(UNESP - 2013/2 - 1a fases)
A produção de mercadorias e o consumismo alteram as percepções não apenas do eu como do mundo exterior ao eu; criam um mundo de espelhos, de imagens insubstanciais, de ilusões cada vez mais indistinguíveis da realidade. O efeito refletido faz do sujeito um objeto; ao mesmo tempo, transforma o mundo dos objetos numa extensão ou projeção do eu. É enganoso caracterizar a cultura do consumo como uma cultura dominada por coisas. O consumidor vive rodeado não apenas por coisas como por fantasias. Vive num mundo que não dispõe de existência objetiva ou independente e que parece existir somente para gratificar ou contrariar seus desejos.
(Christopher Lasch. O mínimo eu, 1987. Adaptado.)
Sob o ponto de vista ético e filosófico, na sociedade de consumo, o indivíduo
estabelece com os produtos ligações que são definidas pela separação entre razão e emoção.
representa a realidade mediante processos mentais essencialmente objetivos e conscientes.
relaciona-se com as mercadorias considerando prioritariamente os seus aspectos utilitários.
relaciona-se com objetos que refletem ilusoriamente seus processos emocionais inconscientes.
comporta-se de maneira autônoma frente aos mecanismos publicitários de persuasão.