(Uel 2007) O processo de desenvolvimento social e político no Brasil do século XX pode ser observado nas transformações no mundo rural e urbano. Observe os dados da tabela a seguir. De acordo com os dados e os conhecimentos sobre política no Brasil, é correto afirmar:
(Uel 2007) Em A República, Platão analisa cinco formas de governo a fim de determinar qual delas é a melhor e mais justa, isto é, qual delas corresponde ao modelo de constituição idealizado por ele. Segundo Platão, o Estado é a imagem amplificada do homem justo. Considere o seguinte diálogo entre Sócrates e Adimanto, apresentado em A República, Livro VIII. Sócrates – Sendo assim, diz: não é o desejo insaciável daquilo que a democracia considera o seu bem supremo que a perde? Adimanto – E que bem é esse? Sócrates – A liberdade. [...] Adimanto – Sim, é isso o que se ouve muitas vezes. Sócrates – O que eu ia dizer há pouco é: não é o desejo insaciável desse bem, e a indiferença por todo o resto, que muda este governo e o obriga a recorrer à tirania? Adimanto – Como? Sócrates – Quando um Estado democrático, sedento de liberdade, passa a ser dominado por maus chefes, que fazem com que ele se embriague com esse vinho puro para além de toda a decência, então, se os seus magistrados não se mostram inteiramente dóceis e não lhe concedem um alto grau de liberdade, ele castiga-os, acusando-os de serem criminosos e oligarcas. [...] E ridiculariza os que obedecem aos magistrados e trata-os de homens servis e sem valor. Por outro lado, louva e honra, em particular e em público, os governantes que parecem ser governados e os governados que parecem ser governantes. Não é inevitável que, num Estado assim, o espírito de liberdade se estenda a tudo? Fonte: PLATÃO. A República. Tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 280-281. Com base no diálogo anterior e nos conhecimentos sobre as formas de governo analisadas por Platão, considere as seguintes afirmativas: I. A democracia é a negação da justiça, pois ela rejeita o princípio da escolha de governantes pelo critério da capacidade específica. II. A democracia é uma forma de governo que, ao dar livre curso aos desejos supérfluos e perniciosos dos indivíduos, se degenera em tirania. III. A democracia é a mais bela forma de governo, pois privilegia a liberdade que é o mais belo de todos os bens. IV. Na democracia, cada indivíduo assume a sua função própria dentro da polis. Estão corretas apenas as afirmativas:
(Uel 2007) “Em todos os juízos em que for pensada a relação de um sujeito com o predicado [...], essa relação é possível de dois modos. Ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo contido (ocultamente) nesse conceito A, ou B jaz completamente fora do conceito A, embora esteja em conexão com o mesmo. No primeiro caso, denomino o juízo analítico, no outro sintético”. Fonte: KANT, I. Crítica da Razão Pura. Tradução de Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger.São Paulo: Abril Cultural, 1980. p.27. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a distinção kantiana entre juízos analíticos e sintéticos, assinale a alternativa que apresenta um juízo sintético a posteriori:
(Uel 2007) Leia o texto a seguir: A comunidade constituída a partir de vários povoados é a cidade definitiva, após atingir o ponto de uma autossuficiência praticamente completa; assim, ao mesmo tempo que já tem condições para assegurar a vida de seus membros, ela passa a existir também para lhes proporcionar uma vida melhor. Toda cidade, portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é o seu estágio final, porquanto o que cada coisa é quando o seu crescimento se completa nós chamamos de natureza de cada coisa, quer falemos de um homem, de um cavalo ou de uma família. Mais ainda: o objetivo para o qual cada coisa foi criada - sua finalidade - é o que há de melhor para ela, e a autossuficiência é uma finalidade e o que há de melhor. ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. 2 ed. Brasília: UnB, 1988, p.15. Com base na citação acima e em seus conhecimentos sobre a concepção de Estado e sociedade em Aristóteles, considere as afirmativas a seguir: Para Aristóteles a cidade é uma criação artificial decorrente da necessidade que os homens têm de não causar danos uns aos outros. A cidade autossuficiente é o estágio final das primeiras comunidades e existe para garantir a vida de seus membros e tornar possível uma boa vida. A reflexão acerca da cidade revela a concepção teleológica da filosofia política de Aristóteles. Para Aristóteles, a cidade deve ser entendida como uma espécie de comunidade que tem como única função proporcionar a segurança dos indivíduos. Estão corretas apenas as afirmativas:
