(FUVEST -2016 - 1FASE) Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingana contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas dfrica. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Ento a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que no fora o alastrim que matara. Fora o1lazareto. Omolu s queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundirios do serto. Eles tinham dinheiro, lguas e lguas de terra, mas no sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro serto. E os negros, os ogs, as filhas e pais de santo cantam: Ele mesmo nosso pai e quem pode nos ajudar... Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros no o esqueam avisa no seu cntico de despedida: Ora, adeus, meus filhinhos, Queu vou e torno a vort... E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistrio da Bahia, Omolu pulou na mquina da Leste Brasileira e foi para o serto de Juazeiro. A bexiga foi com ele. Jorge Amado,Capites da Areia. 1lazareto:estabelecimento para isolamento sanitrio de pessoas atingidas por determinadas doenas. Considere as seguintes afirmaes referentes ao texto de Jorge Amado: I. Do ponto de vista do excerto, considerado no contexto da obra a que pertence, a religio de origem africana comporta um aspecto de resistncia cultural e poltica. II. Fica pressuposta no texto a ideia de que, na poca em que se passa a histria nele narrada, o Brasil ainda conservava formas de privao de direitos e de excluso social advindas do perodo colonial. III. Os contrastes de natureza social, cultural e regional que o texto registra permitem concluir corretamente que o Brasil passou por processos de modernizao descompassados e desiguais. Est correto o que se afirma em
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingana contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas dfrica. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Ento a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que no fora o alastrim que matara. Fora o1lazareto. Omolu s queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundirios do serto. Eles tinham dinheiro, lguas e lguas de terra, mas no sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro serto. E os negros, os ogs, as filhas e pais de santo cantam: Ele mesmo nosso pai e quem pode nos ajudar... Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros no o esqueam avisa no seu cntico de despedida: Ora, adeus, meus filhinhos, Queu vou e torno a vort... E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistrio da Bahia, Omolu pulou na mquina da Leste Brasileira e foi para o serto de Juazeiro. A bexiga foi com ele. Jorge Amado, Capites da Areia. 1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitrio de pessoas atingidas por determinadas doenas. Costuma-se reconhecer que Capites da Areia pertence ao assim chamado romance de 1930, que registra importantes transformaes pelas quais passava o Modernismo no Brasil, medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingana contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas dfrica. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Ento a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que no fora o alastrim que matara. Fora o1lazareto. Omolu s queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundirios do serto. Eles tinham dinheiro, lguas e lguas de terra, mas no sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro serto. E os negros, os ogs, as filhas e pais de santo cantam: Ele mesmo nosso pai e quem pode nos ajudar... Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros no o esqueam avisa no seu cntico de despedida: Ora, adeus, meus filhinhos, Queu vou e torno a vort... E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistrio da Bahia, Omolu pulou na mquina da Leste Brasileira e foi para o serto de Juazeiro. A bexiga foi com ele. Jorge Amado,Capites da Areia. 1lazareto:estabelecimento para isolamento sanitrio de pessoas atingidas por determinadas doenas. As informaes contidas no texto permitem concluir corretamente que a doena de que nele se fala caracteriza-se como
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingana contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas dfrica. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Ento a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que no fora o alastrim que matara. Fora o1lazareto. Omolu s queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundirios do serto. Eles tinham dinheiro, lguas e lguas de terra, mas no sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro serto. E os negros, os ogs, as filhas e pais de santo cantam: Ele mesmo nosso pai e quem pode nos ajudar... Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros no o esqueam avisa no seu cntico de despedida: Ora, adeus, meus filhinhos, Queu vou e torno a vort... E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistrio da Bahia, Omolu pulou na mquina da Leste Brasileira e foi para o serto de Juazeiro. A bexiga foi com ele. Jorge Amado,Capites da Areia. 1lazareto:estabelecimento para isolamento sanitrio de pessoas atingidas por determinadas doenas. Apesar das diferenas notveis que existem entre estas obras, um aspecto comum ao texto de Capites da Areia, considerado no contexto do livro, e Vidas secas, de Graciliano Ramos,
