(UFPR - 2016 - 2 FASE) A humanidade to semelhante em todas as pocas e lugares que a histria no nos revela nada de novo ou estranho nesse aspecto. Sua principal utilidade apenas revelar os princpios constantes e universais da natureza humana, mostrando os homens em todas as variedades de circunstncias e situaes e fornecendo materiais a partir dos quais podemos ordenar nossas observaes e familiarizar-nos com os motivos regulares da ao e do comportamento humano. (Hume, D. Uma Investigao sobre o entendimento humano, seo 8, In: MARAL, J.; CABARRO, M.; FANTIN, M. E. (Orgs.). Antologia de Textos Filosficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 379.) De acordo com David Hume em Uma Investigao sobre o entendimento humano, seo 8, possvel fazer uma cincia da ao e do comportamento humano? Por qu?
(UFPR - 2016 - 1 FASE) Vs, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que faam na terra o que faz o sal. O efeito do sal impedir a corrupo; mas quando a terra se v to corrupta como est a nossa, havendo tantos nela que tm ofcio de sal, qual ser, ou qual pode ser a causa desta corrupo? Ou porque o sal no salga, ou porque a terra se no deixa salgar. Ou porque o sal no salga, e os pregadores no pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se no deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes do, a no querem receber. Ou porque o sal no salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se no deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou porque o sal no salga, e os pregadores se pregam a si e no a Cristo; ou porque a terra se no deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. No tudo isto verdade? Ainda mal! (Antnio Vieira, Sermo de Santo Antnio, em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000033.pdf.) Vieira um homem do sculo XVII. possvel detectar, no texto de Vieira, caractersticas da lngua portuguesa que divergem de seu uso contemporneo. Pensando nessa diferena entre o portugus atual e o portugus usado por Vieira, considere as seguintes afirmativas: 1. Diferentemente de hoje, o pronome pessoal oblquo tono antecedia a negao. 2. O porque empregado no texto como conjuno explicativa e sua grafia a mesma usada atualmente. 3. A conjuno ou tem no texto um uso que no o de alternncia. Assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) Eu chamo, pois, repblica todo Estado regido por leis, independente da forma de administrao que possa ter; porque ento somente o interesse pblico governa, e a coisa pblica algo representa. Todo governo legtimo republicano (...). As leis no so propriamente seno as condies de associao civil. O povo, submetido s leis, deve ser o autor das mesmas; compete unicamente aos que se associam regulamentar as condies da sociedade. (Rousseau, Jean-Jacques. Do contrato social. verso para E-Book, . Traduo Rolando Roque da Silva. p. 54.) Durante o sculo XVIII, foi se constituindo uma corrente de pensamento chamada iluminismo. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) era um dos seus mais importantes representantes. Escreva um texto sobre o iluminismo, comentando trs representantes contemporneos de Rousseau e trs das propostas mais importantes desse movimento intelectual.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) Leia o texto a seguir, retirado do pensamento de Judith Butler: A heteronormatividade a regulao da prtica heterossexual, imposta como norma no apenas cultural, mas tambm biolgica, se constituindo como uma ordem compulsria do sexo/gnero/desejo. A homossexualidade vista, desta maneira, como fuga norma e, consequentemente, como um desvio que precisa ser novamente reintegrado norma. A homofobia no se justifica porque, afinal, se o gnero so os significados culturais assumidos pelo corpo sexuado, no se pode dizer que