(Uel 2007) A desigualdade é um problema histórico que se manifesta em diversos aspectos da estrutura social brasileira. Analise o gráfico a seguir sobre o rendimento médio real mensal dos negros e não negros nas Regiões Metropolitanas e Distrito Federal – Biênio 2004/2005. De acordo com os dados sobre as diferenças entre o rendimento médio de negros e não negros nas regiões metropolitanas do Brasil, assinale a alternativa correta:
(Uel 2007) De acordo com Norberto Bobbio, “ao lado do problema do fundamento do poder, a doutrina clássica do Estado sempre se ocupou também do problema dos limites do poder, problema que geralmente é apresentado como problema das relações entre direito e poder (ou direito e Estado)”.Fonte: BOBBIO, N. Estado, Governo e Sociedade: para uma teoria geral da política. Tradução de Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000, p. 93-94. Os limites do poder no Estado democrático de direito moderno são estabelecidos:I. Pela autonomia constitucional entre os poderes judiciário, legislativo e executivo.II. Por normas legais, definidas por processos legítimos, que regulam e estabelecem direitos e deveres tanto para governantes quanto para os indivíduos na sociedade.III. Por normas legais que subordinam os poderes judiciário e legislativo ao poder executivo e asseguram a prevalência dos interesses do partido majoritário.IV. Por normas legais que assegurem que todos os cidadãos tenham garantias individuais mínimas, como o direito à defesa, direito a ir e vir e direito a manifestar suas opiniões. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
(UEL - 2007) Leia o texto a seguir: Todos os raciocnios referentes a questes de fato parecem fundar-se na relao de causa e efeito. somente por meio dessa relao que podemos ir alm da evidncia de nossa memria e nossos sentidos. [...] Arrisco-me a afirmar, a ttulo de uma proposta geral que no admite excees, que o conhecimento dessa relao no , em nenhum caso, alcanado por meio de raciocnios a priori, mas provm inteiramente da experincia, ao descobrirmos que certos objetos particulares acham-se constantemente conjugados uns aos outros. Fonte: HUME, D. Investigao sobre o entendimento humano. Traduo de Jos Oscar de Almeida Marques. So Paulo: Editora UNESP, 1999. p. 44-45. Com base no texto e em seus conhecimentos sobre Hume, correto afirmar que:
(UEL - 2007) Leia o texto a seguir: No h dvida de que todo o nosso conhecimento comea com a experincia; [...] Mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experincia, nem por isso todo ele se origina justamente da experincia. Fonte: KANT, I. Crtica da Razo Pura. Traduo de Valrio Rohden e Udo Baldur Moosburguer. So Paulo, Abril Cultural, 1980, p. 22. Com base no texto e em seus conhecimentos sobre Kant, correto afirmar:
(UEL - 2007) Ora, ns chamamos aquilo que deve ser buscado por si mesmo mais absoluto do que aquilo que merece ser buscado com vistas em outra coisa, e aquilo que nunca desejvel no interesse de outra coisa mais absoluto do que as coisas desejveis tanto em si mesmas como no interesse de uma terceira; por isso chamamos de absoluto e incondicional aquilo que sempre desejvel em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa. Fonte: ARISTTELES. tica a Nicmaco. Traduo de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. So Paulo: Nova Cultural, 1987, 1097b, p. 15. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a tica de Aristteles, assinale a alternativa correta:
(UEL - 2007) Segundo Francis Bacon, so de quatro gneros os dolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor apresent-los, lhes assinamos nomes, a saber: dolos da Tribo; dolos da Caverna; dolos do Foro e dolos do Teatro. Fonte: BACON, F. Novum Organum. Traduo de Jos Aluysio Reis de Andrade. So Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21. Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os dolos da Tribo so:
