(IME - 2022/2023 - 1 fase) Um nmero natural palndromo quando o mesmo lido da esquerda para a direita e vice-versa. Seja um nmero natural palndromo tal que . Se um cubo perfeito, ento a soma dos algarismos de
(IME 2022/2023 - 2 fase) Texto 1 Erico Verissimo (1905 1975), nascido em Cruz Alta (RS), foi um dos escritores mais populares da chamada segunda fase modernista, que comeou na dcada de 1930. Sua obra mais conhecida o Tempo e o Vento, uma trilogia de romances, na qual ele narra a histria de um clfamiliar, os Terra Cambars, de 1745 at 1945, tendo como contexto formao da fronteira nacional na regio sul. O espao central desses romances a cidade fictcia de Santa F, situada no noroeste do Rio Grande do Sul. O texto O Sobrado, que integra o romance O Continente, versa sobre o chefe do cl, Licurgo Cambar, que resiste em casa ao cerco dos inimigos pertencentes ao cloposto, dos Amaral. Na obra, abordado um episdio da Revoluo Federalista (1893 1895), uma guerra civil entre dois grupos de ideias opostas: um que desejava aumentar os poderes do presidente da Repblica e outro que desejava uma maior autonomia aos estados. O SOBRADO 1 Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa F, que de to quieta e deserta parecia um cemitrio abandonado. Era tanto o silncio e to leve o ar, que se algum aguasse o ouvido talvez pudesse at escutar o sereno na solido. Agachado atras dum muro, Jos Lrio preparava-se para a ltima corrida. Quantos passos dali at a igreja? 5 Talvez uns dez ou doze, bem puxados. Recebera ordens para revezar o companheiro que estava de vigia no alto duma das torres da Matriz. Tenente Liroca, dissera-lhe o coronel, havia poucos minutos, suba pro alto do campanrio e fique de olho firme no quintal do Sobrado. Se algum aparecer pra tirar gua do poo, faa fogo sem piedade. Jos Lrio olhava a rua. Dez passos at a igreja. Mas quantos passos at a morte? Talvez cinco... ou 10 dois. Havia um atirador infernal na gua-furtada do Sobrado, espreita dos imprudentes que se aventurassem a cruzar a praa ou alguma rua a descoberto Os segundos passavam. Era preciso cumprir a ordem. Liroca no queria que ningum percebesse que ele hesitava, que era um covarde. Sim, covarde. Podia enganar os outros, mas nao conseguia iludir-se a si mesmo. Estava metido naquela revoluo porque era federalista e tinha vergonha na cara. Mas no se habituava nunca ao perigo. Sentira medo desde o primeiro dia, desde a primeira hora um medo que lhe vinha de baixo das tripas, e lhe subia pelo estomago at a goela, como uma geada, amolecendo-lhe as pernas, os braos, a vontade. Medo doena; medo febre. Engraado. A noite estava fria mas o suor escorria-lhe pela cara barbuda e entrava-lhe na boca, com gosto de salmoura. 20 O tiroteio cessara ao entardecer. Talvez a munio da gente do Sobrado tivesse acabado. Ele podia atravessar a rua devagarinho, assobiando e acendendo um cigarro. Seria at uma provocao bonita. Vamos, Liroca, honra o leno encarnado. Mas qual! L estava aquela sensao fria de vazio e enjoo na boca do estmago, o minuano gelado nos midos. Donde lhe vinha tanto medo? Decerto do sangue da me, pois as gentes do lado paterno eram corajosas 25 O av de Liroca fora um bravo em 35. O pai lhe morrera naquela mesma revoluo, havia pouco mais dum ano tombara estripado numa carga de lanca, mas lutando ate o ultimo momento. Lrio macho, murmurou Liroca para si mesmo. Lrio macho. Sempre que ia entrar num combate, repetia estas palavras: Lrio macho Levantou-se devagarinho, apertando a carabina com ambas as maos. Sentia o corpo dorido, a garganta 30 seca. Tornou a olhar para a igreja. Dez passos. Podia percorr-los nuns cinco segundos, quando muito. Era s um upa e estava tudo terminado. Fez avanar cautelosamente a cabea e, com a quina do muro a tocar-lhe o meio da testa e a ponta do nariz, fechou o olho direito e com o esquerdo ficou espiando o Sobrado que l estava, do outro lado da praa, com sua fachada branca, a dupla fileira de janelas, a sacada de ferro e os altos muros de fortaleza. Havia no casaro algo de terrivelmente humano que fez o corao de JosLrio pulsar com mais 35 fora. Os federalistas tinham tomado a cidade havia quase uma semana, mas Licurgo Cambara, o intendente e chefe poltico republicano do municpio, encastelara-se em sua casa com toda a famlia e um grupo de correligionrios, e de l ainda oferecia resistncia. Enquanto o Sobrado no capitulasse, os revolucionrios no poderiam considerar-se senhores de Santa F, pois os atiradores da gua-furtada praticamente dominavam 40 a praa e as ruas em derredor. Por alguns instantes JosLrio ficou a mirar a fachada do casaro, e de repente a lembrana de que Maria Valria estava l dentro lhe varou o peito como um pontao de lana. Soltou um suspiro fundo e entrecortado, que foi quase um soluo. De novo se encolheu atrs do muro e tornou a olhar para a igreja. Se conseguisse chegar a salvo at a parede lateral, ficaria fora do alcance do atirador do Sobrado, e poderia entrar no campanrio 45 pela porta da sacristia. Vamos, Liroca, so uma corrida. Que te pode acontecer? O homem te enxerga, faz pontaria, atira e acerta. Uma bala na cabea. Pronto! Cais de cara no cho e est tudo liquidado. Acaba-se a agonia. Dizem que quando a bala entra no corpo da gente, no primeiro momento no di. Depois que vem a ardncia, como se ela fosse de ferro em brasa. Mas quando o ferimento mortal no se sente nada. O pior arma branca. Vamos, Liroca 50 Dez passos. Cinco segundos. Lrio macho, Lrio macho. Jos Lrio continuava imvel, olhando a rua. Ainda ontem um companheiro seu ousara atravessar aquele trecho luz do dia, num momento em que o tiroteio cessara. Ia cantando e fanfarronando. Viu-se de repente na gua-furtada do sobrado um claro acompanhado dum estampido, e o homem tombou. O sangue comeou a borbotar-lhe do peito e a empapar a terra. 55 Vamos, menino! Quem falava agora nos pensamentos de Liroca era seu pai, o velho Maneco Lrio. Sua voz spera como lixa vinha de longe, de um certo dia da infncia em que Liroca faltara escola e ao chegar a casa encontrara o pai atras da porta com um rebenque na mo. Agora tu me pagas, salafrrio! Liroca sara a correr como um doido na direo do fundo do quintal. Espera, poltro! E de repente o que o velho Maneco tinha nas mos no era mais o chicote, e sim as prprias vsceras, que lhe escorriam moles e visguentas da 60 ferida do ventre. Vamos, covarde! De sbito, como tomado dum demnio, Liroca ergueu-se, apertou a carabina contra o peito e deitou a correr na direo da igreja. Seus passos soaram fofos na terra. Deu cinco passadas e a meio caminho, sem olhar para o Sobrado, numa voz frentica de quem pede socorro, gritou: Pica-paus do inferno! Sou homem!. Continuou a correr e, ao chegar ao ponto morto atras da parede lateral da igreja, rojou-se ao solo e ali ficou, arquejante, com 65 o peito colado terra, o corao a bater acelerado, e sentindo entrar-lhe na boca e nas narinas talos de grama umida de sereno. A la fresca!, murmurou ele. A la fresca! Estava inteiro, estava salvo. Fechou os olhos e deixou-se quedar onde estava, babujando a terra com sua saliva grossa, a garganta a arder, e o corpo todo amolentado por uma fraqueza que lhe dava um trmulo desejo de chorar. VERISSIMO, Erico. O tempo e o vento, parte I: O Continente. 