ele decorra de um sexo, desta ou daquela maneira. Levada a seu limite lgico, a distino sexo/gnero sugere uma descontinuidade radical entre corpos sexuados e gneros culturalmente construdos. Supondo por um momento a estabilidade do sexo binrio, no decorre da que a construo de homens aplique-se exclusivamente a corpos masculinos, ou que o termo mulheres interprete somente corpos femininos. Alm disso, mesmo que os sexos paream no problematicamente binrios em sua morfologia e constituio (ao que ser questionado), no h razo para supor que os gneros tambm devam permanecer em nmero dois. (BUTLER, J. Problemas de gnero: feminismo e subverso da identidade. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2003.) Escreva um texto caracterizando heteronormatividade e suas consequncias e explique por que, para Butler, a homofobia no se justifica.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) No dia 13 de junho de 2016, foi lanado em So Paulo, em carter experimental, um aplicativo denominado de UberCOPTER. Por meio dele, o usurio pode solicitar um helicptero para realizar trajetos em pontos definidos da cidade de So Paulo, em especial entre os aeroportos e certos hotis de luxo. (Fonte: . Acesso em 25 de agosto de 2016.) Tal aplicativo representa uma especializao dos servios oferecidos pelo Uber, que tem sido objeto de polmicas em razo de ser um servio de compartilhamento de viagens e que concorre diretamente com os taxis. Considerando o papel de So Paulo no contexto da rede urbana brasileira, aponte razes que expliquem o fato de essa cidade ter sido escolhida para a implantao experimental do referido sistema.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) Uma espcie de peixe vivia em guas quentes em clima tropical e sua populao era estvel e bem adaptada s condies locais. Contudo, uma mudana climtica drstica tornou as guas geladas. A populao desses peixes quase desapareceu, pois os indivduos no suportaram a mudana. Alguns peixes (cerca de 5% da populao original) sobreviveram, sendo capazes de viver nas guas geladas. Esses peixes produziam glicoprotenas anticongelantes, que exercem um papel crioprotetor. Essas glicoprotenas anticongelantes so produzidas a partir de um gene mutado que, na sua forma selvagem, codifica uma glicoprotena com outra funo, que no anticongelante. a) A mutao j existia na populao ou foi causada pela mudana climtica? Justifique sua resposta. b) Com a mudana climtica, que tipo de seleo natural atuou na populao de peixes? c) Em relao frequncia de peixes que sobreviveram, explique por que a nova populao que habita guas geladas ser diferente da populao original.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) Considere a funo , com . a) Qual o valor mnimo que a funo f atinge? b) Para que valores de x temos f(x)=-1?
(UFPR - 2016 - 2 FASE) O tecido epitelial do esfago de animais , geralmente, estratificado (possui vrias camadas de clulas). Em alguns casos, ele pode ser queratinizado. Que diferena existe entre os hbitos alimentares de animais com e sem epitlio do esfago queratinizado?
(UFPR - 2016 - 1 FASE) Por que a cultura do sul ficou de fora do retrato do Brasil nas olimpadas? Depois de uma abertura que falou das etnias que formaram o povo brasileiro, a cerimnia de encerramento dos Jogos Olmpicos do Rio de Janeiro, realizada neste domingo (21), teve mais cara de carnaval. A ideia da diretora criativa da festa, Rosa Magalhes, era mostrar o sentimento de brasilidade, conforme ela explicou ao jornal O Globo dias antes da cerimnia. Carnavalesca da escola de samba carioca So Clemente, Rosa usou elementos alegricos para mostrar a arte feita pelo povo do pas para ela, marca da nossa identidade cultural. Teve meno a choro, samba carioca, Carmem Miranda, mulheres rendeiras da Bahia, bonecos de