(Pucrj 2018)
“Tudo delira e todos nós estamos atacados de megalomania. De quando em quando, dá-nos essa moléstia e nós esquecemos de obras vistas, de utilidade geral e social, para pensar só nesses arremedos parisienses, nessas fachadas e ilusões cenográficas. Não há casas, entretanto, queremos arrasar o morro do Castelo, tirando habitação de alguns milhares de pessoas”
“Megalomania”, Lima Barreto
De acordo com essa crônica de 1920 sobre o projeto do prefeito Carlos Sampaio para a cidade do Rio de Janeiro, é INCORRETO afirmar que o autor:
questiona no projeto elementos antidemocráticos e contrários ao princípio da igualdade social, os quais não correspondiam à concepção de República das elites da época.
critica projetos de reforma urbana que não atendem aos interesses reais da maioria da população e promovem obras de caráter superficial no espaço.
contesta a pretendida remodelação espacial, dentre outros motivos, pelo aumento da crise habitacional decorrente da demolição de casas populares.
combate o arrasamento do morro do Castelo, obra que continuava o processo de expulsão dos trabalhadores do Centro, observado na Reforma Passos.
discorda da ideia de que o Rio de Janeiro deveria ser uma espécie de Paris tropical — observando-se que, na época, a capital francesa era um centro irradiador de novidades.