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Questões de Português - UEFS | Gabarito e resoluções

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Questão
2013Português

(UEFS-BA-2013 - Meio do ano) Os intelectuais e suas ideias Quando se discute o papel do intelectual no Brasil, nota-se, no discurso de Milton Santos, uma grande coerência entre o que sugere como sendo o dever a ser cumprido por todo intelectual brasileiro e o seu próprio 5 exemplo de grande pensador e militante das causas humanas, em diferentes contextos econômicos, sociais, políticos e culturais do Brasil. Ao tratar dos elementos que considera particularmente importantes nessa atuação, ressalta 10 que, em um mundo em que as ideias são um respaldo necessário aos processos de reconstrução democrática, os intelectuais apresentam um papel fundamental. No entanto, destaca que, na atualidade, esses mesmos intelectuais têm destinado seus esforços mais no sentido 15 de favorecer uma militância de discursos ambíguos e momentâneos do que para um trabalho permanente e gradual de conscientização coletiva. A prática do consumo gera um sentimento ilusório de realização pessoal e isso garante a continuidade do 20 sistema lucrativo das grandes empresas. Os intelectuais, segundo Milton Santos, deveriam se esmerar em fazer eco às reivindicações mais profundas das populações carentes, no sentido de intervir nos projetos políticos e sociais do país. Dessa forma, caberia a 25 eles oferecer à sociedade, por meio dos mais diversos segmentos, organizados ou não (associações, sindicatos, igrejas, partidos), uma profunda reflexão social de sua própria realidade contraditória, alertando-os sobre as possibilidades de um fazer político 30 que esteja condizente com as demandas e os interesses sociais da maioria da população. Talvez por essa imensa preocupação em relação às intervenções que os intelectuais deveriam carregar como princípio de sua práxis, nosso pesquisador 35 brasileiro define que, para ele, intelectual é o indivíduo que tem um compromisso único com a verdade e que está muito mais preocupado com o prestígio do que com o poder. Se entender que o mundo de hoje é um problema 40 para os intelectuais brasileiros, o nosso prêmio Nobel da Geografia Brasileira observou que nas teses, de um modo geral, de praticamente todos os centros e faculdades, o mundo é quase ignorado. E estudar o mundo é, segundo ele, trabalhar com o como ensinar 45 à população sobre o que é o mundo, quais são as relações que comandam a vida nacional, como é que os fenômenos sociais e econômicos se realizam, por meio de um discurso crítico e não de uma mera análise. Talvez uma das maiores contribuições da filosofia 50 seja a de ajudar a resgatar a liberdade humana. Segundo Flusser, a filosofia é necessária porque, mesmo em um mundo programado por grandes blocos econômicos, elatraz o exercício do pensar sobre o significado que cada homem pode dar à sua própria vida e, ao mesmo tempo, 55 consegue apontar para um caminho de liberdade. Nesse papel filosófico, não apenas do intelectual, mas também da própria universidade, cabe a construção de uma visão abrangente e dinâmica do que é o mundo, do que é o país, do que é o lugar, e o papel de denúncia, 60 isto é, de proclamação clara do que é o mundo, o país, e o lugar, dizendo tudo isso em voz alta. Essa crítica é o próprio trabalho do intelectual e poderia ser o trabalho do professor e do pesquisador. VENÂNCIO, Adriana. Os intelectuais e suas ideias. Globalização e reorganização histórica. Portal Ciência e Vida. Disponível em: . Acesso em: 13 jun. 2013. A organização estrutural do texto evidencia,