cermica do pernambucano Vitalino, Heitor Villa-Lobos, carnaval. Entre as ausncias, as expresses culturais do Sul do Brasil o que alimentou algum debate em redes sociais: se a ideia era representar o pas todo, por que ficamos de fora? Para a antroploga Selma Baptista, professora-doutora aposentada da UFPR, a pergunta deveria ser outra: por que as expresses culturais do Sul participariam do recorte da carnavalesca carioca se elas no esto presentes nem em nossas prprias festas? Essa questo da representao de identidades regionais se d a partir da construo da identidade dentro de seus prprios redutos. Cabe perguntar at que ponto nossas representaes da cultura popular tm expressividade entre ns mesmos para que alcancem uma representatividade nacional, questiona. Patrcia Martins, antroploga e docente do Instituto Federal do Paran (IFPR) em Paranagu, lembra que o Sul tende inclusive a negar o tipo de brasilidade representada na cerimnia de encerramento, mais ligada cultura indgena e afro-brasileira. Aqui h uma autorrepresentao que passa por uma cultura europeia, diz. Para ela, o recorte mostrado na cerimnia de abertura dos Jogos Olmpicos tem ligaes com uma identidade brasileira que vem sendo construda desde o Estado Novo (1937-1945), que incorporou o samba carioca. Existe um patrimnio rico no Sul h os batuques do Rio Grande do Sul, o fandango caiara. Teria muita coisa a mostrar, mas nem ns sabemos que existe isso em nossa regio. Na opinio de Tau Golin, jornalista, historiador e professor do curso de Ps-Graduao em Histria da Universidade de Passo Fundo (UPF), esse tipo de questionamento sobre representaes regionais uma briga simblica j bem conhecida principalmente dos gachos. uma briga de poder pela representatividade, por quem representa mais a nao, diz. Como um pas com regies que se formaram antes da nao, as regionalidades querem estar presentes em tudo o que acontece no pas. Se fosse insignificante, no brigariam. Mas, como para se mostrar para o exterior, a briga compreensvel historicamente. Para ele, o desejo do Sul de estar presente nesse tipo de representao, dada a relao difcil da regio com a brasilidade, um fator surpreendente. uma novidade, que merece estudos daqui para a frente, diz. (Rafael Rodrigues Costa, Gazeta do Povo, Curitiba, 22/08/2016.) O texto tematiza a ausncia de manifestaes culturais da regio Sul na festa de encerramento dos Jogos Olmpicos do Rio de Janeiro. As duas antroplogas entrevistadas compartilham uma mesma opinio sobre a questo levantada. Assinale a alternativa que apresenta essa opinio.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) O que se entende por liberdade quando esse termo aplicado s aes voluntrias? Com certeza no estamos querendo dizer que as aes tenham to pouca conexo com motivos, inclinaes e circunstncias que no se sigam deles com certo grau de uniformidade, e que estes no apoiem nenhuma inferncia que nos permita concluir a ocorrncia daquelas, pois tais fatos so simples e bem conhecidos. Por liberdade, ento, s podemos entender um poder de agir ou no agir de acordo com as determinaes da vontade; ou seja, se escolhermos ficar parados, podemos ficar assim, e se escolhemos nos mover, tambm podemos faz-lo. (...) Qualquer que seja a definio que se d de liberdade, devemos ter o cuidado de observar duas condies necessrias: primeiro, que essa definio seja consistente com os fatos; segundo, que seja consistente consigo mesma. (HUME, D. Uma Investigao sobre o entendimento humano, seo 8, In: MARAL, J.; CABARRO, M.; FANTIN, M. E. (Orgs.). Antologia de Textos Filosficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 390.) De acordo com Hume, em Uma Investigao sobre o entendimento humano, seo 8, qual seria a boa definio de liberdade? Quais razes ele aponta para defender essa definio?
