1 fase) O site Urban Dictionary apresenta definies de palavras e expresses que, apesar de serem usadas popularmente, ainda no foram oficialmente dicionarizadas. O exemplo abaixo faz aluso ao Brexit, isto , sada do Reino Unido da Unio Europeia. Com relao ao exemplo apresentado, entende-se que Taylor estava fazendo o Brexit porque
(UNICAMP - 2020 - 2 fase) Leia os trs excertos e responda s questes. Texto 1: Mas cachoeira barranco de cho, e gua se caindo por ele, retombando; o senhor consome essa gua, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver negcio muito perigoso... (Joo Guimaraes Rosa, Grande Serto: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 26.) Texto 2: Chego sacada e vejo a minha serra, / a serra de meu pai e meu av, / de todos os Andrades que passaram / e passaro, a serra que no passa. / (...) / Esta manh acordo e / no a encontro. / (...) / foge minha serra, vai / deixando no meu corpo e na paisagem / msero p de ferro, e este no passa. (Carlos Drummond de Andrade, Boitempo II. Rio de Janeiro: Record, 1994, p. 72.) Texto 3: Menor em quilmetros do que o desastre de Mariana, causado pela Samarco, controlada pela mesma Vale, o de Brumadinho gigante em gravidade: as florestas e rios afetados eram muito mais ricos e importantes para o equilbrio ambiental, salientam especialistas. (Fonte: https://oglobo.globo.com/brasil/dano-ambiental-em-brumadinho-ameaca-centenas-de-especies-23424033. Acessado em 06/11/2019). a) A vida imita a arte. Quando Guimares Rosa, que se criou nas terras do serto do Paraopeba, e Drummond escreveram, provavelmente no imaginavam o que ocorreria em Brumadinho e Mariana. Percebe-se uma relao entre um processo de transformao e as expresses msero p de ferro, em Drummond, e desfaz o barranco, em Rosa. Identifique a atividade econmica e descreva o processo de transformao da matria-prima implcitos nos textos desses autores. b) Em Brumadinho, a lama afetou espcies endmicas de florestas e rios da Mata Atlntica e do Cerrado mineiros, em rea da Reserva da Biosfera da Unesco da Serra do Espinhao. Considerando a possvel extino das espcies endmicas afetadas, identifique e explique uma consequncia biolgica para o equilbrio ambiental desses ecossistemas.
(UNICAMP - 2020 - 2 FASE) Resumindo seus pensamentos de vencido, Francisco Teodoro disse alto, num suspiro: ― Trabalhei, trabalhei, trabalhei, e aqui estou como J! (...) ― Como J! Repetiu ele furioso, arrancando as barbas e unhando as faces. No lhe bastava o arrependimento, a dor moral, queria o castigo fsico, a macerao da carne, para completa punio da sua inpcia. No saber guardar a felicidade, depois de ter sabido adquiri-la, sinal de loucura. Ele era um doido? Sim, ele era um doido. Tal qual o av. Riu alto; ele era um doido! Jlia Lopes de Almeida, A Falncia. Campinas: Editora da Unicamp, 2018, p. 296. a) O protagonista de A Falncia encarna um tipo representativo da sociedade brasileira do sculo XIX. Aponte quatro caractersticas desse tipo social constatadas na trajetria de Francisco Teodoro. b) No excerto acima, o narrador se detm no momento em que o protagonista, atormentado, rev sua trajetria e se recorda do av. Caracterize a voz narrativa nesse excerto e explique seu funcionamento.