4 ed. Sao Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 17- 19 (texto adaptado). Texto 2 PENSAR A CIBERGUERRA 1 A ideia de ciberguerra tem sido questionada por alguns estudiosos, tanto militares quanto civis. Para Thomas Rid, por exemplo, no houve at o momento qualquer ciberataque que possa enquadrar na clssica definio de Clausewitz1 para o ato de guerra. Para o pensador prussiano, basicamente se pode classificar como ato de guerra algo relacionado a aes violentas. Alm disso, o ato de guerra sempre instrumental, isto , atravs 5 da violncia fsica ou da ameaa do uso da fora e possvel impelir o inimigo a realizar aquilo que o atacante deseja. E ainda no se deve esquecer uma terceira caracterstica do ato de guerra: o ataque deve ser algum tipo de ideia-noo ou inteno de meta poltica. Um dos problemas apresentados aqui e pensar aquilo que se entende por violncia. Nesse caso, conforme Jarno Limnll, estamos lidando com um conceito ambguo, que agrega mais do que causas fsicas ou a morte. 10 A ciberguerra compe parte daquilo que alguns chamam de guerra no convencional. A ocorrncia de um incidente envolvendo ataques rede de um determinado pas logo desperta comparaes com a vasta filmografia sobre revoltas de computadores, sobre os indomavis hackers. Mas, ao contrrio, talvez fosse interessante diminuir os excessos sobre o assunto e traz-lo cuidadosamente para o lugar da histria. O texto Cyberwar is coming!, de John Arquilla e David Ronfeldt, foi um dos primeiros a apontar a sin- 15 gularidade de novos modos de conflito. Publicado pela Rand Corporation, agncia reconhecida por subsidiar o Departamento de Defesa norte-americano, o trabalho da dupla repercutiu ao apresentar a necessidade de pensar as tecnologias da informao como aspecto central nas novas estratgias militares. Arquilla e Ronfeldt destacam a necessidade de conhecer o campo inimigo, revelam inspirao nos mongis do sculo XIII, afirmam a importncia de considerar a relao histrica entre mudanas tecnolgicas e novas formulaes para as 20 doutrinas militares. Anos depois, a mesma dupla de pesquisadores publicaria outro trabalho, procurando delimitar aquilo a que chamaram de netwar, a guerra em rede. Para eles, esse modo de conflito ganharia preponderancia, haja vista que, para levar adiante uma ciberguerra, seria necessaria uma quantidade maior de recursos financeiros e um repertorio menor de artefatos a serem utilizados. A netwar seria tpica de conflitos de baixa intensidade, sendo 25 perceptvel com maior nitidez nas aes de grupos como o Hamas e os zapatistas. Provavelmente, a diferena mais visvel entre os dois tipos de conflito, ciberguerra e guerra em rede, possa ser observada no fato de que o primeiro exige o uso de ambientes cibernticos, enquanto o segundo no. Sendo assim, as ciberguerras apresentam um maior potencial para serem empreendidas por agentes estatais, embora isso no seja uma regra. Os formatos em torno da ciberguerra tambm evidenciam a necessidade do uso das 30 redes de computadores para que os resultados esperados sejam atingidos. Nye Jr. chama a ateno para a fora que os conflitos cibernticos ganharam neste sculo. O fato de possibilitarem a participao de agentes no estatais e a insero cada vez mais profunda dos computadores e softwares na vida cotidiana somente refora a necessidade de considerarmos os influxos desse tipo de ao. Evidentemente, acompanhar a ideia de que existe ciberguerra envolve a compreensao das semelhanas e 35 diferenas em relao ao que classicamente consideramos uma guerra. Numa guerra do tipo clssico, o aspecto fsico exerce papel fundamental. Deve-se levar em conta o preparo de tropas fisicamente saudveis, habilidosas no manejo de armamentos e com a possibilidade de movimentao em diferentes terrenos. Em tal modalidade de guerra, os combates tendem a cessar a partir da exausto das tropas ou por seu desgaste. Por um lado, os governos dispem de um quase monoplio do uso da fora 40 em larga escala, e os defensores precisam conhecer muito bem o terreno de movimentao. Alm disso, preciso considerar que um combate desse tipo requer considerveis recursos de manuteno, mobilidade e investimentos financeiros. Afinal de contas, deslocar tropas do Atlntico Norte para o Pacfico ou da Amrica do Sul para a frica exige tempo e considervel gasto com combustveis, entre outros. Toda essa situao ganha contornos diferentes na ciberguerra. Nela podem atuar diversos atores, estatais 45 e no estatais, identificados e annimos. A distncia fsica e quase irrelevante, o ataque se sobrepe a defesa, j que a rede mundial de computadores no foi pensada como algo a ser necessariamente defendido. Outra caracterstica est no fato de que a parte maior, e oficialmente mais poderosa, tem capacidade limitada para desarmar ou destruir o inimigo, ocupar o territrio ou usar efetivamente estratgias de fora contrria. Em 2014, por exemplo, nos confrontos entre a Rssia e a Ucrnia, o sistema de comunicaes via telefone 50 celular ucraniano foi atacado. A companhia Ukrtelecom teve suas instalaes invadidas por homens armados que danificaram cabos de fibra tica, comprometendo seriamente o fornecimento do servio. Por outro lado, grupos de hackers ucranianos, a exemplo do Cyber-Berkut, atacaram as pginas russas. O site da agncia de comunicao estatal Russia Today foi invadido e nele a palavra russos foi substituda por nazistas Justamente por suas caractersticas, trata-se de um conflito que mais frequentemente se desenvolve nas 55 sombras, com certa discrio. Se h cibercomandos, eles so anunciados sempre como unidades de funo defensiva, no de ataque. Ao mesmo tempo, importante pensar que as intervenes cibernticas podem servir como ato de abertura de uma guerra mais convencional. Dito de outro modo, um ataque ciberntico pode ser o primeiro passo em uma ao maior. LEO, Kari; SILVA, Francisco.Por que a guerra?: Das batalhas gregas a ciberguerra - uma histria da violncia entre os homens. 1 ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2018, p. 469 - 472 (texto adaptado). 1Carl Von Clausewitz (1790 1831) foi um experiente militar prussiano, especialista em estratgias de batalhas e considerado um grande terico devido s suas definies amplamente difundidas sobre a guerra. Considere as assertivas a seguir: I. O texto 1 descreve os percalos e as agruras tpicas de uma situao de combate que se distingue do ato de guerra clssico, descrito por Clausewitz no texto 2. II. O texto 2 se apoia nas definies de guerra feitas por Clausewitz para criticar as novas formas de conflito armado, que ensejam a participao de atores no estatais em atuao sub-reptcia e a distncia. III. O texto 2 caracteriza os principais aspectos da ciberguerra, tambm chamada de netwar, como o tipo de conflito armado que se difundiu apos a criao da rede mundial de computadores. Est(o) correta(s) apenas a(s) assertiva(s):