Questão
2013Português

(UEFS-BA-2013 - Meio do ano) Os intelectuais e suas ideias Quando se discute o papel do intelectual no Brasil, nota-se, no discurso de Milton Santos, uma grande coerência entre o que sugere como sendo o dever a ser cumprido por todo intelectual brasileiro e o seu próprio 5 exemplo de grande pensador e militante das causas humanas, em diferentes contextos econômicos, sociais, políticos e culturais do Brasil. Ao tratar dos elementos que considera particularmente importantes nessa atuação, ressalta 10 que, em um mundo em que as ideias são um respaldo necessário aos processos de reconstrução democrática, os intelectuais apresentam um papel fundamental. No entanto, destaca que, na atualidade, esses mesmos intelectuais têm destinado seus esforços mais no sentido 15 de favorecer uma militância de discursos ambíguos e momentâneos do que para um trabalho permanente e gradual de conscientização coletiva. A prática do consumo gera um sentimento ilusório de realização pessoal e isso garante a continuidade do 20 sistema lucrativo das grandes empresas. Os intelectuais, segundo Milton Santos, deveriam se esmerar em fazer eco às reivindicações mais profundas das populações carentes, no sentido de intervir nos projetos políticos e sociais do país. Dessa forma, caberia a 25 eles oferecer à sociedade, por meio dos mais diversos segmentos, organizados ou não (associações, sindicatos, igrejas, partidos), uma profunda reflexão social de sua própria realidade contraditória, alertando-os sobre as possibilidades de um fazer político 30 que esteja condizente com as demandas e os interesses sociais da maioria da população. Talvez por essa imensa preocupação em relação às intervenções que os intelectuais deveriam carregar como princípio de sua práxis, nosso pesquisador 35 brasileiro define que, para ele, intelectual é o indivíduo que tem um compromisso único com a verdade e que está muito mais preocupado com o prestígio do que com o poder. Se entender que o mundo de hoje é um problema 40 para os intelectuais brasileiros, o nosso prêmio Nobel da Geografia Brasileira observou que nas teses, de um modo geral, de praticamente todos os centros e faculdades, o mundo é quase ignorado. E estudar o mundo é, segundo ele, trabalhar com o como ensinar 45 à população sobre o que é o mundo, quais são as relações que comandam a vida nacional, como é que os fenômenos sociais e econômicos se realizam, por meio de um discurso crítico e não de uma mera análise. Talvez uma das maiores contribuições da filosofia 50 seja a de ajudar a resgatar a liberdade humana. Segundo Flusser, a filosofia é necessária porque, mesmo em um mundo programado por grandes blocos econômicos, elatraz o exercício do pensar sobre o significado que cada homem pode dar à sua própria vida e, ao mesmo tempo, 55 consegue apontar para um caminho de liberdade. Nesse papel filosófico, não apenas do intelectual, mas também da própria universidade, cabe a construção de uma visão abrangente e dinâmica do que é o mundo, do que é o país, do que é o lugar, e o papel de denúncia, 60 isto é, de proclamação clara do que é o mundo, o país, e o lugar, dizendo tudo isso em voz alta. Essa crítica é o próprio trabalho do intelectual e poderia ser o trabalho do professor e do pesquisador. VENÂNCIO, Adriana. Os intelectuais e suas ideias. Globalização e reorganização histórica. Portal Ciência e Vida. Disponível em: . Acesso em: 13 jun. 2013. Segundo a articulista, Milton Santos

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2013Português

(UEFS/BA - 2013 - Meio do ano) I Sob o sono quantas naus espera de portos alm do mar que espreitamos e de outros que nunca soubemos entre o cu acima do mar e o outro acima este cu quantos voos espera de asas entre os sonhos que sonhamos e o sonho que nos sonham quantos sonos por acordar CUNHA, Helena Parente.Alm de estar: antologia potica. Rio de Janeiro: Imago, 2000, p. 72. MILTON, Lygia. Primavera ao luar. In: Matos, Matilde Augusta de.gua,reflexos na arte da Bahia. Salvador: EPP Publicaes e Publicidade; Camur Publicaes, 2012, p. 91. O texto de Helena Parente Cunha evidencia uma voz potica que

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2013Português

(UEFS 2013 - Meio do ano) Houve uma árvore que pensava. E pensava muito. Um dia, transpuseram-na para a praça no centro da cidade. Fez-lhe bem a deferência. Ela entusiasmou-se, cresceu, agigantou-se. Aí vieram os homens e podaram seus galhos. A árvore estranhou o fato e corrigiu seu crescimento, pensando estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens. Mas, quando ela novamente se agigantou, os homens voltaram e novamente amputaram seus galhos. A árvore queria satisfazer aos homens por julgá-los seus benfeitores, e parou de crescer. E como ela não crescesse mais, os homens a arrancaram da praça e colocaram outra em seu lugar. FRANÇA JR. Oswaldo. As laranjas iguais. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p.17. A leitura do miniconto permite afirmar:

