(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) O barbante cortava teus dedos / Pesados de mil embrulhos: O emprego da expresso mil embrulhos no verso mencionado caracteriza-se como figura de linguagem denominada hiprbole, porque
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 12) De certo modo, a primeira fonte de ruptura com o antropocentrismo se encontra na teoria heliocntrica de Nicolau Coprnico, a assim chamada revoluo copernicana. A segunda grande ruptura provocada pelo que se poderia chamar, em analogia com a primeira, de revoluo darwiniana, resultado da obra de Charles Darwin, A origem das espcies pela seleo natural, onde este formula sua famosa teoria da evoluo das espcies. (Danilo Marcondes. Iniciao histria da filosofia, 2001. Adaptado.) A partir do texto, explique o significado do termo antropocentrismo e descreva por que as obras de Coprnico e de Darwin so apresentadas como momentos de ruptura com essa centralidade.
(UNESP - 2012- 2 fase) O homem o lobo do homem uma das frases mais repetidas por aqueles que se referem a Hobbes. Essa mxima aparece coroada por uma outra, menos citada, mas igualmente importante: guerra de todos contra todos. Ambas so fundamentais como sntese do que Hobbes pensa a respeito do estado natural em que vivem os homens. O estado de natureza o modo de ser que caracterizaria o homem antes de seu ingresso no estado social. O altrusmo no seria, portanto, natural. No estado de natureza o recurso violncia generaliza-se, cada qual elaborando novos meios de destruio do prximo, com o que a vida se torna solitria, pobre, srdida, embrutecida e curta, na qual cada um lobo para o outro, em guerra de todos contra todos. Os homens no vivem em cooperao natural, como fazem as abelhas e as formigas. O acordo entre elas natural; entre os homens, s pode ser artificial. Nesse sentido, os homens so levados a estabelecer contratos entre si. Para o autor do Leviat, o contrato estabelecido unicamente entre os membros do grupo, que, entre si, concordam em renunciar a seu direito a tudo para entreg-lo a um soberano capaz de promover a paz. No submetido a nenhuma lei, o soberano absoluto a prpria fonte legisladora. A obedincia a ele deve ser total. (Joo Paulo Monteiro. Os Pensadores, 2000.) Caracterize a diferena entre estado de natureza e vida social, segundo o texto, e explique por que a atribuda a Hobbes a concepo poltica de um absolutismo sem teologia.
(UNESP - 2012- 2 fase) Basta lembrar que todas as grandes nascentes do Brasil, como as dos rios So Francisco e Amazonas e da Bacia do Paran, esto em reas de Cerrado. Elas existem porque o Cerrado, pelas caractersticas da prpria vegetao () e solo (), retm grande quantidade de gua. Por isso, por exemplo, a substituio artificial do Cerrado do Brasil Central por algum tipo de agricultura, principalmente uma monocultura, pode comprometer e muito a reposio da gua subterrnea que mantm essas nascentes. (Osmar Cavassan. Jornal UNESP, novembro de 2010. Adaptado.) Cite uma caracterstica das rvores e arbustos do cerrado que permita a essa vegetao acesso gua, e explique por que algumas monoculturas poderiam comprometer a reposio da gua subterrnea nesse bioma.
