TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Para responder à(s) questão(ões), considere o texto abaixo.
Passadas tantas décadas, estamos de novo preocupados com a modernidade de 22. Os fragmentos futuristas de Miramar e a rapsódia de Macunaíma são apontados sempre como altos modelos de vanguarda literária. Mas e o que veio depois? Nas melhores obras de autores como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Dalton Trevisan, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, já se desfaz aquela mistura ideológica e datada de mitologia e tecnicismo que o movimento de 22 começou a propor e algumas vanguardas de 60 repetiram, até virarem em esquema e norma. Saber descobrir o sentido ora especular, ora resistente dessa literatura moderna sem modernismo é uma das tarefas prioritárias da crítica brasileira.
(Adaptado de: BOSI, Alfredo. “Moderno e modernista na literatura brasileira”. In: Céu, inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 126)
(Puccamp 2018) Dos autores modernos citados no texto, caracteriza-se a produção de
Guimarães Rosa pela acuidade que mostra este prosador ao recuperar os modelos do nosso regionalismo tradicional.
Clarice Lispector pela ousadia da forma romanesca, apoiada sobretudo no imediatismo da linguagem jornalística.
Dalton Trevisan pela composição sintética de contos em que repontam as precariedades da vida de seres marginalizados.
João Cabral de Melo Neto pela obsessão que demonstra na exposição da subjetividade e do lirismo de suas criaturas.
Ariano Suassuna pelo rigor da forma poética experimental a que subordinou suas peças de teatro de vanguarda.