Questão
2013Português

(UEFS 2013 - Meio do ano) Comparando-se os dois textos, é correto afirmar que a ideia comum a ambos está expressa pela palavra indicada em

Questão
2013Português

(UEFS-BA-2013 - Meio do ano) No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar 5 exclamava: Ai! que preguiça!. . . e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra 10 ganhar vintém. ANDRADE, Mário de. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. 30. ed. Belo Horizonte; Rio de Janeiro: Villa Rica, 1997. p. 9. A análise dos aspectos linguísticos e literários do fragmento retirado da obra Macunaíma permite afirmar:

Questão
2012Português

Texto: Adalgisa Adalgisa mandou dizê Que a Bahia tá viva ainda lá Com a graça de Deus inda lá Que nada mudou inda lá... (Dorival Caymmi) Aproveito o samba Adalgisa (1964), composição e interpretação do nosso saudoso Dorival Caymmi, para trocar algumas ideias sobre essa Bahia que tá viva ainda lá. Vou considerar ainda lá como um lugar de origem 5 que torna a Bahia singular. Ele compôs Adalgisa no tempo em que a Bahia foi colocada no turbilhão do capitalismo transnacional e suas derivações tecnoeconômicas. Adalgisa é um aviso importante, animando-nos a acreditar, ainda, numa Bahia que insiste 10 em se manter viva. Viva face à teia dos valores que tendem a transformá-la numa metrópole, extensão geopolítica e expansionista de alguns estados nacionais com suas supremacias étnicas e territoriais. Estamos assistindo à imposição de um mercado global, que cria 15 cenários alegóricos, forjando um novo sujeito social: o produtor/consumidor refém das leis do capital. Na Bahia de Adalgisa, a população vive submetida à imposição de políticas institucionais que não conseguem acolher a identidade profunda da sua população. 20 Ainda lá, no recado de Adalgisa, é o lugar da recusa à geografia civilizatória europocêntrica, e que mantém comunidades estruturadas através do patrimônio civilizatório africano. São comunidades que continuam expandindo seus valores de civilização, 25 face às imposições espaço-temporais de cunho militar-econômico que têm a pretensão de estabelecer com a natureza uma relação mediatizada pela ciência e a técnica, interferindo nos modos de elaboração de mundo característicos da nossa gente. Mãe Aninha, a 30 Iyá Oba Biyi, afirmava ser a Bahia uma Roma Negra, referindo-se metaforicamente à Bahia como uma pólis transatlântica, referência de continuidade dos vínculos comunitários da civilização africana. Que nada mudou inda lá... 35 A Bahia carrega um rico universo simbólico africano-brasileiro sustentado por formas de comunicação com narrativas sobre os princípios fundadores que marcam o alvorecer da humanidade, permitindo presentificar acontecimentos míticos, 40 aproximar-nos de tempos imemoriais, da relação entre vida e morte, rememorar e reverenciar e cultuar aancestralidade de famílias, linhagens, personalidades exponenciais que contribuíram para expandir e fortalecer as instituições, remeter a lugares sagrados, 45 dramatizações que contam a história de afirmação das nossas comunidades. Na Bahia, transborda a dinâmica ininterrupta da ancestralidade africana, que constitui a corrente sucessiva de gerações que mantêm o legado dos nossos antepassados. LUZ, Narcimária C. P. A Bahia tá viva ainda lá.... A Tarde, Salvador, 15 jun. 2012. Caderno Opinião, p. A 2. O que se afirma sobre o fragmento transcrito está correto em