(IME - 2022/2023 - 1 fase) Um cubo de arestas de comprimento fabricado a partir de uma chapa metlica fina de densidade superficial de massa S. O cubo encontra-se bem vedado e possui 20% de seu volume interior preenchido com leo e o restante preenchido com ar. Em certo momento, o cubo colocado dentro de um reservatrio de gua e permanece em equilbrio na posio ilustrada na figura. Dados: massa especfica da gua: 1 ; massa especfica do leo: 0,8 . Observaes: a massa do ar no interior do cubo desprezvel; a espessura da chapa desprezvel em relao ao comprimento L das arestas; a unidade de cm; a unidade de . A relao , em , :
(IME 2022/2023 - 2 fase) Texto 2 PENSAR A CIBERGUERRA 1 A ideia de ciberguerra tem sido questionada por alguns estudiosos, tanto militares quanto civis. Para Thomas Rid, por exemplo, no houve at o momento qualquer ciberataque que possa enquadrar na clssica definio de Clausewitz1 para o ato de guerra. Para o pensador prussiano, basicamente se pode classificar como ato de guerra algo relacionado a aes violentas. Alm disso, o ato de guerra sempre instrumental, isto , atravs 5 da violncia fsica ou da ameaa do uso da fora e possvel impelir o inimigo a realizar aquilo que o atacante deseja. E ainda no se deve esquecer uma terceira caracterstica do ato de guerra: o ataque deve ser algum tipo de ideia-noo ou inteno de meta poltica. Um dos problemas apresentados aqui e pensar aquilo que se entende por violncia. Nesse caso, conforme Jarno Limnll, estamos lidando com um conceito ambguo, que agrega mais do que causas fsicas ou a morte. 10 A ciberguerra compe parte daquilo que alguns chamam de guerra no convencional. A ocorrncia de um incidente envolvendo ataques rede de um determinado pas logo desperta comparaes com a vasta filmografia sobre revoltas de computadores, sobre os indomavis hackers. Mas, ao contrrio, talvez fosse interessante diminuir os excessos sobre o assunto e traz-lo cuidadosamente para o lugar da histria. O texto Cyberwar is coming!, de John Arquilla e David Ronfeldt, foi um dos primeiros a apontar a sin- 15 gularidade de novos modos de conflito. Publicado pela Rand Corporation, agncia reconhecida por subsidiar o Departamento de Defesa norte-americano, o trabalho da dupla repercutiu ao apresentar a necessidade de pensar as tecnologias da informao como aspecto central nas novas estratgias militares. Arquilla e Ronfeldt destacam a necessidade de conhecer o campo inimigo, revelam inspirao nos mongis do sculo XIII, afirmam a importncia de considerar a relao histrica entre mudanas tecnolgicas e novas formulaes para as 20 doutrinas militares. Anos depois, a mesma dupla de pesquisadores publicaria outro trabalho, procurando delimitar aquilo a que chamaram de netwar, a guerra em rede. Para eles, esse modo de conflito ganharia preponderancia, haja vista que, para levar adiante uma ciberguerra, seria necessaria uma quantidade maior de recursos financeiros e um repertorio menor de artefatos a serem utilizados. A netwar seria tpica de conflitos de baixa intensidade, sendo 25 perceptvel com maior nitidez nas aes de grupos como o Hamas e os zapatistas. Provavelmente, a diferena mais visvel entre os dois tipos de conflito, ciberguerra e guerra em rede, possa ser observada no fato de que o primeiro exige o uso de ambientes cibernticos, enquanto o segundo no. Sendo assim, as ciberguerras apresentam um maior potencial para serem empreendidas por agentes estatais, embora isso no seja uma regra. Os formatos em torno da ciberguerra tambm evidenciam a necessidade do uso das 30 redes de computadores para que os resultados esperados sejam atingidos. Nye Jr. chama a ateno para a fora que os conflitos cibernticos ganharam neste sculo. O fato de possibilitarem a participao de agentes no estatais e a insero cada vez mais profunda dos computadores e softwares na vida cotidiana somente refora a necessidade de considerarmos os influxos desse tipo de ao. Evidentemente, acompanhar a ideia de que existe ciberguerra envolve a compreensao das semelhanas e 35 diferenas em relao ao que classicamente consideramos uma guerra. Numa guerra do tipo clssico, o aspecto fsico exerce papel fundamental. Deve-se levar em conta o preparo de tropas fisicamente saudveis, habilidosas no manejo de armamentos e com a possibilidade de movimentao em diferentes terrenos. Em tal modalidade de guerra, os combates tendem a cessar a partir da exausto das tropas ou por seu desgaste. Por um lado, os governos dispem de um quase monoplio do uso da fora 40 em larga escala, e os defensores precisam conhecer muito bem o terreno de movimentao. Alm disso, preciso considerar que um combate desse tipo requer considerveis recursos de manuteno, mobilidade e investimentos financeiros. Afinal de contas, deslocar tropas do Atlntico Norte para o Pacfico ou da Amrica do Sul para a frica exige tempo e considervel gasto com combustveis, entre outros. Toda essa situao ganha contornos diferentes na ciberguerra. Nela podem atuar diversos atores, estatais 45 e no estatais, identificados e annimos. A distncia fsica e quase irrelevante, o ataque se sobrepe a defesa, j que a rede mundial de computadores no foi pensada como algo a ser necessariamente defendido. Outra caracterstica est no fato de que a parte maior, e oficialmente mais poderosa, tem capacidade limitada para desarmar ou destruir o inimigo, ocupar o territrio ou usar efetivamente estratgias de fora contrria. Em 2014, por exemplo, nos confrontos entre a Rssia e a Ucrnia, o sistema de comunicaes via telefone 50 celular ucraniano foi atacado. A companhia Ukrtelecom teve suas instalaes invadidas por homens armados que danificaram cabos de fibra tica, comprometendo seriamente o fornecimento do servio. Por outro lado, grupos de hackers ucranianos, a exemplo do Cyber-Berkut, atacaram as pginas russas. O site da agncia de comunicao estatal Russia Today foi invadido e nele a palavra russos foi substituda por nazistas Justamente por suas caractersticas, trata-se de um conflito que mais frequentemente se desenvolve nas 55 sombras, com certa discrio. Se h cibercomandos, eles so anunciados sempre como unidades de funo defensiva, no de ataque. Ao mesmo tempo, importante pensar que as intervenes cibernticas podem servir como ato de abertura de uma guerra mais convencional. Dito de outro modo, um ataque ciberntico pode ser o primeiro passo em uma ao maior. LEO, Kari; SILVA, Francisco.Por que a guerra?: Das batalhas gregas a ciberguerra - uma histria da violncia entre os homens. 1 ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2018, p. 469 - 472 (texto adaptado). 1Carl Von Clausewitz (1790 1831) foi um experiente militar prussiano, especialista em estratgias de batalhas e considerado um grande terico devido s suas definies amplamente difundidas sobre a guerra. A ciberguerra compoe parte daquilo que alguns chamam de guerra no convencional [...]. Arquilla e Ronfeldt destacam a necessidade de conhecer o campo inimigo, revelam inspirao nos mongis [...] para as doutrinas militares. (texto 2, linhas 10 a 20) Estrategias argumentativas so o resultado de como o autor organiza e apresenta seus argumentos ao longo de umtexto. Entre as estratgias argumentativas utilizadas para sustentar a tese apresentada no excerto acima, destaca-se a recorrncia de:
