(UNESP - 2012 - 1a Fase)Leia o trecho da entrevista com um mdico epidemiologista. Folha No contraditrio um epidemiologista questionar o conceito de risco? Luis David Castiel Tem tambm um lado opressivo que me incomoda. Uma dimenso moralista, que rotula as pessoas que se expem ao risco como displicentes e que, portanto, merecem ser punidas [pela doena], se acontecer o evento ao qual esto se expondo. Estamos merc dessa prescrio constante que a gente tem que seguir. Na hora em que voc traz para perto a ameaa, tem que fazer uma gesto cotidiana dela. No h como, voc teria que controlar todos os riscos possveis e os impossveis de se imaginar. a riscofobia. Folha H um meio do caminho entre a fobia e o autocuidado? Luis David Castiel A pessoa tem que puxar o freio de emergncia quando achar necessrio, decidir at que ponto vai conseguir acompanhar todos os ditames da sade. () Na sade, a vigilncia constante, o excesso de exames criou uma nova categoria: a pessoa no est doente, mas no saudvel. Est sob risco. (Folha de S.Paulo, 11.04.2011. Adaptado.) Assinale a alternativa que contempla adequadamente a opinio do mdico, sob o ponto de vista filosfico.
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Se um governo quer reduzir o ndice de abortos e o risco para as mulheres em idade reprodutiva, no deveria proibi-los, nem restringir demais os casos em que permitido. Um estudo publicado em The Lancet revela que o ndice de abortos menor nos pases com leis mais permissivas, e maior onde a interveno ilegal ou muito limitada. Aprovar leis restritivas no reduz o ndice de abortos, afirma Gilda Sedgh (Instituto Guttmacher, Nova York), lder do estudo, mas sim aumenta a morte de mulheres. Condenar, estigmatizar e criminalizar o aborto so estratgias cruis e falidas, afirma Richard Horton, diretor de The Lancet. preciso investir mais em planejamento familiar, pediu a pesquisadora, que assina o estudo com a Organizao Mundial da Sade (OMS). Os seis autores concluem que as leis restritivas no esto associadas a taxas menores de abortos. Por exemplo, o sul da frica, onde a frica do Sul, que o legalizou em 1997, dominante, tem a taxa mais baixa do continente. (http://noticias.uol.com.br, 22.01.2012. Adaptado.) Na reportagem, o tema do aborto tratado sob um ponto de vista
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) A convite da Confederao Nacional de Seguros, instituio privada, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), do STJ (Superior Tribunal de Justia) e do TST (Tribunal Superior do Trabalho) participaram de seminrio em hotel de luxo no Guaruj (SP), no incio de outubro. O evento, que aconteceu num hotel cinco estrelas, comeou numa quinta-feira e prolongou-se at domingo. No perodo, as dirias variavam de R$ 688,00 a R$ 8.668,00. Alm dos ministros, desembargadores e juzes de tribunais estaduais participaram do seminrio. Foram discutidos assuntos de interesse dos anfitries, como o julgamento de processos sobre previdncia complementar e a boa-f nos contratos de seguros. (Folha de S.Paulo, 14.11.2011. Adaptado.) A relevncia jornalstica do fato retratado pode ser relacionada a questes
(UNESP - 2012 - 1a Fase) Leia o texto sobre a tragdia de Realengo. possvel que a vida escolar de Wellington, o assassino de Realengo, tenha sido um suplcio. Mas a simples vingana pelo bullying sofrido no basta para explicar seu ato. Eis um modelo um pouco mais plausvel. A matana, neste caso, uma maneira de suprimir os objetos de desejo, cuja existncia ameaa o ideal de pureza do jovem. Para transformar os fracassos amorosos em glria, o fanatismo religioso o cmplice perfeito. Voc acha que seu desejo volta e insiste? Nada disso, o demnio que continua trabalhando para sujar sua pureza. Graas ao fanatismo, em vez de sofrer com a frustrao de meus desejos, oponho-me a eles como se fossem