Questão
2012Português

Texto: Adalgisa Adalgisa mandou dizê Que a Bahia tá viva ainda lá Com a graça de Deus inda lá Que nada mudou inda lá... (Dorival Caymmi) Aproveito o samba Adalgisa (1964), composição e interpretação do nosso saudoso Dorival Caymmi, para trocar algumas ideias sobre essa Bahia que tá viva ainda lá. Vou considerar ainda lá como um lugar de origem 5 que torna a Bahia singular. Ele compôs Adalgisa no tempo em que a Bahia foi colocada no turbilhão do capitalismo transnacional e suas derivações tecnoeconômicas. Adalgisa é um aviso importante, animando-nos a acreditar, ainda, numa Bahia que insiste 10 em se manter viva. Viva face à teia dos valores que tendem a transformá-la numa metrópole, extensão geopolítica e expansionista de alguns estados nacionais com suas supremacias étnicas e territoriais. Estamos assistindo à imposição de um mercado global, que cria 15 cenários alegóricos, forjando um novo sujeito social: o produtor/consumidor refém das leis do capital. Na Bahia de Adalgisa, a população vive submetida à imposição de políticas institucionais que não conseguem acolher a identidade profunda da sua população. 20 Ainda lá, no recado de Adalgisa, é o lugar da recusa à geografia civilizatória europocêntrica, e que mantém comunidades estruturadas através do patrimônio civilizatório africano. São comunidades que continuam expandindo seus valores de civilização, 25 face às imposições espaço-temporais de cunho militar-econômico que têm a pretensão de estabelecer com a natureza uma relação mediatizada pela ciência e a técnica, interferindo nos modos de elaboração de mundo característicos da nossa gente. Mãe Aninha, a 30 Iyá Oba Biyi, afirmava ser a Bahia uma Roma Negra, referindo-se metaforicamente à Bahia como uma pólis transatlântica, referência de continuidade dos vínculos comunitários da civilização africana. Que nada mudou inda lá... 35 A Bahia carrega um rico universo simbólico africano-brasileiro sustentado por formas de comunicação com narrativas sobre os princípios fundadores que marcam o alvorecer da humanidade, permitindo presentificar acontecimentos míticos, 40 aproximar-nos de tempos imemoriais, da relação entre vida e morte, rememorar e reverenciar e cultuar aancestralidade de famílias, linhagens, personalidades exponenciais que contribuíram para expandir e fortalecer as instituições, remeter a lugares sagrados, 45 dramatizações que contam a história de afirmação das nossas comunidades. Na Bahia, transborda a dinâmica ininterrupta da ancestralidade africana, que constitui a corrente sucessiva de gerações que mantêm o legado dos nossos antepassados. LUZ, Narcimária C. P. A Bahia tá viva ainda lá.... A Tarde, Salvador, 15 jun. 2012. Caderno Opinião, p. A 2. No fragmento Na Bahia de Adalgisa, a população vive submetida à imposição de políticas institucionais que não conseguem acolher a identidade profunda da sua população. (l. 16-19), há uma enunciação em que

Questão
2012Português

Senhor Antão de Sousa Meneses, Quem sobe a alto lugar, que não merece, Homem sobe, asno vai, burro parece, Que o subir é desgraça muitas vezes. A fortunilha autora de entremezes Transpõe em burro o herói, que indigno cresce: Desanda a roda, e logo o homem desce, Que é discreta a fortuna em seus reveses. MATOS, Gregório de. Soneto. Poemas escolhidos. São Paulo: Círculo do Livro, s.d. p. 93. Os versos de Gregório de Matos poeta baiano do século XVII buscam

Questão
2012Português

(UEFS 2012) I. Houve tempo em que os meus olhos Gostavam do sol brilhante, E do negro véu da noite, E da aurora cintilante. [...] Oh! Quadra tão feliz! Se ouvia a brisa Nas folhas sussurrando, o som das águas, Dos bosques o rugir; se os desejava, O bosque, a brisa, a folha, o trepidante Das águas murmurar prestes ouvia. Se o sol doirava os céus, se a lua casta, Se as tímidas estrelas cintilavam, Se a flor desabrochava envolta em musgo, Era a flor que eu amava, eram estrelas Meus amores somente, o sol brilhante [...] DIAS, Gonçalves. Quadras da minha vida. Antologias. São Paulo: Melhoramentos, 1966. p. 72-73. II. É noite. A Lua, ardente e terna, Verte na solidão sombria A sua imensa, a sua eterna Melancolia... [...] No largo, sob os jambolanos, Procuro a sombra embalsamada. (Noite, consolo dos humanos! Sombra sagrada!) Um velho senta-se a meu lado. Medita. Há no seu rosto uma ânsia... Talvez se lembre aqui, coitado! De sua infância. BANDEIRA, Manuel. O inútil luar. Estrelas da vida inteira: poesias reunidas. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970. p. 25. Infere-se do texto I que a voz poética