(IME - 2022/2023 - 1 fase) Na figura mostra-se um tanque sendo alimentado por uma bomba dgua, um agitador e um sistema de aquecimento. Dados: massa especfica da gua: ; calor especfico da gua: ; vazo de gua da bomba: ; 1 cal =. Observaes: no h perdas de calor pelo tanque; toda energia dissipada pela resistncia aquece a gua; o agitador mistura toda a gua do tanque, mantendo-a numa mesma temperatura. A gua do tanque e a fornecida pela bomba encontram-se a . Em determinado instante, o tanque contm 220 L de gua e a chave S do sistema de aquecimento fechada. O tempo, em minutos, para que a gua do tanque atinja ser:
(IME - 2022/2023 - 1 fase) Um fsico pilotando uma espaonave foi multado por avano de um semforo de trnsito interestelar. Em sua defesa, alegou que via luz verde ao avanar o semforo. Alm de ter sua defesa indeferida, o fsico ainda recebeu outra multa por excesso de velocidade. Dados: velocidade da luz no vcuo: ; comprimento de onda da cor verde (siga): ; comprimento de onda da cor vermelho (pare): . A velocidade mnima da espaonave era:
(IME 2022/2023 - 2 fase) Texto 2 PENSAR A CIBERGUERRA 1 A ideia de ciberguerra tem sido questionada por alguns estudiosos, tanto militares quanto civis. Para Thomas Rid, por exemplo, no houve at o momento qualquer ciberataque que possa enquadrar na clssica definio de Clausewitz1 para o ato de guerra. Para o pensador prussiano, basicamente se pode classificar como ato de guerra algo relacionado a aes violentas. Alm disso, o ato de guerra sempre instrumental, isto , atravs 5 da violncia fsica ou da ameaa do uso da fora e possvel impelir o inimigo a realizar aquilo que o atacante deseja. E ainda no se deve esquecer uma terceira caracterstica do ato de guerra: o ataque deve ser algum tipo de ideia-noo ou inteno de meta poltica. Um dos problemas apresentados aqui e pensar aquilo que se entende por violncia. Nesse caso, conforme Jarno Limnll, estamos lidando com um conceito ambguo, que agrega mais do que causas fsicas ou a morte. 10 A ciberguerra compe parte daquilo que alguns chamam de guerra no convencional. A ocorrncia de um incidente envolvendo ataques rede de um determinado pas logo desperta comparaes com a vasta filmografia sobre revoltas de computadores, sobre os indomavis hackers. Mas, ao contrrio, talvez fosse interessante diminuir os excessos sobre o assunto e traz-lo cuidadosamente para o lugar da histria. O texto Cyberwar is coming!, de John Arquilla e David Ronfeldt, foi um dos primeiros a apontar a sin- 15 gularidade de novos modos de conflito. Publicado pela Rand Corporation, agncia reconhecida por subsidiar o Departamento de Defesa norte-americano, o trabalho da dupla repercutiu ao apresentar a necessidade de pensar as tecnologias da informao como aspecto central nas novas estratgias militares. Arquilla e Ronfeldt destacam a necessidade de conhecer o campo inimigo, revelam inspirao nos mongis do sculo XIII, afirmam a importncia de considerar a relao histrica entre mudanas tecnolgicas e novas formulaes para as 20 doutrinas militares. Anos depois, a mesma dupla de pesquisadores publicaria outro trabalho, procurando delimitar aquilo a que chamaram de netwar, a guerra em rede. Para eles, esse modo de conflito ganharia preponderancia, haja vista que, para levar adiante uma ciberguerra, seria necessaria uma quantidade maior de recursos financeiros e um repertorio menor de artefatos a serem utilizados. A netwar seria tpica de conflitos de baixa intensidade, sendo 25 perceptvel com maior nitidez nas aes de grupos como o Hamas e os zapatistas. Provavelmente, a diferena mais visvel entre os dois tipos de conflito, ciberguerra e guerra em rede, possa ser observada no fato de que o primeiro exige o uso de ambientes cibernticos, enquanto o segundo no. Sendo assim, as ciberguerras apresentam um maior potencial para serem empreendidas por agentes estatais, embora isso no seja uma regra. Os formatos em torno da ciberguerra tambm evidenciam a necessidade do uso das 30 redes de computadores para que os resultados esperados sejam atingidos. Nye Jr. chama a ateno para a fora que os conflitos cibernticos ganharam neste sculo. O fato de possibilitarem a participao de agentes no estatais e a insero cada vez mais profunda dos computadores e softwares na vida cotidiana somente refora a necessidade de considerarmos os influxos desse tipo de ao. Evidentemente, acompanhar a ideia de que existe ciberguerra envolve a compreensao das semelhanas e 35 diferenas em relao ao que classicamente consideramos uma guerra. Numa guerra do tipo clssico, o aspecto fsico exerce papel fundamental. Deve-se levar em conta o preparo de tropas fisicamente saudveis, habilidosas no manejo de armamentos e com a possibilidade de movimentao em diferentes terrenos. Em tal modalidade de guerra, os combates tendem a cessar a partir da exausto das tropas ou por seu desgaste. Por um lado, os governos dispem de um quase monoplio do uso da fora 40 em larga escala, e os defensores precisam conhecer muito bem o terreno de movimentao. Alm disso, preciso considerar que um combate desse tipo requer considerveis recursos de manuteno, mobilidade e investimentos financeiros. Afinal de contas, deslocar tropas do Atlntico Norte para o Pacfico ou da Amrica do Sul para a frica exige tempo e considervel gasto com combustveis, entre outros. Toda essa situao ganha contornos diferentes na ciberguerra. Nela podem atuar diversos atores, estatais 45 e no estatais, identificados e annimos. A distncia fsica e quase irrelevante, o ataque se sobrepe a defesa, j que a rede mundial de computadores no foi pensada como algo a ser necessariamente defendido. Outra caracterstica est no fato de que a parte maior, e oficialmente mais poderosa, tem capacidade limitada para desarmar ou destruir o inimigo, ocupar o territrio ou usar efetivamente estratgias de fora contrria. Em 2014, por exemplo, nos confrontos entre a Rssia e a Ucrnia, o sistema de comunicaes via telefone 50 celular ucraniano foi atacado. A companhia Ukrtelecom teve suas instalaes invadidas por homens armados que danificaram cabos de fibra tica, comprometendo seriamente o fornecimento do servio. Por outro lado, grupos de hackers ucranianos, a exemplo do Cyber-Berkut, atacaram as pginas russas. O site da agncia de comunicao estatal Russia Today foi invadido e nele a palavra russos foi substituda por nazistas Justamente por suas caractersticas, trata-se de um conflito que mais frequentemente se desenvolve nas 55 sombras, com certa discrio. Se h cibercomandos, eles so anunciados sempre como unidades de funo defensiva, no de ataque. Ao mesmo tempo, importante pensar que as intervenes cibernticas podem servir como ato de abertura de uma guerra mais convencional. Dito de outro modo, um ataque ciberntico pode ser o primeiro passo em uma ao maior. LEO, Kari; SILVA, Francisco.Por que a guerra?: Das batalhas gregas a ciberguerra - uma histria da violncia entre os homens. 1 ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2018, p. 469 - 472 (texto adaptado). 1Carl Von Clausewitz (1790 1831) foi um experiente militar prussiano, especialista em estratgias de batalhas e considerado um grande terico devido s suas definies amplamente difundidas sobre a guerra. A companhia Ukrtelecom teve suas instalaes invadidas por homens armados que danificaram cabos de fibra tica, comprometendo seriamente o fornecimento do servio. (texto 2, linhas 50 e 51) Segundo os preceitos da gramtica normativa, considere as seguintes afirmaes relacionadas ao excerto do texto 2 apresentado: I. A expresso por homens armados exerce a funo sinttica de adjunto adverbial de causa. II. Em [...] que danificaram cabos de fibra tica, [...], a orao em destaque exerce a funo de adjunto adnominal. III. O voabulo que possui natureza morfolgica de pronome com a funo sinttica de agente da passiva. Est(o) correta(s) apenas a(s) assertiva(s):