(UFPR - 2016 - 2 FASE) Eu chamo, pois, repblica todo Estado regido por leis, independente da forma de administrao que possa ter; porque ento somente o interesse pblico governa, e a coisa pblica algo representa. Todo governo legtimo republicano (...). As leis no so propriamente seno as condies de associao civil. O povo, submetido s leis, deve ser o autor das mesmas; compete unicamente aos que se associam regulamentar as condies da sociedade. (Rousseau, Jean-Jacques. Do contrato social. verso para E-Book, . Traduo Rolando Roque da Silva. p. 54.) A corrente iluminista apontava, entre outras coisas, para a reforma do sistema poltico reinante em oposio ao antigo regime. Escreva um texto identificando e explicando dois aspectos do poder poltico do antigo regime, comentando quatro aspectos que caracterizavam a estrutura socioeconmica do perodo.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) No perodo da Guerra Fria, a antiga URSS subsidiou fortemente a economia cubana. Ao exportar petrleo para Cuba, o Estado sovitico praticava preos bem abaixo daqueles vigentes no mercado mundial, ao mesmo tempo em que, nas importaes de acar cubano, pagava at cinco vezes os preos internacionais desse produto. (Adaptado de VESENTINI, J. W. A nova ordem mundial. 2. ed. So Paulo: tica, 1996, p. 21) Com base no texto e nos conhecimentos de Geografia: a) Apresente duas razes pelas quais a URSS realizava essa poltica de subsdios. b) Explique por que tal poltica contribuiu para o fim do modelo de economia planificada na URSS.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) Peptdeos so formados pela combinao de aminocidos, por meio de ligaes peptdicas. O aspartame, um adoante cerca de 200 vezes mais doce do que a sacarose (acar de mesa), um peptdeo formado pela combinao entre fenilalanina na forma de ster metlico e cido asprtico. O aspartame formado pela ligao peptdica entre o grupo amino da fenilalanina com o grupo cido carboxlico do cido asprtico, em que uma molcula de gua liberada na reao em que se forma essa ligao. a) Apresente a estrutura do aspartame (notao em basto). b) Identifique na estrutura do aspartame a ligao peptdica citada. c) Qual a funo qumica que corresponde ligao peptdica?
(UFPR - 2016 - 2 FASE) Leia o trecho abaixo, a respeito dos processos migratrios mais recentes. As cenas de frgeis barcos rebocados em alto mar ou de centenas de pessoas amontoadas em improvisados campos de refugiados causam indignao, insuflam a solidariedade e obrigam as autoridades a tomar atitudes para a resoluo do problema. Por outro lado, a chegada de milhares de imigrantes muulmanos, negros e ciganos vem aumentando o sentimento xenfobo de parte da populao europeia [...]. Diante da crise econmica, que parece global, os fascistas e neonazistas vm ampliando o espao poltico na Europa, notadamente na Alemanha, ustria, Frana, Sucia, Grcia, Itlia e Irlanda. curioso, porque justamente a Alemanha, o Imprio Austro-Hngaro, a Itlia, a Irlanda e a Sucia despejaram, no sculo XIX, milhes de camponeses esfomeados para fora de suas fronteiras, o que provocou um reequilbrio demogrfico, possibilitando o reerguimento econmico no sculo seguinte. Estes, que deveriam ser os primeiros a abrir as portas para os estrangeiros, veem em uma dimenso cada vez larga crescer o preconceito tnico e religioso. Alis, de forma pattica, algo semelhante comea a ocorrer no Brasil. Pas de diversidade tnica, acompanhamos horrorizados as manifestaes explcitas de xenofobia e racismo contra os mdicos cubanos e mais recentemente contra senegaleses e haitianos. Onde vive o ser humano, mora a estupidez. RUFFATO, Luiz. Imigrao e xenofobia. El Pas. Set. 2015. Seo Opinio. Disponvel em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/09/opinion/ 1441811691_233922.html. Acesso em: 21 ago. 2016. O texto aborda o processo migratrio na perspectiva da reao negativa por parte de alguns pases que tm recebido refugiados. Discorra sobre esse processo a partir de perspectiva diferente da reao negativa que est presente no texto, enfocando aspectos socioeconmicos e culturais desse contato.
(UFPR - 2016 - 2 FASE) A velocidade de impresso de uma impressora calculada em pginas por minuto (ppm). Suponha que determinada impressora tem velocidade de impresso de 15 ppm em preto-e-branco e de 8 ppm em cores. a) Quanto tempo essa impressora gasta para imprimir 230 pginas em preto-e-branco? D sua resposta no formato minseg. b) Trabalhando ininterruptamente durante 30 minutos, essa impressora imprimiu 366 pginas entre preto-e-branco e colorida. Quantas dessas pginas eram coloridas?