(Uel 2008) Na República, Platão faz a seguinte consideração sobre os poetas: [...] devemos começar por vigiar os autores de fábulas, e selecionar as que forem boas, e proscrever as más. [...] Das que agora se contam, a maioria deve rejeitar-se. [...] As que nos contaram Hesíodo e Homero – esses dois e os restantes poetas. Efectivamente, são esses que fizeram para os homens essas fábulas falsas que contaram e continuam a contar. Por seu turno, na Poética, Aristóteles diz o seguinte a respeito dos poetas: [...] quando no poeta se repreende uma falta contra a verdade, há talvez que responder como Sófocles: que representava ele os homens tais como devem ser, e Eurípides, tais como são. E depois caberia ainda responder: os poetas representam a opinião comum, como nas histórias que contam acerca dos deuses: essas histórias talvez não sejam verdadeiras, nem melhores; [...] no entanto, assim as contam os homens. (ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 468. Os Pensadores IV.) Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento estético de Platão e de Aristóteles, assinale a alternativa correta.
(UEL - 2008) amplamente conhecido, na histria da filosofia, como Descartes coloca em dvida todo o conhecimento, at encontrar um fundamento inabalvel; uma espcie de princpio de reconstituio do conhecimento. Neste processo, Descartes elege uma regra metodolgica que o orientar na busca de novas verdades. A regra geral que orientar Descartes na busca de novas verdades
(UEL - 2008) Para Kant, a moral no a doutrina que nos ensina como nos tornamos felizes, mas sim a doutrina que ensina como devemos agir para nos tornarmos dignos da felicidade. (KANT, I. Crtica da razo prtica. Traduo de Artur Moro. Lisboa: Ed. 70, 1986. p. 149.) Com base nos conhecimentos sobre a moral em Kant, correto afirmar:
(Uel 2008) Leia o texto a seguir. A razão humana, num determinado domínio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. (KANT, I. Crítica da Razão Pura (Prefácio da primeira edição, 1781). Tradução de ManuelaPinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 03.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas intermináveis disputas chama-se
(Uel 2007) Em A República, Platão analisa cinco formas de governo a fim de determinar qual delas é a melhor e mais justa, isto é, qual delas corresponde ao modelo de constituição idealizado por ele. Segundo Platão, o Estado é a imagem amplificada do homem justo. Considere o seguinte diálogo entre Sócrates e Adimanto, apresentado em A República, Livro VIII. Sócrates – Sendo assim, diz: não é o desejo insaciável daquilo que a democracia considera o seu bem supremo que a perde? Adimanto – E que bem é esse? Sócrates – A liberdade. [...] Adimanto – Sim, é isso o que se ouve muitas vezes. Sócrates – O que eu ia dizer há pouco é: não é o desejo insaciável desse bem, e a indiferença por todo o resto, que muda este governo e o obriga a recorrer à tirania? Adimanto – Como? Sócrates – Quando um Estado democrático, sedento de liberdade, passa a ser dominado por maus chefes, que fazem com que ele se embriague com esse vinho puro para além de toda a decência, então, se os seus magistrados não se mostram inteiramente dóceis e não lhe concedem um alto grau de liberdade, ele castiga-os, acusando-os de serem criminosos e oligarcas. [...] E ridiculariza os que obedecem aos magistrados e trata-os de homens servis e sem valor. Por outro lado, louva e honra, em particular e em público, os governantes que parecem ser governados e os governados que parecem ser governantes. Não é inevitável que, num Estado assim, o espírito de liberdade se estenda a tudo? Fonte: PLATÃO. A República. Tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 280-281. Com base no diálogo anterior e nos conhecimentos sobre as formas de governo analisadas por Platão, considere as seguintes afirmativas: I. A democracia é a negação da justiça, pois ela rejeita o princípio da escolha de governantes pelo critério da capacidade específica. II. A democracia é uma forma de governo que, ao dar livre curso aos desejos supérfluos e perniciosos dos indivíduos, se degenera em tirania. III. A democracia é a mais bela forma de governo, pois privilegia a liberdade que é o mais belo de todos os bens. IV. Na democracia, cada indivíduo assume a sua função própria dentro da polis. Estão corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2007) Desde suas origens entre os filsofos da antiga Grcia, a tica um tipo de saber normativo, isto , um saber que pretende orientar as aes dos seres humanos. Fonte: CORTINA, A.; MARTNEZ, E. tica. Traduo de Silvana Cobucci Leite. So Paulo: Edies Loyola, 2000, p. 9. Com base no texto e na compreenso da tica aristotlica, correto afirmar que a tica:
(Uel 2007) De acordo com Norberto Bobbio, “ao lado do problema do fundamento do poder, a doutrina clássica do Estado sempre se ocupou também do problema dos limites do poder, problema que geralmente é apresentado como problema das relações entre direito e poder (ou direito e Estado)”.Fonte: BOBBIO, N. Estado, Governo e Sociedade: para uma teoria geral da política. Tradução de Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000, p. 93-94. Os limites do poder no Estado democrático de direito moderno são estabelecidos:I. Pela autonomia constitucional entre os poderes judiciário, legislativo e executivo.II. Por normas legais, definidas por processos legítimos, que regulam e estabelecem direitos e deveres tanto para governantes quanto para os indivíduos na sociedade.III. Por normas legais que subordinam os poderes judiciário e legislativo ao poder executivo e asseguram a prevalência dos interesses do partido majoritário.IV. Por normas legais que assegurem que todos os cidadãos tenham garantias individuais mínimas, como o direito à defesa, direito a ir e vir e direito a manifestar suas opiniões. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