Questão
2012Português

I. Houve tempo em que os meus olhos Gostavam do sol brilhante, E do negro véu da noite, E da aurora cintilante. [...] Oh! Quadra tão feliz! Se ouvia a brisa Nas folhas sussurrando, o som das águas, Dos bosques o rugir; se os desejava, O bosque, a brisa, a folha, o trepidante Das águas murmurar prestes ouvia. Se o sol doirava os céus, se a lua casta, Se as tímidas estrelas cintilavam, Se a flor desabrochava envolta em musgo, Era a flor que eu amava, eram estrelas Meus amores somente, o sol brilhante [...] DIAS, Gonçalves. Quadras da minha vida. Antologias. São Paulo: Melhoramentos, 1966. p. 72-73. II. É noite. A Lua, ardente e terna, Verte na solidão sombria A sua imensa, a sua eterna Melancolia... [...] No largo, sob os jambolanos, Procuro a sombra embalsamada. (Noite, consolo dos humanos! Sombra sagrada!) Um velho senta-se a meu lado. Medita. Há no seu rosto uma ânsia... Talvez se lembre aqui, coitado! De sua infância. BANDEIRA, Manuel. O inútil luar. Estrelas da vida inteira: poesias reunidas. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970. p. 25. O texto I (romântico) e o II (modernista) têm em comum a ideia de que a

Questão
2012Português

I. Cinquenta anos! Não era preciso confessá-lo. Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto como nos primeiros dias. Naquela ocasião, cessado o diálogo com o oficial da marinha, que enfiou a capa e saiu, confesso que fiquei um pouco triste. Voltei à sala, lembrou-me dançar uma polca, embriagar-me das luzes, das flores, dos cristais, dos olhos bonitos, e do burburinho surdo e ligeiro das conversas particulares. E não me arrependo; remocei. Mas, meia hora depois, quando me retirei do baile, às quatro da manhã, o que é que fui achar no fundo do carro? Os meus cinquenta anos. Lá estavam eles, os teimosos, não tolhidos de frio, nem reumáticos, mas cochilando a sua fadiga, um pouco cobiçosos de cama e de repouso. Então, e vejam até que ponto pode ir a imaginação de um homem com sono, então pareceu-me ouvir de um morcego encarapitado no tejadilho: Senhor Brás Cubas, a rejuvenescência estava na sala, nos cristais, nas luzes, nas sedas, enfim, nos outros. ASSIS, Machado de. Cinquenta anos. Memórias póstumas de Brás Cubas. 22 ed. São Paulo: Ática 1997. p. 157. II. [...] Sabes que esta casa do Engenho Novo, nas dimensões, disposições e pinturas, é reprodução da minha antiga casa de Matacavalos. Outrossim, como te disse no capítulo II, o meu fim em imitar a outra foi ligar as duas pontas da vida, o que aliás não alcancei. Pois o mesmo sucedeu àquele sonho do seminário, por mais que tentasse dormir e dormisse. Donde concluo que um dos ofícios do homem é fechar e apertar muito os olhos, e ver se continua pela noite velha o sonho truncado da noite moça. ASSIS, Machado de. Uma ideia e um escrúpulo. D. Casmurro. 29. ed. São Paulo: Ática, 1995. p. 96. O narrador-personagem, no fragmento I, revela-se

