(UEFS 2014 - Meio do ano)
Empossado presidente em novembro de 1891, o Marechal Floriano Peixoto não conseguiu acalmar as bússolas da política. Interveio em praticamente todos os estados, nomeando novos governadores, dissolvendo assembleias e demitindo funcionários públicos considerados deodoristas. [...]
Àquela altura, acirravam-se os debates sobre o que era a “ditadura florianista”. Os opositores do governo criticavam a suspensão da liberdade de imprensa, as prisões arbitrárias, o estado de sítio, os habeas-corpus negados pelos juízes. Floriano era um déspota que se afastava de qualquer aproximação com a legalidade do exercício do poder – atribuição da qual, para políticos, como Ruy Barbosa, a república não deveria prescindir. [...]
Por outro lado, crescia o apoio a Floriano por parte significativa da população movida por sentimentos nacionalistas e pelo medo de uma restauração da monarquia. Aos olhos dos partidários do marechal, a república vivia em constante perigo e o presidente era cultuado por saber cumprir sua missão salvacionista, de verdadeiro fundador da República do Brasil. (SANT´ANNA, 2014, p.19-20)
Do ponto de vista do apoio popular às ditaduras de Floriano Peixoto e do Estado Novo, e à militar de 1964, buscava-se o salvacionismo, considerando-se que
o povo, em 1889, buscava evitar o retorno à monarquia e, em 1937 e 1964, afirmava-se salvar o país do comunismo.
o povo, em 1889, recusava a validade do casamento civil e, nos outros dois momentos, o povo lutava pela não legalização da lei do divórcio.
as três experiências políticas foram amplamente apoiadas pela Igreja Católica e demais religiões praticadas no Brasil, visto ser o apoio religioso uma garantia de salvação daqueles regimes totalitários.
a ditadura de Floriano Peixoto buscou proteger os interesses dos ex-donos de escravos, garantindo-lhes indenizações compensadoras.
as medidas autoritárias do Estado Novo salvaram o Brasil das consequências da crise de 1929, enquanto o golpe de 1964 salvou o país da crise mundial do petróleo de 1973.