(ENEM - 2009)
No programa do balé Parade, apresentado em 18 de maio de 1917, foi empregada publicamente, pela primeira vez, a palavra sur-realisme. Pablo Picasso desenhou o cenário e a indumentária, cujo efeito foi tão surpreendente que se sobrepôs à coreografia. A música de Erik Satie era uma mistura de jazz, música popular e sons reais tais como tiros de pistola, combinados com as imagens do balé de Charlie Chaplin, caubóis e vilões, mágica chinesa e Ragtime. Os tempos não eram propícios para receber a nova mensagem cênica demasiado provocativa devido ao repicar da máquina de escrever, aos zumbidos de sirene e dínamo e aos rumores de aeroplano previstos por Cocteau para a partitura de Satie. Já a ação coreográfica confirmava a tendência marcadamente teatral da gestualidade cênica, dada pela justaposição, colagem de ações isoladas seguindo um estímulo musical.
SILVA, S. M. O surrealismo e a dança. GUINSBURG, J.; LEIRNER (org.). O surrealismo. São Paulo: Perspectiva, 2008 (adaptado).
As manifestações corporais na história das artes da cena muitas vezes demonstram as condições cotidianas de um determinado grupo social, como se pode observar na descrição acima do balé Parade, o qual reflete
a falta de diversidade cultural na sua proposta estética.
a alienação dos artistas em relação às tensões da Segunda Guerra Mundial.
uma disputa cênica entre as linguagens das artes visuais, do figurino e da música.
as inovações tecnológicas nas partes cênicas, musicais, coreográficas e de figurino.
uma narrativa com encadeamentos claramente lógicos e lineares.