(FUVEST - 2024)
TEXTO PARA AS QUESTÕES 01 E 02
Tempo de nos aquilombar | |
É tempo de caminhar em fingido silêncio, | |
e buscar o momento certo no grito, | |
aparentar fechar um olho evitando o cisco | |
e abrir escancaradamente o outro. | |
É tempo de fazer os ouvidos moucos | |
para os vazios lero-leros, | |
e cuidar dos passos assuntando as vias, | |
ir se vigiando atento, que o buraco é fundo. | |
É tempo de ninguém se soltar de ninguém, | |
mas olhar fundo na palma aberta | |
a alma de quem lhe oferece o gesto. | |
O laçar de mãos não pode ser algemas, | |
e sim acertada tática, necessário esquema. | |
É tempo de formar novos quilombos, | |
em qualquer lugar que estejamos | |
e que venham dias futuros, salve 2020 | |
A mística quilombola persiste afirmando: | |
“a liberdade é uma luta constante”. | |
Conceição Evaristo. Jornal O Globo, 31/12/2019. |
Considerando o enfoque do texto na denúncia social, o eu lírico revela, predominantemente,
a crítica às reações da nossa sociedade frente aos problemas que ficaram no passado.
as justificativas para a segregação social no mundo contemporâneo.
as tensões sociais presentes há tempos, sob a luz dos embates do momento atual.
a importância de contornar os problemas sociais do passado.
as peculiaridades das diferentes classes sociais ao enfrentar os problemas sociais atuais.