tentaes externas. As meninas me do um certo frio na barriga? Nenhum problema, preciso apenas evitar sua seduo quem sabe, silenci-las. Fantico (e sempre perigoso) aquele que, para reprimir suas dvidas e seus prprios desejos impuros, sai caando os impuros e os infiis mundo afora. H uma lio na histria de Realengo e no sobre preveno psiquitrica nem sobre segurana nas escolas. uma lio sobre os riscos do aparente consolo que oferecido pelo fanatismo moral ou religioso. Dito brutalmente, na carta sinistra de Wellington, eu leio isto: minha f me autorizou a matar meninas (e a me matar) para evitar a frustrante infmia de pensamentos e atos impuros. (Contardo Calligaris. Folha de S.Paulo, 14.04.2011. Adaptado.) De acordo com o autor,
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Cada cultura tem suas virtudes, seus vcios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas iluses. Na nossa atual era planetria, o mais importante cada nao aspirar a integrar aquilo que as outras tm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A Frana deve ser considerada em sua histria no somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revoluo, mas tambm segundo o comportamento de uma potncia que, como seus vizinhos europeus, praticou durante sculos a escravido em massa, e em sua colonizao oprimiu povos e negou suas aspiraes emancipao. H uma barbrie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura no somente segundo seus nobres ideais, mas tambm segundo sua maneira de camuflar sua barbrie sob esses ideais. (Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.) No texto citado, o pensador contemporneo Edgard Morin desenvolve
(UNESP - 2012 - 1a Fase) Texto 1 A proibio do vu islmico, que cobre todo o rosto, aprovada pelo Senado francs, um passo certo. Essa proibio no tem nada a ver com intolerncia ou mesmo cerceamento da liberdade de praticar uma religio. O vu integral, seja o niqab ou a burca, um obstculo de primeira ordem integrao, que no pode ser tolerado em uma sociedade europeia aberta. O vu integral no parte da liberdade religiosa, mas apenas instrumento da tradio, usado para privar as mulheres de suas personalidades e autonomia. A separao entre a Igreja e o Estado, na Europa, uma grande conquista do Iluminismo. (Bernd Riegert. Deutsche Welle. Adaptado.) Texto 2 H algo de profundamente cnico na lei francesa que probe mulheres de portar indumentrias como a burca e o niqab. Primeiro, essa lei nada tem a ver com a laicidade do Estado. Na verdade, o Estado laico aquele indiferente religiosidade da sociedade. Tal distncia significa duas coisas: as leis no sero influenciadas pela religio e o Estado no legisla sobre prticas e costumes religiosos. No entanto, no cabe ao Estado dizer que uma roupa signo de opresso. At porque a opresso algo que s pode ser enunciado na primeira pessoa do singular (Eu me sinto oprimido), e no na terceira pessoa (Voc est oprimido, mesmo que no saiba ou no tenha coragem de dizer. Vim libert-lo). (Vladimir Safatle. Folha de S.Paulo, 26.04.2011. Adaptado.) Da leitura dos textos, pode-se inferir corretamente que:
(UNESP - 2012 - 1Fase) Leia o trecho da entrevista com um ex-presidente dos Estados Unidos. Veja Lucro rima com ONG? Bill Clinton Sim. Queremos que os investidores tenham lucro. No existe incompatibilidade. Sem lucro, as operaes de microcrdito tendem a no ser sustentveis. preciso, porm, que a busca do lucro seja alinhada a objetivos sociais. () No nosso caso, recebemos 20 milhes de dlares do milionrio mexicano Carlos Slim e do no menos rico Frank Giustra, do Canad, para emprestar a pequenos empreendedores do Haiti. Eles vo ter lucro nessas operaes, mas j se comprometeram a reinvesti-lo nos mesmos moldes. (Veja, 22.06.2011. Adaptado.) Assinale a alternativa que corresponde ao pensamento econmico expresso no texto.
