(PUC/Campinas - 2018)
Os poetas do nosso Romantismo atestam diferentes estações do nosso nacionalismo e das ideias, dominantes ou libertárias que vicejaram ao longo do século XIX. Há em Gonçalves Dias uma exaltação do índio, que não hesitou em dotar de algumas virtudes aristocráticas caprichosamente combinadas com as da vida natural; há em Castro Alves o voo de condor para ideais humanistas, em combate aos horrores da escravidão. Mesmo o lirismo intimista de um Álvares de Azevedo não deixa de ecoar algo dos mestres europeus que, como Byron ou Victor Hugo, ampliam os contornos da vida subjetiva para que ela venha a ocupar o centro de um palco público, interpretando sentimentos e aspirações da época.
Do quadro apresentado nesse texto, depreende-se que nossa poesia romântica:
não apenas mostrou sua independência em relação aos modelos europeus como, de fato, chegou a superá-los.
manifestou-se qual um painel de temas, estilos e ideias capazes de representar variadas gamas do Romantismo.
direcionou-se sobretudo para o fortalecimento do nosso desejo de emancipação do domínio estrangeiro.
aferrou-se aos domínios da subjetividade, deixando em segundo plano os ideais propriamente históricos.
os temas libertários universais foram abraçados sem que neles se divisasse a presença de qualquer inflexão local.