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base os pargrafos iniciais e alguns fragmentos de um artigo assinado por Wilson Weigl na revista Conhecer, edio de nmero 20, de 2011. Raa, suor e tecnologia Quem o maior craque do mundo na sua opinio? O argentino Messi? O portugus Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou voc elege a prata da casa, como Kak, Neymar ou Ganso? So jogadores que esbanjam talento, forma fsica e tcnica. Mas o momento em que esses dolos entram em campo representa a finalizao de um processo envolvendo milhes de dlares em pesquisas de ponta. Porque, alm da qualidade individual e do nvel ttico da equipe, hoje tambm os uniformes e a bola podem influir no placar final. No exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratrios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, cales, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforo e encurtar o tempo de recuperao aps o jogo. Os craques da elite do futebol mundial no so apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar at dois anos antes de chegar s prateleiras das lojas, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil. E, como no poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais so as principais vitrines desses novos produtos. Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcionaria significativo aumento de rendimento dos atletas no fossem as recentes descobertas mdicas sobre os processos fisiolgicos e as variveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje esto na boca de todos os frequentadores de academia como bitipo, zona de frequncia cardaca e ndice de massa corporal, por exemplo surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, j corriqueiro o treinamento de atletas levar em conta informaes sobre a influncia de marcadores bioqumicos (como atividade hormonal e concentrao enzimtica). Nada disso era conhecido na poca dos gloriosos dias de Garrincha, Pel e Ademir da Guia. Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vo chegar primeiro s mos (ou aos ps) dos astros do esporte. [...] Os uniformes atuais, por exemplo, so capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporao do suor e tonificar a musculatura, melhorando a fora. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos cales influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdcio dela. [...] H chuteiras que proporcionam mais potncia nos chutes, maior controle da bola ou preciso nos passes. Os modelos atuais so cada vez mais leves e confortveis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas menos da metade do peso que Pel carregava na Copa de 1970, no Mxico. Uma chuteira daquela poca pesava cerca de 500 gramas. A leitura atenta do artigo revela que seu autor atribui maior importncia, entre os fatores que podem causar a melhoria do desempenho dos atletas:
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 13) Um besouro havia cado em uma piscina e, embora a maior parte de seu corpo estivesse acima do nvel da gua, a cabea do inseto estava totalmente submersa. Pedrinho, que observava a cena, retirou o animal da piscina depois de mais de trinta minutos nessa situao. O besouro continuava vivo e saiu andando, como se nada tivesse acontecido. Pedrinho quis repetir a cena consigo mesmo, mas no conseguiu manter a cabea submersa por mais de dois minutos sem respirar. Considerando as caractersticas do sistema respiratrio dos insetos e as caractersticas do sistema respiratrio dos mamferos, explique por que o besouro conseguiu ficar tanto tempo com a cabea submersa e explique por que Pedrinho no o conseguiu.
(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) Marque a alternativa cujo verso contm um pleonasmo, ou seja, uma redundncia de termos com bom efeito estilstico.
(UNESP - 2012- 2 fase) Dona Jlia iria receber vrios convidados para o almoo do domingo, e para isso passou boa parte da manh lavando vrios ps de alface para a salada. Para manter as folhas da alface tenras e fresquinhas, dona Jlia manteve-as imersas em uma bacia com gua filtrada. Contudo, ao final de um bom tempo com as mos imersas na gua, a pele dos dedos de dona Jlia, ao contrrio das folhas de alface, se apresentava toda enrugada. Considerando a constituio da epiderme e as diferenas entre as clulas animal e vegetal, explique por que as folhas da alface permanecem tenras quando imersas na gua e por que a pele humana se enruga quando em contato prolongado com a gua.
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base os pargrafos iniciais e alguns fragmentos de um artigo assinado por Wilson Weigl na revista Conhecer, edio de nmero 20, de 2011. Raa, suor e tecnologia Quem o maior craque do mundo na sua opinio? O argentino Messi? O portugus Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou voc elege a prata da casa, como Kak, Neymar ou Ganso? So jogadores que esbanjam talento, forma fsica e tcnica. Mas o momento em que esses dolos entram em campo representa a finalizao de um processo envolvendo milhes de dlares em pesquisas de ponta. Porque, alm da qualidade individual e do nvel ttico da equipe, hoje tambm os uniformes e a bola podem influir no placar final. No exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratrios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, cales, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforo e encurtar o tempo de recuperao aps o jogo. Os craques da elite do futebol mundial no so apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar at dois anos antes de chegar s prateleiras das lojas, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil. E, como no poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais so as principais vitrines desses novos produtos. Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcionaria significativo aumento de rendimento dos atletas no fossem as recentes descobertas mdicas sobre os processos fisiolgicos e as variveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje esto na boca de todos os frequentadores de academia como bitipo, zona de frequncia cardaca e ndice de massa corporal, por exemplo surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, j corriqueiro o treinamento de atletas levar em conta informaes sobre a influncia de marcadores bioqumicos (como atividade hormonal e concentrao enzimtica). Nada disso era conhecido na poca dos gloriosos dias de Garrincha, Pel e Ademir da Guia. Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vo chegar primeiro s mos (ou aos ps) dos astros do esporte. [...] Os uniformes atuais, por exemplo, so capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporao do suor e tonificar a musculatura, melhorando a fora. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos cales influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdcio dela. [...] H chuteiras que proporcionam mais potncia nos chutes, maior controle da bola ou preciso nos passes. Os modelos atuais so cada vez mais leves e confortveis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas menos da metade do peso que Pel carregava na Copa de 1970, no Mxico. Uma chuteira daquela poca pesava cerca de 500 gramas. Embora o artigo tenha por finalidade enfatizar a utilidade dos produtos da tecnologia e das conquistas da medicina para a prtica do futebol, a meno em destaque a grandes jogadores como Pel, Garrincha, Ademir da Guia, Messi, Cristiano Ronaldo, Xavi, Kak, Neymar e Ganso deixa implcito que:
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 14) Nos troncos de vrias rvores do quintal de Dona Mrcia, crescem exemplares de Oncidium sp, a chuva-de-ouro, uma espcie de orqudea nativa da Mata Atlntica que produz numerosos cachos de flores pequenas e amarelas. Antes da florao, so comuns o ataque de pulges, que costumam sugar a seiva das hastes novas, e, tambm, o aparecimento de joaninhas, que se alimentam desses animais e controlam naturalmente a populao de pulges. Quando da florao, as plantas so visitadas por diferentes espcies de abelhas, que disputam o plen e o leo secretado por glndulas da flor. Esse leo utilizado pelas abelhas na alimentao de suas larvas. chuva-de-ouro (Oncidium sp) em florao O texto traz vrios exemplos de diferentes relaes interespecficas. Cite quatro delas, relacionando-as ao exemplo do texto, e explique-as em termos de benefcio ou de prejuzo para as espcies envolvidas.
(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) Quando a curva / Se acendia de luzes semoventes, Esta imagem significa, nos versos em que surge,
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Instruo: As questes de nmeros 11 a 15 tomam por base os pargrafos iniciais e alguns fragmentos de um artigo assinado por Wilson Weigl na revista Conhecer, edio de nmero 20, de 2011. Raa, suor e tecnologia Quem o maior craque do mundo na sua opinio? O argentino Messi? O portugus Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou voc elege a prata da casa, como Kak, Neymar ou Ganso? So jogadores que esbanjam talento, forma fsica e tcnica. Mas o momento em que esses dolos entram em campo representa a finalizao de um processo envolvendo milhes de dlares em pesquisas de ponta. Porque, alm da qualidade individual e do nvel ttico da equipe, hoje tambm os uniformes e a bola podem influir no placar final. No exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratrios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, cales, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforo e encurtar o tempo de recuperao aps o jogo. Os craques da elite do futebol mundial no so apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar at dois anos antes de chegar s prateleiras das lojas, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil. E, como no poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais so as principais vitrines desses novos produtos. Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcionaria significativo aumento de rendimento dos atletas no fossem as recentes descobertas mdicas sobre os processos fisiolgicos e as variveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje esto na boca de todos os frequentadores de academia como bitipo, zona de frequncia cardaca e ndice de massa corporal, por exemplo surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educao Fsica da Universidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, j corriqueiro o treinamento de atletas levar em conta informaes sobre a influncia de marcadores bioqumicos (como atividade hormonal e concentrao enzimtica). Nada disso era conhecido na poca dos gloriosos dias de Garrincha, Pel e Ademir da Guia. Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vo chegar primeiro s mos (ou aos ps) dos astros do esporte. [...] Os uniformes atuais, por exemplo, so capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporao do suor e tonificar a musculatura, melhorando a fora. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos cales influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdcio dela. [...] H chuteiras que proporcionam mais potncia nos chutes, maior controle da bola ou preciso nos passes. Os modelos atuais so cada vez mais leves e confortveis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas menos da metade do peso que Pel carregava na Copa de 1970, no Mxico. Uma chuteira daquela poca pesava cerca de 500 gramas. Estar em forma fsica e forma tcnica, no artigo e no jargo esportivo, designam, respectivamente, o fato de um atleta
(UNESP - 2012- 2 fase) Os indivduos no so coisas estveis. Eles so efmeros. Os cromossomos tambm caem no esquecimento, como as mos num jogo de cartas pouco depois de serem distribudas. Mas as cartas, em si, sobrevivem ao embaralhamento. As cartas so os genes. Eles apenas trocam de parceiros e seguem em frente. claro que eles seguem em frente. essa a sua vocao. Eles so os replicadores e ns, suas mquinas de sobrevivncia. Quando tivermos cumprido a nossa misso, seremos descartados. Os genes, porm, so cidados do tempo geolgico: os genes so para sempre. (Richard Dawkins. O gene egosta, 2008.) Considerando a reproduo sexuada, explique o que o autor do texto quis dizer ao comparar cada cromossomo, e o conjunto cromossmico de uma pessoa, s mos de cartas que se desfazem assim que so distribudas. Considerando o mecanismo de duplicao do DNA, explique a afirmao de que os genes so para sempre.