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingana contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas dfrica. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Ento a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que no fora o alastrim que matara. Fora o1lazareto. Omolu s queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundirios do serto. Eles tinham dinheiro, lguas e lguas de terra, mas no sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro serto. E os negros, os ogs, as filhas e pais de santo cantam: Ele mesmo nosso pai e quem pode nos ajudar... Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros no o esqueam avisa no seu cntico de despedida: Ora, adeus, meus filhinhos, Queu vou e torno a vort... E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistrio da Bahia, Omolu pulou na mquina da Leste Brasileira e foi para o serto de Juazeiro. A bexiga foi com ele. Jorge Amado, Capites da Areia. 1 lazareto: estabelecimento para isolamento sanitrio de pessoas atingidas por determinadas doenas. Das propostas de substituio para os trechos sublinhados nas seguintes frases do texto, a nica que faz, de maneira adequada, a correo de um erro gramatical presente no discurso do narrador :
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Nesse livro, ousadamente, varriam-se de um golpe o sentimentalismo superficial, a fictcia unidade da pessoa humana, as frases piegas, o receio de chocar preconceitos, a concepo do predomnio do amor sobre todas as outras paixes; afirmava-se a possibilidade de construir um grande livro sem recorrer natureza, desdenhava-se a cor local; surgiram afinal homens e mulheres, e no brasileiros (no sentido pitoresco) ou gachos, ou nortistas, e, finalmente, mas no menos importante, patenteava-se a influncia inglesa em lugar da francesa. Lcia Miguel-Pereira, Histria da Literatura Brasileira Prosa de fico de 1870 a 1920. Adaptado. O livro a que se refere a autora :
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Pois, Grilo, agora realmente bem podemos dizer que o sr. D. Jacinto est firme. O Grilo arredou os culos para a testa, e levantando para o ar os cinco dedos em curva como ptalas de uma tulipa: Sua Excelncia brotou! Profundo sempre o digno preto! Sim! Aquele ressequido galho da Cidade, plantado na Serra, pegara, chupara o hmus do torro herdado, criara seiva, afundara razes, engrossara de tronco, atirara ramos, rebentara em flores, forte, sereno, ditoso, benfico, nobre, dando frutos, derramando sombra. E abrigados pela grande rvore, e por ela nutridos, cem casais* em redor o bendiziam. Ea de Queirs, A cidade e as serras. *casal: pequena propriedade rstica; pequeno povoado. O teor das imagens empregadas no texto para caracterizar a mudana pela qual passara Jacinto indica que a causa principal dessa transformao foi
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Pois, Grilo, agora realmente bem podemos dizer que o sr. D. Jacinto est firme. O Grilo arredou os culos para a testa, e levantando para o ar os cinco dedos em curva como ptalas de uma tulipa: Sua Excelncia brotou! Profundo sempre o digno preto! Sim! Aquele ressequido galho da Cidade, plantado na Serra, pegara, chupara o hmus do torro herdado, criara seiva, afundara razes, engrossara de tronco, atirara ramos, rebentara em flores, forte, sereno, ditoso, benfico, nobre, dando frutos, derramando sombra. E abrigados pela grande rvore, e por ela nutridos, cem casais* em redor o bendiziam. Ea de Queirs,A cidade e as serras. *casal: pequena propriedade rstica; pequeno povoado. Tal como se encontra caracterizado no excerto, o destino alcanado pela personagem Jacinto contrasta de modo mais completo com a maneira pela qual culmina a trajetria de vida da personagem
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Confidncia do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas caladas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida porosidade e comunicao. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hbito de sofrer, que tanto me diverte, doce herana itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereo: este So Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; esta pedra de ferro, futuro ao do Brasil; este couro de anta, estendido no sof da sala de visitas; este orgulho, esta cabea baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionrio pblico. Itabira apenas uma fotografia na parede. Mas como di! Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. Tendo em vista que o poema de Drummond contm referncias a aspectos geogrficos e histricos determinados, considere as seguintes afirmaes: I. O poeta de ferro na medida em que nativo de regio caracterizada pela existncia de importantes jazidas de minrio de ferro, intensamente exploradas. II. O poeta revela conceber sua identidade como tributria no s de uma geografia, mas tambm de uma histria, que , igualmente, a da linhagem familiar a que pertence. III. A ausncia de mulheres de que fala o poeta refere-se ampla predominncia de populao masculina, na zona de minerao intensiva de que ele originrio. Est correto o que se afirma em:
