(UFPR - 2017 - 2ª FASE)
O filósofo alemão Walter Benjamin produziu uma vasta obra que contempla temas que vão da filosofia, passando pela literatura, crítica cultural, teoria da história, religião e arte. Em seu ensaio sobre o cinema, intitulado “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica” (1936), Benjamin demonstra que dadas as transformações estruturais pelas quais passaram as sociedades ocidentais e o modo como foram remodeladas pelas dinâmicas do capitalismo, a arte não fazia mais sentido se concebida apenas como objeto de culto, portadora de identidade estética única. Nas palavras de Benjamin, “com a reprodutibilidade técnica, a obra de arte se emancipa, pela primeira vez na história, de sua existência parasitária, destacandose do ritual. A obra de arte reproduzida é cada vez mais a reprodução de uma obra de arte criada para ser reproduzida. A chapa fotográfica, por exemplo, permite uma grande variedade de cópias; a questão da autenticidade das cópias não tem nenhum sentido. Mas, no momento em que critério de autenticidade deixa de aplicar-se à produção artística, toda a função social da arte se transforma. Em vez de fundar-se no ritual, ela passa a fundar-se em outra práxis: a política”.
(BENJAMIN, Walter. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 171-172.)
Considerando esse fragmento do ensaio de Benjamin, responda:
Como as transformações históricas podem impactar a produção artística e de que maneira a noção de “ritual” é substituída pela “prática da política” na arte produzida pelas sociedades capitalistas?