(UFPR - 2018 - 2ª FASE) Politizar o homem não consiste mais em educá-lo moralmente, mas em introduzi-lo num maquinário que o vergará a fins (a paz e a segurança) que, apenas por suas disposições naturais, ele não poderia alcançar. O modelo político é, assim, mecânico – e nada mais significativo, a esse respeito, do que a imagem do autômato que Hobbes emprega no início do Leviatã, ou a linguagem do equilíbrio das forças, que retorna constantemente no Contrato Social, de Rousseau, ou, ainda, a metáfora newtoniana: como no universo, também na cidade a ordem virá da compensação entre atrações e repulsas.
(LEBRUN, Gerard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 20.)
Se, para Gerard Lebrun, a politização não consiste mais numa “educação moral”, que tipo de indivíduo a política é capaz de engendrar na modernidade?