(Uel 2010)
Ambiciosa
Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar...
Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar...
– Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!
Minha alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!
O amor dum homem? – Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada ...
Um homem? – Quando eu sonho o amor de um Deus! ...
(Adaptado de: ESPANCA, F. Sonetos. São Paulo: Martin Claret, 2007. p.78.)
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No verso “minha alma é como a pedra funerária” (verso 9), temos um recurso poético denominado