(IME - 2022/2023 - 1 fase) Em dois experimentos, A e B, uma partcula foi fixada esquerda e outra partcula direita foi solta com velocidade nula, conforme geometrias apresentadas nas figuras acima. Em cada experimento, mediu-se a velocidade final que a partcula da direita alcanou muito tempo aps ser solta. Observao: os movimentos das partculas nos experimentos ocorrem sempre na horizontal e sem a influncia da gravidade. Definindo como a velocidade escalar final da partcula solta no experimento A e como a velocidade escalar final da partcula solta no experimento B, a razo
(IME 2022/2023 - 2 fase) Texto 2 PENSAR A CIBERGUERRA 1 A ideia de ciberguerra tem sido questionada por alguns estudiosos, tanto militares quanto civis. Para Thomas Rid, por exemplo, no houve at o momento qualquer ciberataque que possa enquadrar na clssica definio de Clausewitz1 para o ato de guerra. Para o pensador prussiano, basicamente se pode classificar como ato de guerra algo relacionado a aes violentas. Alm disso, o ato de guerra sempre instrumental, isto , atravs 5 da violncia fsica ou da ameaa do uso da fora e possvel impelir o inimigo a realizar aquilo que o atacante deseja. E ainda no se deve esquecer uma terceira caracterstica do ato de guerra: o ataque deve ser algum tipo de ideia-noo ou inteno de meta poltica. Um dos problemas apresentados aqui e pensar aquilo que se entende por violncia. Nesse caso, conforme Jarno Limnll, estamos lidando com um conceito ambguo, que agrega mais do que causas fsicas ou a morte. 10 A ciberguerra compe parte daquilo que alguns chamam de guerra no convencional. A ocorrncia de um incidente envolvendo ataques rede de um determinado pas logo desperta comparaes com a vasta filmografia sobre revoltas de computadores, sobre os indomavis hackers. Mas, ao contrrio, talvez fosse interessante diminuir os excessos sobre o assunto e traz-lo cuidadosamente para o lugar da histria. O texto Cyberwar is coming!, de John Arquilla e David Ronfeldt, foi um dos primeiros a apontar a sin- 15 gularidade de novos modos de conflito. Publicado pela Rand Corporation, agncia reconhecida por subsidiar o Departamento de Defesa norte-americano, o trabalho da dupla repercutiu ao apresentar a necessidade de pensar as tecnologias da informao como aspecto central nas novas estratgias militares. Arquilla e Ronfeldt destacam a necessidade de conhecer o campo inimigo, revelam inspirao nos mongis do sculo XIII, afirmam a importncia de considerar a relao histrica entre mudanas tecnolgicas e novas formulaes para as 20 doutrinas militares. Anos depois, a mesma dupla de pesquisadores publicaria outro trabalho, procurando delimitar aquilo a que chamaram de netwar, a guerra em rede. Para eles, esse modo de conflito ganharia preponderancia, haja vista que, para levar adiante uma ciberguerra, seria necessaria uma quantidade maior de recursos financeiros e um repertorio menor de artefatos a serem utilizados. A netwar seria tpica de conflitos de baixa intensidade, sendo 25 perceptvel com maior nitidez nas aes de grupos como o Hamas e os zapatistas. Provavelmente, a diferena mais visvel entre os dois tipos de conflito, ciberguerra e guerra em rede, possa ser observada no fato de que o primeiro exige o uso de ambientes cibernticos, enquanto o segundo no. Sendo assim, as ciberguerras apresentam um maior potencial para serem empreendidas por agentes estatais, embora isso no seja uma regra. Os formatos em torno da ciberguerra tambm evidenciam a necessidade do uso das 30 redes de computadores para que os resultados esperados sejam atingidos. Nye Jr. chama a ateno para a fora que os conflitos cibernticos ganharam neste sculo. O fato de possibilitarem a participao de agentes no estatais e a insero cada vez mais profunda dos computadores e softwares na vida cotidiana somente refora a necessidade de considerarmos os influxos desse tipo de ao. Evidentemente, acompanhar a ideia de que existe ciberguerra envolve a compreensao das semelhanas e 35 diferenas em relao ao que classicamente consideramos uma guerra. Numa guerra do tipo clssico, o aspecto fsico exerce papel fundamental. Deve-se levar em conta o preparo de tropas fisicamente saudveis, habilidosas no manejo de armamentos e com a possibilidade de movimentao em diferentes terrenos. Em tal modalidade de guerra, os combates tendem a cessar a partir da exausto das tropas ou por seu desgaste. Por um lado, os governos dispem de um quase monoplio do uso da fora 40 em larga escala, e os defensores precisam conhecer muito bem o terreno de movimentao. Alm disso, preciso considerar que um combate desse tipo requer considerveis recursos de manuteno, mobilidade e investimentos financeiros. Afinal de contas, deslocar tropas do Atlntico Norte para o Pacfico ou da Amrica do Sul para a frica exige tempo e considervel gasto com combustveis, entre outros. Toda essa situao ganha contornos diferentes na ciberguerra. Nela podem atuar diversos atores, estatais 45 e no estatais, identificados e annimos. A distncia fsica e quase irrelevante, o ataque se sobrepe a defesa, j que a rede mundial de computadores no foi pensada como algo a ser necessariamente defendido. Outra caracterstica est no fato de que a parte maior, e oficialmente mais poderosa, tem capacidade limitada para desarmar ou destruir o inimigo, ocupar o territrio ou usar efetivamente estratgias de fora contrria. Em 2014, por exemplo, nos confrontos entre a Rssia e a Ucrnia, o sistema de comunicaes via telefone 50 celular ucraniano foi atacado. A companhia Ukrtelecom teve suas instalaes invadidas por homens armados que danificaram cabos de fibra tica, comprometendo seriamente o fornecimento do servio. Por outro lado, grupos de hackers ucranianos, a exemplo do Cyber-Berkut, atacaram as pginas russas. O site da agncia de comunicao estatal Russia Today foi invadido e nele a palavra russos foi substituda por nazistas Justamente por suas caractersticas, trata-se de um conflito que mais frequentemente se desenvolve nas 55 sombras, com certa discrio. Se h cibercomandos, eles so anunciados sempre como unidades de funo defensiva, no de ataque. Ao mesmo tempo, importante pensar que as intervenes cibernticas podem servir como ato de abertura de uma guerra mais convencional. Dito de outro modo, um ataque ciberntico pode ser o primeiro passo em uma ao maior. LEO, Kari; SILVA, Francisco.Por que a guerra?: Das batalhas gregas a ciberguerra - uma histria da violncia entre os homens. 