(Enem 2013) Texto I A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas. (Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).) Texto II O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresaprodutiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária. (LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolítico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).) Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à
(Enem 2013) TEXTO I Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e dana; ela l romances, alm de desperdiar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um nmero igual de horas praticando piano e mais outra na sua aula de francs ou de dana. Comentrio do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos [1839] apud SILVA, T. V. Z.Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotesi Revista dos Estudos Literrios, Juiz de Fora, v. 2. n. 2, 1998. TEXTO II As janelas e portas gradeadas com trelias no eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu destino, grande gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas sociedade, as filhas e as esposas. MACEDO, J.M. Memria da Rua do Ouvidor [1878]. Disponvel em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013 (adaptado). A representao social do feminino comum aos dois textos o(a)
(ENEM 2012) Nossa cultura lipofbica muito contribui para a distoro da imagem corporal, gerando gordos que se veem magros e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que todos se sentem ou se veem distorcidos. Engordamos quando somos gulosos. pecado da gula que controla a relao do homem com a balana. Todo obeso declarou, um dia, guerra balana. Para emagrecer preciso fazer as pazes com a dita cuja, visando adequar-se s necessidades para as quais ela aponta. FREIRE, D. S. Obesidade no pode ser pr-requisito. Disponvel em: http//gnt.globo.com. Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado). O texto apresenta um discurso de disciplinarizao dos corpos, que tem como consequncia
(Enem 2012) Leia. Minha vida é andar Por esse país Pra ver se um dia Descanso feliz Guardando as recordações Das terras onde passei Andando pelos sertões E dos amigos que lá deixei GONZAGA, L.; CORDOVIL, H. A vida de viajante, 1953. Disponível em: www.recife.pe.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2012 (fragmento). A letra dessa canção reflete elementos identitários que representam a
(ENEM - 2012) TEXTO I O que vemos no pas uma espcie de espraiamento e a manifestao da agressividade atravs da violncia. Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade, que est presente em todos os redutos seja nas reas abandonadas pelo poder pblico, seja na poltica ou no futebol. O brasileiro no mais violento do que outros povos, mas a fragilidade do exerccio e do reconhecimento da cidadania e a ausncia do Estado em vrios territrios do pas se impem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violncia fincam suas razes. Entrevista com Joel Birman. A Corrupo um crime sem rosto. Isto. Edio 2099, 3 fev. 2010. TEXTO II Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulses e emoes do indivduo, sem um controle muito especfico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo possvel sem que as pessoas anteponham limitaes umas s outras, e todas as limitaes so convertidas, na pessoa a quem so impostas, em medo de um ou outro tipo. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. Considerando-se a dinmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o argumento do Texto I acerca da violncia e agressividade na sociedade brasileira expressa a
(ENEM - 2012) No ignoro a opinio antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinio muito aceita em nossos dias, devido s grandes transformaes ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam conjectura humana. No obstante, para no ignorar inteiramente o nosso livre-arbtrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbtrio] nos permite o controle sobre a outra metade. MAQUIAVEL, N. O Prncipe. Braslia: EdUnB, 1979 (adaptado). Em O Prncipe, Maquiavel refletiu sobre o exerccio do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vnculo entre o seu pensamento poltico e o humanismo renascentista ao
(ENEM - 2012) Na regulao de matrias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currculos da educao pblica, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas tambm em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posio da famlia e dos consrcios semelhantes ao matrimnio, a aceitao de normas de segurana ou a delimitao das esferas pblica e privada em tudo isso reflete-se amide apenas o autoentendimento tico-poltico de uma cultura majoritria, dominante por motivos histricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria. HABERMAS, J. A incluso do outro: estudos de teoria poltica. So Paulo: Loyola, 2002. A reivindicao dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporneas, na medida em que se alcana
(Enem 2012) As mulheres quebradeiras de coco-babau dos Estados do Maranho, Piau, Par e Tocantins, na sua grande maioria, vivem numa situao de excluso e subalternidade. O termo quebradeira de coco assume o carter de identidade coletiva na medida em que as mulheres que sobrevivem dessa atividade e reconhecem sua posio e condio desvalorizada pela lgica da dominao, se organizam em movimentos de resistncia e de luta pela conquista da terra, pela libertao dos babauais, pela autonomia do processo produtivo. Passam a atribuir significados ao seu trabalho e as suas experincias, tendo como principal referncia sua condio preexistente de acesso e uso dos recursos naturais. ROCHA, M. R. T. A luta das mulheres quebradeiras de coco-babau, pela libertao do coco preso e pela posse da terra. In: Anais do VII Congresso Latino-Americano de Sociologia Rural, Quito, 2006 (adaptado). A organizao do movimento das quebradeiras de coco de babau resultante da
(Enem 2011) Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do trabalho e socialização da produção, que foi característica predominante na era industrial. A nova organização social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à administração descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados. As novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício. CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado). No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado
(Enem 2011) Na dcada de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ao dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de prticas democrticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O dilogo, o confronto e o conflito tm sido os motores no processo de construo democrtica. SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporneo: participao e possibilidades das prticas democrticas. Disponvel em: http://www.ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado). Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construo democrtica, porque
(Enem 2011) TEXTO I A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda coletividade. GALLO, S. et al. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado). TEXTO II É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população às informações trazidas a público pela imprensa. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010. Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por
(Enem 2011) A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho. Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales. Universidad de Barcelona. Nº 170(9), 1 ago. 2004. A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado
(Enem 2011) Um volume imenso de pesquisas tem sido produzido para tentar avaliar os efeitos dos programas de televiso. A maioria desses estudos diz respeito a crianas - o que bastante compreensvel pela quantidade de tempo que elas passam em frente ao aparelho e pelas possveis implicaes desse comportamento para a socializao. Dois dos tpicos mais pesquisados so o impacto da televiso no mbito do crime e da violncia e a natureza das notcias exibidas na televiso. GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. O texto indica que existe uma significativaproduo cientfica sobre os impactos socioculturais da televiso na vida do ser humano. E as crianas, em particular, so as mais vulnerveis a essas influncias, porque
(ENEM 2011) A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currculo dos estabelecimentos de ensino fundamental e mdio,oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre Histria e Cultura Afro-Brasileira e determina queo contedo programtico incluir o estudo da Histria da frica e dos africanos, a luta dos negros no Brasil,a cultura negra brasileira e o negro na formao da sociedade nacional, resgatando a contribuio do povonegro nas reas social, econmica e poltica pertinentes Histria do Brasil, alm de instituir, no calendrio escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do Dia da Conscincia Negra. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado). A referida lei representa um avano no s para a educao nacional, mas tambm para a sociedade brasileira,porque
(Enem 2011) Acompanhando a inteno da burguesia renascentista de ampliar seu domnio sobre a natureza e sobre o espao geogrfico, atravs da pesquisa cientfica e da inveno tecnolgica, os cientistas tambm iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espao, a luz, a cor e mesmo a expresso e o sentimento. SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984. O texto apresenta um esprito de poca que afetou tambm a produo artstica, marcada pela constante relao entre