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Confidncia do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas caladas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida porosidade e comunicao. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hbito de sofrer, que tanto me diverte, doce herana itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereo: este So Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; esta pedra de ferro, futuro ao do Brasil; este couro de anta, estendido no sof da sala de visitas; este orgulho, esta cabea baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionrio pblico. Itabira apenas uma fotografia na parede. Mas como di! Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. No texto de Drummond, o eu lrico:
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Confidncia do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas caladas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida porosidade e comunicao. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hbito de sofrer, que tanto me diverte, doce herana itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereo: este So Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; esta pedra de ferro, futuro ao do Brasil; este couro de anta, estendido no sof da sala de visitas; este orgulho, esta cabea baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionrio pblico. Itabira apenas uma fotografia na parede. Mas como di! Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. Na ltima estrofe, a expresso que justifica o uso da conjuno sublinhada no verso Mas como di! :
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) A partir das imagens a seguir, pode-se inferir a progresso do delta do rio Huang Ho (Rio Amarelo), na costa leste da China, famoso pelo transporte de sedimentos conhecidos por loess. De 1979 a 2000, alterou-se consideravelmente a morfologia do delta, com o aparecimento de feies recentes sobrepostas a outras, que levaram milhes de anos para se formar. Com base na comparao entre as imagens de satlite e em seus conhecimentos, assinale a afirmao correta.
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) Tendo em vista o que a charge pretende expressar e a data de sua publicao, dentre as legendas propostas abaixo, a mais adequada para essa charge :
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) H dois lados na diviso internacional do trabalho [DIT]: um em que alguns pases especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de Amrica Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalanaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram os sculos, e a Amrica Latina aperfeioou suas funes. Este j no o reino das maravilhas, onde a realidade derrotava a fbula e a imaginao era humilhada pelos trofus das conquistas, as jazidas de ouro e as montanhas de prata. Mas a regio continua trabalhando como um servial. Continua existindo a servio de necessidades alheias, como fonte e reserva de petrleo e ferro, cobre e carne, frutas e caf, matrias-primas e alimentos, destinados aos pases ricos que ganham, consumindo-os, muito mais do que a Amrica Latina ganha produzindo-os. Eduardo Galeano. As Veias Abertas da Amrica Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. Adaptado. Sobre a atual Diviso Internacional do Trabalho (DIT), no que diz respeito minerao na Amrica Latina, correto afirmar:
(FUVEST - 2016 - 1 FASE) O vento o movimento do ar em relao superfcie terrestre. Ele se deve existncia de gradientes de presso atmosfrica, e sua distribuio representada pelas isbaras (linhas com o mesmo valor de presso atmosfrica). O vento tambm sofre influncias do movimento de rotao da Terra, podendose destacar, entre outras, a fora de desvio conhecida por efeito Coriolis. Esse efeito atua sobre os ventos deslocando sua trajetria ao longo das isbaras, conforme os hemisfrios do planeta. A. Tubelis F. J. L. Nascimento, Meteorologia Descritiva: Fundamentos e Aplicaes Brasileiras. So Paulo: Nobel, 1983. Adaptado. Com base no texto e em seus conhecimentos, em relao aos centros de alta presso (A), pode-se representar corretamente a circulao dos ventos nos Hemisfrios Sul (HS) e Norte (HN), respectivamente, conforme o esquema indicado em: --------------------------