1 ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2018, p. 469 - 472 (texto adaptado). 1Carl Von Clausewitz (1790 1831) foi um experiente militar prussiano, especialista em estratgias de batalhas e considerado um grande terico devido s suas definies amplamente difundidas sobre a guerra. Leia o excerto do texto 2: A idia de ciberguerra tem sido questionada por alguns estudiosos, tanto militares quanto civis. Para Thomas Rid, por exemplo, no houve ato momento qualquer ciberataque que possa enquadrar na clssica definio de Clausewitz para o ato de guerra. Para o pensador prussiano, basicamente se pode classificar como ato de guerra algo relacionado a aes violentas. Alm disso, o ato de guerra sempreinstrumental, isto e, atravs da violncia fsica ou da ameaa do uso da fora e possvel impelir o inimigo a realizar aquilo que o atacante deseja. E ainda no se deveesquecer uma terceira caracterstica do ato de guerra: o ataque deve ser algum tipo de ideia-noo ou inteno de meta poltica. (linhas 1 a 7) Os termos que poderiam substituir os vocbulos em negrito, respectivamente, sem perda significativa de sentido, so:
(IME 2022/2023 - 2 fase) Texto 2 PENSAR A CIBERGUERRA 1 A ideia de ciberguerra tem sido questionada por alguns estudiosos, tanto militares quanto civis. Para Thomas Rid, por exemplo, no houve at o momento qualquer ciberataque que possa enquadrar na clssica definio de Clausewitz1 para o ato de guerra. Para o pensador prussiano, basicamente se pode classificar como ato de guerra algo relacionado a aes violentas. Alm disso, o ato de guerra sempre instrumental, isto , atravs 5 da violncia fsica ou da ameaa do uso da fora e possvel impelir o inimigo a realizar aquilo que o atacante deseja. E ainda no se deve esquecer uma terceira caracterstica do ato de guerra: o ataque deve ser algum tipo de ideia-noo ou inteno de meta poltica. Um dos problemas apresentados aqui e pensar aquilo que se entende por violncia. Nesse caso, conforme Jarno Limnll, estamos lidando com um conceito ambguo, que agrega mais do que causas fsicas ou a morte. 10 A ciberguerra compe parte daquilo que alguns chamam de guerra no convencional. A ocorrncia de um incidente envolvendo ataques rede de um determinado pas logo desperta comparaes com a vasta filmografia sobre revoltas de computadores, sobre os indomavis hackers. Mas, ao contrrio, talvez fosse interessante diminuir os excessos sobre o assunto e traz-lo cuidadosamente para o lugar da histria. O texto Cyberwar is coming!, de John Arquilla e David Ronfeldt, foi um dos primeiros a apontar a sin- 15 gularidade de novos modos de conflito. Publicado pela Rand Corporation, agncia reconhecida por subsidiar o Departamento de Defesa norte-americano, o trabalho da dupla repercutiu ao apresentar a necessidade de pensar as tecnologias da informao como aspecto central nas novas estratgias militares. Arquilla e Ronfeldt destacam a necessidade de conhecer o campo inimigo, revelam inspirao nos mongis do sculo XIII, afirmam a importncia de considerar a relao histrica entre mudanas tecnolgicas e novas formulaes para as 20 doutrinas militares. Anos depois, a mesma dupla de pesquisadores publicaria outro trabalho, procurando delimitar aquilo a que chamaram de netwar, a guerra em rede. Para eles, esse modo de conflito ganharia preponderancia, haja vista que, para levar adiante uma ciberguerra, seria necessaria uma quantidade maior de recursos financeiros e um repertorio menor de artefatos a serem utilizados. A netwar seria tpica de conflitos de baixa intensidade, sendo 25 perceptvel com maior nitidez nas aes de grupos como o Hamas e os zapatistas. Provavelmente, a diferena mais visvel entre os dois tipos de conflito, ciberguerra e guerra em rede, possa ser observada no fato de que o primeiro exige o uso de ambientes cibernticos, enquanto o segundo no. Sendo assim, as ciberguerras apresentam um maior potencial para serem empreendidas por agentes estatais, embora isso no seja uma regra. Os formatos em torno da ciberguerra tambm evidenciam a necessidade do uso das 30 redes de computadores para que os resultados esperados sejam atingidos. Nye Jr. chama a ateno para a fora que os conflitos cibernticos ganharam neste sculo. O fato de possibilitarem a participao de agentes no estatais e a insero cada vez mais profunda dos computadores e softwares na vida cotidiana somente refora a necessidade de considerarmos os influxos desse tipo de ao. Evidentemente, acompanhar a ideia de que existe ciberguerra envolve a compreensao das semelhanas e 35 diferenas em relao ao que classicamente consideramos uma guerra. Numa guerra do tipo clssico, o aspecto fsico exerce papel fundamental. Deve-se levar em conta o preparo de tropas fisicamente saudveis, habilidosas no manejo de armamentos e com a possibilidade de movimentao em diferentes terrenos. Em tal modalidade de guerra, os combates tendem a cessar a partir da exausto das tropas ou por seu desgaste. Por um lado, os governos dispem de um quase monoplio do uso da fora 40 em larga escala, e os defensores precisam conhecer muito bem o terreno de movimentao. Alm disso, preciso considerar que um combate desse tipo requer considerveis recursos de manuteno, mobilidade e investimentos financeiros. Afinal de contas, deslocar tropas do Atlntico Norte para o Pacfico ou da Amrica do Sul para a frica exige tempo e considervel gasto com combustveis, entre outros. Toda essa situao ganha contornos diferentes na ciberguerra. Nela podem atuar diversos atores, estatais 45 e no estatais, identificados e annimos. A distncia fsica e quase irrelevante, o ataque se sobrepe a defesa, j que a rede mundial de computadores no foi pensada como algo a ser necessariamente defendido. Outra caracterstica est no fato de que a parte maior, e oficialmente mais poderosa, tem capacidade limitada para desarmar ou destruir o inimigo, ocupar o territrio ou usar efetivamente estratgias de fora contrria. Em 2014, por exemplo, nos confrontos entre a Rssia e a Ucrnia, o sistema de comunicaes via telefone 50 celular ucraniano foi atacado. A companhia Ukrtelecom teve suas instalaes invadidas por homens armados que danificaram cabos de fibra tica, comprometendo seriamente o fornecimento do servio. Por outro lado, grupos de hackers ucranianos, a exemplo do Cyber-Berkut, atacaram as pginas russas. O site da agncia de comunicao estatal Russia Today foi invadido e nele a palavra russos foi substituda por nazistas Justamente por suas caractersticas, trata-se de um conflito que mais frequentemente se desenvolve nas 55 sombras, com certa discrio. Se h cibercomandos, eles so anunciados sempre como unidades de funo defensiva, no de ataque. Ao mesmo tempo, importante pensar que as intervenes cibernticas podem servir como ato de abertura de uma guerra mais convencional. Dito de outro modo, um ataque ciberntico pode ser o primeiro passo em uma ao maior. LEO, Kari; SILVA, Francisco.Por que a guerra?: Das batalhas gregas a ciberguerra - uma histria da violncia entre os homens. 1 ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2018, p. 469 - 472 (texto adaptado). 1Carl Von Clausewitz (1790 1831) foi um experiente militar prussiano, especialista em estratgias de batalhas e considerado um grande terico devido s suas definies amplamente difundidas sobre a guerra. Provavelmente, a diferena mais visvel entre os dois tipos de conflito, ciberguerra e guerra em rede, possa ser observada no fato de que o primeiro exige o uso de ambientes cibernticos, enquanto o segundo no. (texto 2, linhas 26 e 27) Considere as afirmaes relacionadas ao excerto em destaque do texto 2: I. O excerto destacado possui um perodo composto por trs oraes. II. A expresso [...], ciberguerra e guerra em rede,[...] exerce a funo de aposto. III. Em [...] enquanto o segundo no., mantida a correo gramatical e as informaes originais do perodo ao substituir o conectivo ENQUANTO pelo conectivo PORQUANTO. Est(o) correta(s) apenas a(s) assertiva(s):
(IME - 2022/2023 - 1 fase) Uma fonte sonora est pendurada por um fio ideal, conforme ilustrado na figura, realizando um movimento pendular. Dados: frequncia da fonte sonora:; comprimento do fio do pndulo: ; acelerao da gravidade: ; velocidade do som: . Se o ngulo mximo atingido pelo fio que sustenta a fonte com relao vertical, a frequncia mxima do som ouvido por um observador localizado a uma distncia nfima do ponto mais baixo da trajetria da fonte :
(IME 2022/2023 - 2 fase) NAS QUESTES DE 21 A 32, ESCOLHA A OPO QUE COMPLETA O TEXTO 1 CORRETAMENTE. Text 1 XAI-Explainable artificial intelligence Gunning, D., Stefik, M., Choi, J., Miller, T., Stumpf, S. e Yang, G-Z Recent successes in machine learning (ML) have led to a new wave of artificial intelligence (AI) applications that offer extensive benefits to a ___(21)___ range of fields. However, many of these systems are not able to explain their ___(22)___ decisions and actions to human users. Explanations may not be essential for certain AI applications, and some AI researchers argue that the emphasis on explanation is misplaced, too difficult to achieve, and perhaps unnecessary. However, for many critical applications in defense, medicine, finance, and law, explanations are essential for users to understand, trust, and effectively manage these new, artificially intelligent partners. Recent AI successes are largely attributed to new ML techniques that construct models in their internal representations. These include support vector machines (SVMs), random forests, probabilistic graphical models, reinforcement learning (RL), and deep learning (DL) neural networks. Although these models exhibit high performance, they are opaque in terms of explainability. There may be inherent conflict between ML performance (e.g., predictive accuracy) and explainability. Often, the highest performing methods (e.g., DL) are the least explainable, and the most explainable (e.g., decision trees) are the least accurate. The ___(23)___ of an explainable AI (XAI) system is to make its behavior more intelligible to humans by providing explanations. There are some general principles to help create effective, more human-understandable AI systems: The XAI system should be able to explain its capabilities and understandings; explain what it has done, what it is doing now, and what will happen next; and disclose the salient information that it is acting on. However, every explanation is set within a context that depends ___(24)___ the task, abilities, and expectations of the user of the AI system. The definitions of interpretability and explainability are, thus, domain dependent and may not be defined independently from a domain. Explanations can be full or partial. Models that are fully interpretable give full and completely ___(25)___ explanations. Models that are partially interpretable reveal important pieces of their ___(26)___ process. Interpretable models obey interpretability constraints that are defined according to the domain, whereas black box or unconstrained models do not necessarily obey these constraints. Partial explanations may include variable importance measures, local models that approximate global models at specific points and saliency maps. XAI assumes that an explanation is ___(27)___ to an end user who depends on the decisions, recommendations, or actions produced by an AI system yet there could be many different kinds of users, often ___(28)___ different time points in the development and use of the system. For example, a type of user might be an intelligence analyst, judge or an operator. However, other users who demand an explanation of the system might be a developer or test operator who needs to understand where there might be areas of improvements. Yet another user might be policy-makers, who are trying to ___(29)___ the fairness of the system. Each user group may have a preferred explanation type that is able to communicate information in the most effective way. An effective explanation will take thetarget user group of the system into account, who might vary in their background knowledge and needs for what should be explained. A number of ways of evaluating and measuring the effectiveness of an explanation have been proposed, however, there is currently no common means of measuring if an XAI system is more intelligible to a user than a non-XAI system. Some of these measures are subjective measures from the users point of view, such as user ___(30)___ which can be measured through a subjective rating of the clarity and utility of an explanation. More objective measures for an explanations effectiveness might be task performance, i.e., does the explanation improve the users decision-making. Reliable and consistent measurement of the effects of explanations is still an open research question. Evaluation and measurement for XAI systems include valuation frameworks, common ground, common sense, and argumentation. (. . . ) From a human-centered research perspective, research on competencies and knowledge could take XAI ___(31)___ the role of explaining a particular XAI system and helping its users to determine appropriate trust. In the future, XAIs may eventually have substantial social roles. These roles could include not only learning and explaining to individuals but also coordinating with other agents to connect knowledge, developing cross-disciplinary insights and common ground, partnering in teaching people and other agents, and drawing on previously discovered knowledge to accelerate the further discovery and application of knowledge. From such a social perspective of knowledge understanding and generation, the future ___(32)___ XAI is just beginning. Adapted from: Science Robotics in [Accessed on 15th April 2022]. Considere o texto a seguir e escolha a alternativa que completa a lacuna (21).