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) O psiclogo Drew Westen mostrou que, na poltica, emoes falam mais alto que a lgica. Ele monitorou os crebros de militantes partidrios enquanto viam seus candidatos favoritos caindo em contradio. Como previsto, eles no tiveram dificuldade para perceber a incongruncia do inimigo, mas foram bem menos crticos em relao ao aliado. Segundo Westen, quando confrontados com informaes ameaadoras s nossas convices polticas, redes de neurnios associadas ao estresse so ativadas. O crebro percebe o conflito e tenta desligar a emoo negativa. Circuitos encarregados de regular emoes recrutam, ento, crenas capazes de eliminar o estresse. A contradio apenas fracamente percebida. (Hlio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 07.02.2012.) A tese exposta no texto expe uma dificuldade em compreender a contradio entre convices pessoais e fatos objetivos. De acordo com o texto, essa contradio est relacionada
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) No desenho de longa metragem Rio, dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, em uma das cenas, Blu, um macho de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), fala para a fmea que est tentando conquistar: Est com calor? Acho que estou suando! Nem sabia que era biologicamente possvel. Olha! E mostra para a companheira sua axila suada. Considerando a fisiologia das aves, pode-se afirmar corretamente que
(UNESP - 2012 - 1a Fase)Segundo a teoria da curva ambiental de Kuznets, o ndice de poluio e de impactos ambientais nas sociedades industriais comporta-se como na figura abaixo: a degradao da natureza aumenta durante os estgios iniciais do desenvolvimento de uma nao, mas se estabiliza e passa a decrescer quando o nvel de renda e de educao da populao aumenta. Considere a curva ambiental de Kuznets representada na figura e quatro situaes ambientais distintas: I. Implantao de programas de reflorestamento. II. Mata nativa preservada. III. Estabelecimento de uma comunidade clmax. IV. rea desmatada para extrao de madeira. Na curva, as posies marcadas de 1 a 4 correspondem, respectivamente, s situaes
(UNESP - 2012 - 1a Fase)Em 2008, a Secretaria Estadual de Sade e pesquisadores da Fundao Oswaldo Cruz, ambas do Rio de Janeiro, confirmaram um caso de dengue adquirida durante a gestao. A me, que havia adquirido dengue trs dias antes do parto, deu luz uma garotinha com a mesma doena. O beb ficou internado quase um ms, e depois recebeu alta. Pode-se afirmar corretamente que esse caso
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Paulo e Mariana tm dois filhos, Jlio e Baltazar. Com relao aos tipos sanguneos do sistema ABO, pai, me e os dois filhos tm, cada um deles, um tipo sanguneo diferente. Em razo disso, pode-se afirmar corretamente que
(UNESP - 2012/2 - 1a fase) Em um laboratrio, um pesquisador aqueceu um segmento de dupla fita de DNA de modo que obteve duas fitas simples complementares. Ao sequenciar uma dessas fitas, encontrou a relao (A + G)/(T + C) = 0,5, ou seja, o nmero de adeninas somado ao nmero de guaninas, quando dividido pelo nmero de timinas somado ao nmero de citosinas, resultou em 0,5. Em funo dessas informaes, pode-se afirmar que o aquecimento foi necessrio para romper as __________________e que a relao (A + G)/(T + C) na fita complementar foi de ____. As lacunas so preenchidas correta e respectivamente por:
(UNESP - 2012 - 1a Fase) Os carros hbridos, cujos motores funcionam a combusto interna (geralmente combustveis fsseis) e eletricidade, so tidos como alternativa vivel para reduzir a emisso veicular de dixido de carbono (CO2) para a atmosfera. Para testar se so realmente ecolgicos, pesquisadores italianos compararam as emisses de dixido de carbono de quatro homens, em trs situaes, correndo, caminhando e andando de bicicleta, com as emisses de dixido de carbono de carros movidos a gasolina, de carros movidos a leo diesel e de carros hbridos, quando cada um desses tipos de carros transportava esses mesmos quatro homens em percursos urbanos. Os resultados so apresentados no grfico a seguir, onde as barras representam a emisso de CO2 de cada tipo de carro, e as linhas vermelhas representam a emisso de CO2 pelo grupo de quatro homens. Considerando os resultados e as condies nas quais foi realizado o experimento, e considerando os processos de obteno e produo da energia que permitem a movimentao dos msculos do homem, pode-se dizer corretamente que quatro homens
(UNESP - 2012 - 1a Fase) Considere o cartum. De maneira bem humorada e com certo exagero, a figura faz referncia aos