Senhor Antão de Sousa Meneses, Quem sobe a alto lugar, que não merece, Homem sobe, asno vai, burro parece, Que o subir é desgraça muitas vezes.
A fortunilha autora de entremezes Transpõe em burro o herói, que indigno cresce: Desanda a roda, e logo o homem desce, Que é discreta a fortuna em seus reveses.
MATOS, Gregório de. Soneto. Poemas escolhidos. São Paulo: Círculo do Livro, s.d. p. 93.
Os versos de Gregório de Matos — poeta baiano do século XVII — buscam
mostrar a doutrina do bem viver seguida pelos políticos.
sinalizar os vícios em que a cidade da Bahia estava mergulhada.
criticar a ambição desenfreada dos homens, geradora de injustiça social.
satirizar um indivíduo que alcança posição social elevada sem ter mérito para isso.
advertir os que querem viver na Bahia para os riscos que correm aqueles que desejam prestígio social.