(UFU - 2016 - 2ª FASE)
Texto I
O único personagem feminino que escapa ao estereótipo de “coisa amorfa e pastosa” nesse romance (Clara dos Anjos) é Dona Margarida, uma forte e voluntariosa senhora alemã, de olhos azuis e “traços enérgicos”.
MICHELETTI, Guaraciaba. Contra o racismo e a injustiça. In: BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Rio de Janeiro: Editora Ática, 2011. p.10.
Texto II
A mórbida ternura da mãe por ele, a que não eram estranhas as suas vaidades pessoais, junto à indiferença desdenhosa do pai, com o tempo, fizeram de Cassi o tipo mais completo de vagabundo doméstico que se pode imaginar. É um tipo bem brasileiro. Se já era egoísta, triplicou de egoísmo. Na vida, ele só via o seu prazer, se esse prazer era o mais imediato possível. Nenhuma consideração de amizade, de respeito pela dor dos outros, pela desgraça dos semelhantes, de ditame moral o detinha, quando procurava uma satisfação qualquer. Só se detinha diante da força, da decisão de um revólver empunhado com decisão.
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. São Paulo: Editora Ática, 2011. p. 35.
Com base nos textos, faça o que se pede.
A) Dona Engrácia, esposa de Joaquim dos Anjos e mãe de Clara, encaixa-se na definição do texto I. Apresente, em um parágrafo, as características de Dona Engrácia que revelam, no contexto da obra, que ela é “coisa amorfa e pastosa”.
B) Para além da condição de progenitora, Dona Salustiana, mãe de Cassi Jones, protegia-o de forma desmesurada, com grande intensidade. A partir da leitura do texto II, explique, em um parágrafo, os planos e objetivos de Dona Salustiana para defender o filho dos crimes que este cometia.