Questão
2012Português

I. Cinquenta anos! Não era preciso confessá-lo. Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto como nos primeiros dias. Naquela ocasião, cessado o diálogo com o oficial da marinha, que enfiou a capa e saiu, confesso que fiquei um pouco triste. Voltei à sala, lembrou-me dançar uma polca, embriagar-me das luzes, das flores, dos cristais, dos olhos bonitos, e do burburinho surdo e ligeiro das conversas particulares. E não me arrependo; remocei. Mas, meia hora depois, quando me retirei do baile, às quatro da manhã, o que é que fui achar no fundo do carro? Os meus cinquenta anos. Lá estavam eles, os teimosos, não tolhidos de frio, nem reumáticos, mas cochilando a sua fadiga, um pouco cobiçosos de cama e de repouso. Então, e vejam até que ponto pode ir a imaginação de um homem com sono, então pareceu-me ouvir de um morcego encarapitado no tejadilho: Senhor Brás Cubas, a rejuvenescência estava na sala, nos cristais, nas luzes, nas sedas, enfim, nos outros. ASSIS, Machado de. Cinquenta anos. Memórias póstumas de Brás Cubas. 22 ed. São Paulo: Ática 1997. p. 157. II. [...] Sabes que esta casa do Engenho Novo, nas dimensões, disposições e pinturas, é reprodução da minha antiga casa de Matacavalos. Outrossim, como te disse no capítulo II, o meu fim em imitar a outra foi ligar as duas pontas da vida, o que aliás não alcancei. Pois o mesmo sucedeu àquele sonho do seminário, por mais que tentasse dormir e dormisse. Donde concluo que um dos ofícios do homem é fechar e apertar muito os olhos, e ver se continua pela noite velha o sonho truncado da noite moça. ASSIS, Machado de. Uma ideia e um escrúpulo. D. Casmurro. 29. ed. São Paulo: Ática, 1995. p. 96. No fragmento II, o narrador

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2012Português

I. Cinquenta anos! Não era preciso confessá-lo. Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto como nos primeiros dias. Naquela ocasião, cessado o diálogo com o oficial da marinha, que enfiou a capa e saiu, confesso que fiquei um pouco triste. Voltei à sala, lembrou-me dançar uma polca, embriagar-me das luzes, das flores, dos cristais, dos olhos bonitos, e do burburinho surdo e ligeiro das conversas particulares. E não me arrependo; remocei. Mas, meia hora depois, quando me retirei do baile, às quatro da manhã, o que é que fui achar no fundo do carro? Os meus cinquenta anos. Lá estavam eles, os teimosos, não tolhidos de frio, nem reumáticos, mas cochilando a sua fadiga, um pouco cobiçosos de cama e de repouso. Então, e vejam até que ponto pode ir a imaginação de um homem com sono, então pareceu-me ouvir de um morcego encarapitado no tejadilho: Senhor Brás Cubas, a rejuvenescência estava na sala, nos cristais, nas luzes, nas sedas, enfim, nos outros. ASSIS, Machado de. Cinquenta anos. Memórias póstumas de Brás Cubas. 22 ed. São Paulo: Ática 1997. p. 157. II. [...] Sabes que esta casa do Engenho Novo, nas dimensões, disposições e pinturas, é reprodução da minha antiga casa de Matacavalos. Outrossim, como te disse no capítulo II, o meu fim em imitar a outra foi ligar as duas pontas da vida, o que aliás não alcancei. Pois o mesmo sucedeu àquele sonho do seminário, por mais que tentasse dormir e dormisse. Donde concluo que um dos ofícios do homem é fechar e apertar muito os olhos, e ver se continua pela noite velha o sonho truncado da noite moça. ASSIS, Machado de. Uma ideia e um escrúpulo. D. Casmurro. 29. ed. São Paulo: Ática, 1995. p. 96. Os dois fragmentos apresentam em comum o narrador preocupado com

Questão
2012Português

A vista renasce na manhã bonita. Pauliceia lá embaixo epiderme áspera Ambarizada pelo Sol vigoroso, Com o sangue do trabalho correndo nas veias das ruas. Fumaça bandeirinha. Torres. Cheiros. Barulhos E fábrica... Naquela casa mora, Mora, ponhamos: Guaraciaba... A dos cabelos fogaréu!... Os bondes meus amigos íntimos Que diariamente me acompanham pro trabalho...[...] ANDRADE, Mário de. Pauliceia desvairada. Poesias completas. São Paulo: Círculo do Livro, s.d. p. 99. Assinale V ou F, conforme sejam as afirmações verdadeiras ou falsas. O texto é revelador da poesia modernista da geração de 22, porque apresenta ( ) descrição objetiva e precisa do espaço urbano. ( ) valorização da linearidade do discurso. ( ) ruptura com cânones poéticos. ( ) compromisso com a cor local. ( ) uso de imagens sensoriais. A alternativa que contem a sequência correta, de cima para baixo, é a

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