(UEL - 2007) A filosofia grega parece comear com uma ideia absurda, com a proposio: a gua a origem e a matriz de todas as coisas. Ser mesmo necessrio deter-nos nela e lev-la a srio? Sim, e por trs razes: em primeiro lugar, porque essa proposio enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulao; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crislida, est contido o pensamento: Tudo um. A razo citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filsofo grego. Fonte: NIETZSCHE, F. Crtica Moderna. In:Os Pr-Socrticos.Traduo de Rubens Rodrigues Torres Filho. So Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir. I. Com a proposio sobre a gua, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenmenos a um nico princpio do qual todas as coisas e fenmenos derivam. II. A proposio de Tales sobre a gua compreende a proposio Tudo um. III. A segunda razo pela qual a proposio sobre a gua merece ser levada a srio mostra o aspecto filosfico do pensamento de Tales. IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude. A alternativa que contm todas as afirmativas corretas :
(UEL - 2007) Desde suas origens entre os filsofos da antiga Grcia, a tica um tipo de saber normativo, isto , um saber que pretende orientar as aes dos seres humanos. Fonte: CORTINA, A.; MARTNEZ, E. tica. Traduo de Silvana Cobucci Leite. So Paulo: Edies Loyola, 2000, p. 9. Com base no texto e na compreenso da tica aristotlica, correto afirmar que a tica:
(UEL - 2007) Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela fora. A primeira prpria do homem; a segunda, dos animais. [...] Ao prncipe torna-se necessrio, porm, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Sendo, portanto, um prncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leo, pois este no tem defesa alguma contra os laos, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laos e leo para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de lees no sero bem-sucedidos. Por isso, um prncipe prudente no pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir. Fonte: MAQUIAVEL, N. O Prncipe. Traduo de Lvio Xavier. So Paulo: Nova Cultural, 1993, cap, XVIII, p.101-102. Com base no texto e nos conhecimentos sobre O Prncipe de Maquiavel, assinale a alternativa correta:
(UEL - 2007) H, porm, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a servio do seu problema ltimo da origem e essncia das coisas as observaes empricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas prprias, bem como no modo de submeter ao pensamento terico e casual o reino dos mitos, fundado na observao das realidades aparentes do mundo sensvel: os mitos sobre o nascimento do mundo. Fonte: JAEGER, W.Paideia. Traduo de Artur M. Parreira. 3.ed. So Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relao entre mito e filosofia na Grcia, correto afirmar:
(UEL - 2007) Na segunda seo da Fundamentao da Metafsica dos Costumes, Kant nos oferece quatro exemplos de deveres. Em relao ao segundo exemplo, que diz respeito falsa promessa, Kant afirma que uma pessoa v-se forada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que no poder pagar, mas v tambm que no lhe emprestaro nada se no prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentao de fazer a promessa; mas tem ainda conscincia bastante para perguntar a si mesma: No proibido econtrrio ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a faz-lo, a sua mxima de ao seria: Quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pag-lo, embora saiba que tal nunca suceder. Fonte: KANT, I. Fundamentao da Metafsica dos Costumes. Traduo de Paulo Quintela. So Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 130. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a moral kantiana, considere as afirmativas a seguir: I. Para Kant, o princpio de ao da falsa promessa no pode valer como lei universal. II. Kant considera a falsa promessa moralmente permissvel porque ela ser praticada apenas para sair de uma situao momentnea de apuros. III. A falsa promessa moralmente reprovvel porque a universalizao de sua mxima torna impossvel a prpria promessa. IV. A falsa promessa moralmente reprovvel porque vai de encontro s inclinaes sociais do ser humano. A alternativa que contm todas as afirmativas corretas :