(IME - 2022/2023 - 1 fase) Uma balana de massa desprezvel recebe a aplicao de 3 foras, como indicado na figura acima. A distncia assinalada, em metros, que garante o equilbrio, aproximadamente:
(IME 2022/2023 - 2 fase) NAS QUESTES DE 21 A 32, ESCOLHA A OPO QUE COMPLETA O TEXTO 1 CORRETAMENTE. Text 1 XAI-Explainable artificial intelligence Gunning, D., Stefik, M., Choi, J., Miller, T., Stumpf, S. e Yang, G-Z Recent successes in machine learning (ML) have led to a new wave of artificial intelligence (AI) applications that offer extensive benefits to a ___(21)___ range of fields. However, many of these systems are not able to explain their ___(22)___ decisions and actions to human users. Explanations may not be essential for certain AI applications, and some AI researchers argue that the emphasis on explanation is misplaced, too difficult to achieve, and perhaps unnecessary. However, for many critical applications in defense, medicine, finance, and law, explanations are essential for users to understand, trust, and effectively manage these new, artificially intelligent partners. Recent AI successes are largely attributed to new ML techniques that construct models in their internal representations. These include support vector machines (SVMs), random forests, probabilistic graphical models, reinforcement learning (RL), and deep learning (DL) neural networks. Although these models exhibit high performance, they are opaque in terms of explainability. There may be inherent conflict between ML performance (e.g., predictive accuracy) and explainability. Often, the highest performing methods (e.g., DL) are the least explainable, and the most explainable (e.g., decision trees) are the least accurate. The ___(23)___ of an explainable AI (XAI) system is to make its behavior more intelligible to humans by providing explanations. There are some general principles to help create effective, more human-understandable AI systems: The XAI system should be able to explain its capabilities and understandings; explain what it has done, what it is doing now, and what will happen next; and disclose the salient information that it is acting on. However, every explanation is set within a context that depends ___(24)___ the task, abilities, and expectations of the user of the AI system. The definitions of interpretability and explainability are, thus, domain dependent and may not be defined independently from a domain. Explanations can be full or partial. Models that are fully interpretable give full and completely ___(25)___ explanations. Models that are partially interpretable reveal important pieces of their ___(26)___ process. Interpretable models obey interpretability constraints that are defined according to the domain, whereas black box or unconstrained models do not necessarily obey these constraints. Partial explanations may include variable importance measures, local models that approximate global models at specific points and saliency maps. XAI assumes that an explanation is ___(27)___ to an end user who depends on the decisions, recommendations, or actions produced by an AI system yet there could be many different kinds of users, often ___(28)___ different time points in the development and use of the system. For example, a type of user might be an intelligence analyst, judge or an operator. However, other users who demand an explanation of the system might be a developer or test operator who needs to understand where there might be areas of improvements. Yet another user might be policy-makers, who are trying to ___(29)___ the fairness of the system. Each user group may have a preferred explanation type that is able to communicate information in the most effective way. An effective explanation will take thetarget user group of the system into account, who might vary in their background knowledge and needs for what should be explained. A number of ways of evaluating and measuring the effectiveness of an explanation have been proposed, however, there is currently no common means of measuring if an XAI system is more intelligible to a user than a non-XAI system. Some of these measures are subjective measures from the users point of view, such as user ___(30)___ which can be measured through a subjective rating of the clarity and utility of an explanation. More objective measures for an explanations effectiveness might be task performance, i.e., does the explanation improve the users decision-making. Reliable and consistent measurement of the effects of explanations is still an open research question. Evaluation and measurement for XAI systems include valuation frameworks, common ground, common sense, and argumentation. (. . . ) From a human-centered research perspective, research on competencies and knowledge could take XAI ___(31)___ the role of explaining a particular XAI system and helping its users to determine appropriate trust. In the future, XAIs may eventually have substantial social roles. These roles could include not only learning and explaining to individuals but also coordinating with other agents to connect knowledge, developing cross-disciplinary insights and common ground, partnering in teaching people and other agents, and drawing on previously discovered knowledge to accelerate the further discovery and application of knowledge. From such a social perspective of knowledge understanding and generation, the future ___(32)___ XAI is just beginning. Adapted from: Science Robotics in [Accessed on 15th April 2022]. Considere o texto a seguir e escolha a alternativa que completa a lacuna (22).
(IME - 2022/2023 - 1 fase) Considere uma parede plana que apresenta temperaturas conhecidas e distintas em suas superfcies A e B (Figura 1), respectivamente iguais a e . De modo a minimizar a taxa de transferncia de calor, decide-se recobrir a superfcie B com uma pelcula isolante. Dados: espessura da parede: 10 cm; espessura da pelcula isolante: 6 mm; razo entre a taxa de transferncia de calor da parede recoberta com a pelcula isolante e a taxa de transferncia de calor na situao no isolada: 0,4. Observaes: com o recobrimento da superfcie B (Figura 2), suponha as temperaturas externas iguais a (lado da pelcula) e a ; a taxa de transferncia de calor constante ao longo das paredes nas duas situaes. Para garantir-se , a razo entre as condutividades trmicas da pelcula isolante e do material da parede :