(Pucpr 2018) Leia abaixo o trecho da reportagem da Gazeta do Povo acerca do Barão do Serro Azul.
“O então presidente do estado, Xavier da Silva, ao saber da proximidade dos maragatos, pediu licença do cargo sob a alegação de que tinha de tratar de problemas de saúde. Vicente Machado, o vice, assumiu e decidiu transferir a capital para Castro, sua cidade natal. Curitiba ficou à mercê dos revoltosos que já chegavam ao município, até mesmo de trem, para tratar dos feridos. (...)
Serro Azul considerava desnecessário derramar mais sangue: para ele, o Cerco da Lapa já tinha deixado um saldo de mortes muito grande. Por isso, decidiu negociar com os maragatos(...).
[Posteriormente] Com os pica-paus no poder, Serro Azul e mais cinco companheiros foram presos sob a alegação de que deveriam ser julgados pelo Conselho Militar, a respeito da “ajuda” que teriam dado aos maragatos. Na calada da noite, os seis homens foram levados de trem, em direção à Paranaguá, sob o pretexto de que embarcariam de navio até o Rio de Janeiro onde receberiam a sentença. Foi uma emboscada. O trem parou no quilômetro 65, os amigos de Serro Azul e ele foram mortos a sangue frio: um tiro nas pernas deixou o barão de joelhos e, depois, ele foi fuzilado. (...)”
Ref. MILAN, Pollianna, Nobre que deu vida pela paz tem heroísmo reconhecido. Disponível em: http://www.gazetado-povo.com.br/vida-e-cidadania/nobre-que-deu-vida-pela-paz-tem-heroismo-reconhecido-befnr9zg97t6emrehdihcl9hq. Acesso em: 25 jun 2017.
Analisando o conflito tratado no texto, assinale a alternativa CORRETA.
Durante a Guerra do Contestado, foram comuns atos de violência de ambos os lados, por isso o Barão resolveu entrar em acordo com os revoltosos ao chegarem a Curitiba. Porém, após a vitória do governo florianista, a iniciativa foi tida como prova da união entre o Barão e os revoltosos.
O Cerco da Lapa, ocorrido durante a Revolta dos Farrapos, fez da cidade um campo de batalha entre as tropas republicanas (pica-paus), defensoras do presidencialismo, e os federalistas (maragatos), defensores da implantação do parlamentarismo.
A Revolução Farroupilha tratada no texto foi um conflito iniciado entre a elite gaúcha, em que os maragatos, contrários ao governo centralizador e positivista do Marechal Deodoro, mesmo perdendo, criaram uma crise política que culminou na renúncia de Deodoro e sua substituição pelo vice Floriano Peixoto.
Os maragatos rebelados durante a Revolução Federalista eram conhecidos pela violência que disseminavam por onde passavam, por isso o Barão optou por negociar e evitar tais problemas em Curitiba. Contudo, depois, a atitude foi vista pelo governo vitorioso como uma traição.
Nos primeiros anos da República, foram comuns atos de insubordinação contra o regime recém instituído. O próprio Marechal Deodoro já havia enfrentado com sucesso duas revoltas contra a República. Devido à recorrência das rebeliões, o governo florianista tratava com dureza os traidores, por isso a opção por fuzilar os revoltosos ao invés de levá-los a julgamento na capital.