(UEL - 2007) Ora, ns chamamos aquilo que deve ser buscado por si mesmo mais absoluto do que aquilo que merece ser buscado com vistas em outra coisa, e aquilo que nunca desejvel no interesse de outra coisa mais absoluto do que as coisas desejveis tanto em si mesmas como no interesse de uma terceira; por isso chamamos de absoluto e incondicional aquilo que sempre desejvel em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa. Fonte: ARISTTELES. tica a Nicmaco. Traduo de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. So Paulo: Nova Cultural, 1987, 1097b, p. 15. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a tica de Aristteles, assinale a alternativa correta:
(Uel 2007) Leia o texto a seguir: A comunidade constituída a partir de vários povoados é a cidade definitiva, após atingir o ponto de uma autossuficiência praticamente completa; assim, ao mesmo tempo que já tem condições para assegurar a vida de seus membros, ela passa a existir também para lhes proporcionar uma vida melhor. Toda cidade, portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é o seu estágio final, porquanto o que cada coisa é quando o seu crescimento se completa nós chamamos de natureza de cada coisa, quer falemos de um homem, de um cavalo ou de uma família. Mais ainda: o objetivo para o qual cada coisa foi criada - sua finalidade - é o que há de melhor para ela, e a autossuficiência é uma finalidade e o que há de melhor. ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. 2 ed. Brasília: UnB, 1988, p.15. Com base na citação acima e em seus conhecimentos sobre a concepção de Estado e sociedade em Aristóteles, considere as afirmativas a seguir: Para Aristóteles a cidade é uma criação artificial decorrente da necessidade que os homens têm de não causar danos uns aos outros. A cidade autossuficiente é o estágio final das primeiras comunidades e existe para garantir a vida de seus membros e tornar possível uma boa vida. A reflexão acerca da cidade revela a concepção teleológica da filosofia política de Aristóteles. Para Aristóteles, a cidade deve ser entendida como uma espécie de comunidade que tem como única função proporcionar a segurança dos indivíduos. Estão corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2007) De acordo com seu conhecimento sobre a tica de Spinoza, correto afirmar:
(UEL - 2007) H, porm, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a servio do seu problema ltimo da origem e essncia das coisas as observaes empricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas prprias, bem como no modo de submeter ao pensamento terico e casual o reino dos mitos, fundado na observao das realidades aparentes do mundo sensvel: os mitos sobre o nascimento do mundo. Fonte: JAEGER, W.Paideia. Traduo de Artur M. Parreira. 3.ed. So Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relao entre mito e filosofia na Grcia, correto afirmar:
(Uel 2007) “Em todos os juízos em que for pensada a relação de um sujeito com o predicado [...], essa relação é possível de dois modos. Ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo contido (ocultamente) nesse conceito A, ou B jaz completamente fora do conceito A, embora esteja em conexão com o mesmo. No primeiro caso, denomino o juízo analítico, no outro sintético”. Fonte: KANT, I. Crítica da Razão Pura. Tradução de Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger.São Paulo: Abril Cultural, 1980. p.27. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a distinção kantiana entre juízos analíticos e sintéticos, assinale a alternativa que apresenta um juízo sintético a posteriori:
(UEL - 2007) A filosofia grega parece comear com uma ideia absurda, com a proposio: a gua a origem e a matriz de todas as coisas. Ser mesmo necessrio deter-nos nela e lev-la a srio? Sim, e por trs razes: em primeiro lugar, porque essa proposio enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulao; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crislida, est contido o pensamento: Tudo um. A razo citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filsofo grego. Fonte: NIETZSCHE, F. Crtica Moderna. In:Os Pr-Socrticos.Traduo de Rubens Rodrigues Torres Filho. So Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir. I. Com a proposio sobre a gua, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenmenos a um nico princpio do qual todas as coisas e fenmenos derivam. II. A proposio de Tales sobre a gua compreende a proposio Tudo um. III. A segunda razo pela qual a proposio sobre a gua merece ser levada a srio mostra o aspecto filosfico do pensamento de Tales. IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude. A alternativa que contm todas as afirmativas corretas :
(UEL - 2007) Segundo Francis Bacon, so de quatro gneros os dolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor apresent-los, lhes assinamos nomes, a saber: dolos da Tribo; dolos da Caverna; dolos do Foro e dolos do Teatro. Fonte: BACON, F. Novum Organum. Traduo de Jos Aluysio Reis de Andrade. So Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21. Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os dolos da Tribo so:
(UEL -2007) Todos os homens, por natureza, desejam conhecer. Sinal disso o prazer que nos proporcionam os nossos sentidos; pois, ainda que no levemos em conta a sua utilidade, so estimados por si mesmos; e, acima de todos os outros, o sentido da viso. Mais adiante, Aristteles afirma: Por outro lado, no identificamos nenhum dos sentidos com a Sabedoria, se bem que eles nos proporcionem o conhecimento mais fidedigno do particular. No nos dizem, contudo, o porqu de coisa alguma. Fonte: ARISTTELES, Metafsica. Traduo de Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969, p. 36 e 38. Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a metafsica de Aristteles, considere as afirmativas a seguir. I. Para Aristteles, o desejo de conhecer inato ao homem. II. O desejo de adquirir sabedoria em sentido pleno representa a busca do conhecimento em mais alto grau. III. O grau mais alto de conhecimento manifesta-se no prazer que sentimos em utilizar nossos sentidos. IV. Para Aristteles, a sabedoria a cincia das causas particulares que produzem os eventos. A alternativa que contm todas as afirmativas corretas :