(UNICAMP - 2020 - 2 fase) Um dos pratos mais apreciados pelos brasileiros o tradicional arroz com feijo, uma combinao balanceada de diversos nutrientes importantes para a sade humana. a) A combinao de arroz e feijo fornece todos os aminocidos essenciais ao organismo. A tabela abaixo apresenta variaes na quantidade de alguns aminocidos essenciais por categorias de alimentos. Considere uma poca de escassez em que necessrio substituir o feijo do combinado arroz e feijo por outro alimento. Tendo como base as informaes fornecidas, que alimento da tabela poderia ser escolhido? Justifique sua resposta. b) Considere a seguinte afirmao: O arroz, embora seja um alimento saudvel, deve ser consumido por uma pessoa com diabetes tipo 2 sob orientao profissional para controle de glicemia. Explique a afirmao, levando em considerao as transformaes que o arroz sofre na digesto e as caractersticas do diabetes tipo 2.
(UNICAMP - 2020 - 2 FASE) era uma vez uma mulher e ela queria falar de gnero era uma vez outra mulher e ela queria falar de coletivos e outra mulher ainda especialista em declinaes a unio faz a fora ento as trs se juntaram e fundaram o grupo de estudos celso pedro luft Anglica Freitas, Um tero do tamanho de um punho. So Paulo: Companhia das Letras, 2017, p.14. Considerando o poema e a imagem, resolva as questes. a) Explique as ambiguidades presentes nas duas primeiras estrofes do poema. b) Que figura de linguagem usada nos trs ltimos versos do poema? Justifique sua resposta.
(UNICAMP - 2020 - 1 fase) When 24-year-old fashion blogger Scarlett Dixon posted a picture of herself having breakfast, the internet turned nasty. The best of days start with a smile and positive thoughts. And pancakes. And strawberries, Dixon wrote on her Instagram feed. The post was reposted on Twitter. Instagram is a ridiculous lie factory made to make us all feel inadequate, wrote Nathan from Cardiff. His post, which has garnered more than 111,000 likes (22 times as many as Dixons original) and almost 25,000 retweets, prompted a wave of criticism, with comments going like Fakelife!. Instagram looks like the friendliest social network imaginable. But, for a growing number of users and mental health experts the very positivity of Instagram is precisely the problem. The site encourages its users to present an upbeat, attractive image that others may find at best misleading and at worse harmful. Instagram makes you worry that everyone is perfect except you. (Adaptado de https://www.theguardian.com/technology/2018/sep/17. Acessado em 19/04/2019). O texto anterior apresenta uma crtica
(UNICAMP - 2020 - 2 FASE) Voltou moda o velho faa voc mesmo ou bricolagem. A ideia de que s vezes melhor trabalhar com a mo na massa, engajando os cidados, se tornou uma metfora para prticas pedaggicas, aes polticas, retrica empreendedora. Mas poucos usam, no Brasil, o termo que melhor representa essa potncia criativa de que as pessoas so capazes: gambiarra. Palavra menos nobre, gambiarra existe, no Brasil e em outros pases de lngua portuguesa, quase sempre como um termo popular, dialetal ou depreciativo. Porque um faa-voc-mesmo rebelde que recombina peas j existentes, no interior de regras dadas, para inventar novas funes e afirmar novas regras. Escolhi cinco livros que mostram as gambiarras em ao, entre eles, A inveno do cotidiano: Artes de fazer, de Michel de Certeau. Nesse livro, o historiador e telogo francs apresenta um estudo analtico e um elogio poltico da criatividade do cidado comum. Ao traar uma distino entre estratgias (as regras do jogo formuladas pelos que tm o poder de estabelecer regras) e tticas (os gestos, aes, invenes dos subjugados, que tentam lidar com as regras, mas tambm achar um jeitinho de dribl-las), Certeau revela as gambiarras que fazem com que o cotidiano se invente e reinvente. Adaptado de Yurij Castelfranchi, Livros para imaginar, apreciar e fazer gambiarras. Disponvel em https://www.nexojornal.com.br/estante/favoritos/2019/5-livros-para-imaginar-apre ciar-e-fazer-gambiarras. Acessado em 10/08/2019. a) Explique por que a gambiarra , ao mesmo tempo, indisciplinada e criativa. b) Segundo Castelfranchi, como Michel de Certeau associa a ideia de gambiarra s aes polticas do cidado comum? Responda com base em dois exemplos citados no texto.