(Puccamp 2018)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
A(s) questão(ões) a seguir refere(m)-se ao que segue, trecho adaptado de matéria publicada na revista da cultura, editada pela Livraria Cultura (edição 113, junho de 2017).
São as contradições e as fragilidades do ser humano que muito interessam à dramaturga já premiada Silvia Gomez. É assim desde o início de sua trajetória no teatro, na mineira Belo Horizonte, sua terra natal, e de onde saiu, em 2001, para residir em São Paulo.
Agora, a partir deste mês de junho, nossos conflitos voltam ao tablado em São Paulo, em mais um texto da dramaturga. A célebre artista Selma Egrei, com mais de quatro décadas
de trajetória na arte da interpretação, empresta sua grande sensibilidade à construção de uma importante personagem da peça, chamada NC.
É com Silvia Gomez e Selma Egrei esta conversa a seguir.
Silvia, o que é ser dramaturga?
Para mim, ser dramaturga tem muito a ver com exercitar a empatia e a alteridade, coisas que a gente precisa muito no mundo de hoje. É essa coisa de também estar no lugar do outro, se colocar dentro da pele, vestir o casaco do outro, virá-lo do avesso e expor as entranhas. É ouvir o que aquele outro diz e o que tem a ver com o mundo de hoje. Para mim, ser dramaturga está ligado também com o ser cronista de nosso tempo. Eu queria muito olhar para as coisas que incomodam e falar delas. Não queria usar o teatro como um lugar apenas para a recreação. Sempre encarei o teatro como o lugar de encontro das pessoas e de estarmos juntos para falar de coisas profundas e olhar de verdade o mundo que está a nosso redor.
E ser atriz, Selma, o que é?
O que é mais forte para mim no ser atriz é poder ser um veículo para colocar, discutir e amenizar as dores do mundo. Acho que, através da figura do ator, você se vê representado ali, sabe que não está só no mundo com seus sofrimentos e angústias, e percebe que isso pode ser vivenciado de forma mais grupal, o que, de alguma forma, dá mais alento às pessoas. Então, vejo meu trabalho por aí. E claro que tem também o lado de poder me expressar, me sentir viva, manifestar minhas dores e minhas angústias.
Obs.: empatia = processo de identificação em que o indivíduo se coloca no lugar do outro e tenta compreender o comportamento do outro.
alteridade = natureza ou condição do que é outro, do que é distinto.
É comentário correto sobre o que se tem no texto:
(referência 2) Pode ser atribuído um sentido à palavra Agora somente porque vem acompanhada da expressão a partir deste mês de junho, pois esse advérbio nada significa se não vier acompanhado de referência temporal mais precisa.
(referência 1) A palavra onde está corretamente empregada no texto, como também estaria correto o uso de “aonde” na frase “Ele não sabia para aonde ia aquele trem”; a preposição destacada em aonde é necessária para indicar a ideia de direção, inexistente em outro parte do enunciado.
(referência 6) No segmento destacado em percebe que isso pode ser vivenciado de forma mais grupal, o que, de alguma forma, dá mais alento às pessoas, se o pronome viesse posposto ao substantivo, a expressão adquiriria um valor negativo.
(referências 3, 8, 7 e 4, respectivamente) São marcas da oralidade os elementos destacados em É essa coisa de também estar no lugar do outro; vejo meu trabalho por aí; isso pode ser vivenciado de forma mais grupal; ser dramaturga está ligado também com o ser cronista de nosso tempo.
(referência 7) Em você se vê representado ali, o pronome oblíquo exerce a função de objeto indireto.