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 15) Bom seria se todas as frutas fossem como a banana: fcil de descascar e livre do inconveniente dos caroos. Para darem uma forcinha natureza, pesquisadores desenvolveram verses sem sementes em laboratrio [...]. Para criar frutos sem sementes a partir de verses com caroos, como acontece com a melancia, preciso cruzar plantas com nmeros diferentes de cromossomos, at que se obtenha uma fruta em que as sementinhas no se desenvolvam (Veja, 25.01.2012.) Suponha que, no caso exemplificado, a melancia sem sementes tenha sido obtida a partir do cruzamento entre uma planta diploide com 22 cromossomos e uma planta tetraploide com 44 cromossomos. Quantos cromossomos tero as clulas somticas da nova planta? Considerando que as sementes so o resultado da reproduo sexuada, explique por que os frutos dessa planta no as possuem.
(UNESP -2012 - 1a Fase) Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidado A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metlicas. Era de madrugada. Ouvi a voz de minha me, viva. De repente no tinha pai. No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor tua lembrana Depois de tanta ausncia. Fragmentos da infncia Boiaram do mar de minhas lgrimas. Vi-me eu menino Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna Tinham-se apenas acendido os lampies a gs, e a clarineta De Augusto geralmente procrastinava a tarde. Era belo esperar-te, cidado. O bondinho Rangia nos trilhos a muitas praias de distncia... Dizamos: -vem meu pai!. Quando a curva Se acendia de luzes semoventes*, ah, corramos Corramos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes Mas ser marraio** em teus braos, sentir por ltimo Os doces espinhos da tua barba. Trazias de ento uma expresso indizvel de fidelidade e pacincia Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doura De quem se deixou ser. Teus ombros possantes Se curvavam como ao peso da enorme poesia Que no realizaste. O barbante cortava teus dedos Pesados de mil embrulhos: carne, po, utenslios Para o cotidiano (e frequentemente o binculo Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras Mirando o mar). Dize-me, meu pai Que viste tantos anos atravs do teu culo de alcance Que nunca revelaste a ningum? Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta [exausto no ltimo lance da maratona. Te grimpvamos. Eras penca de filho. Jamais Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa humilde A um gesto do mar. A noite se fechava Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa. Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando o mar Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios Buscavam ilhas, outras ilhas... as imaculadas, inacessveis Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar E trazer depositar aos ps da amada as joias fulgurantes Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante Comandar, batido de ventos, perdido na fosforncia De vastos e noturnos oceanos Sem jamais. Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar Em silncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor Em silncio. Foste um no lado esquerdo. Mas Teu amor inventou. Financiaste uma lancha Movida a gua: foi reta para o fundo. Partiste um dia Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula. Doze luas voltaste. Tua primognita diz-se No te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas guas-marinhas. (Vinicius de Moraes. Antologia potica. 11 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1974, p. 180-181.) (*) Semovente: Que ou o que anda ou se move por si prprio. (**) Marraio: No gude e noutros jogos, palavra que d, a quem primeiro a grita, o direito de ser o ltimo a jogar. (***) Provecto: Que conhece muito um assunto ou uma cincia, experiente, versado, mestre. (Dicionrio Eletrnico Houaiss) Em Partiste um dia / Para um brasil alm, garimpeiro sem medo e sem mcula., oemprego da palavra brasil com inicial minscula, no poema de Vinicius, tem a seguinte justificativa: