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Questões de Sociologia - UNESP 2014 | Gabarito e resoluções

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Questão 9
2014Sociologia

(UNESP - 2014 - 2 FASE) Texto 1 A Comisso de Direitos Humanos (CDH) da Cmara dos Deputados conseguiu aprovar nesta tera-feira [18.06.2013] o projeto de decreto legislativo que trata da cura gay. O deputado Anderson Ferreira, relator da matria na CDH, alegou que a suspenso da resoluo ter efeito somente at que haja uma deciso judicial que determine se psiclogos devem ou no ajudar pacientes a deixarem a homossexualidade. Em resposta, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) afirmou que os psiclogos esto proibidos de tratar a homossexualidade como doena. A proposta altera uma resoluo do CFP e suspende a vigncia desse documento, que probe psiclogos de atuar para mudar a orientao sexual de pacientes e de considerar a homossexualidade como doena. H quase 30 anos a homossexualidade foi excluda da Classificao Internacional das Doenas. (Luciana Cobucci. Com poucos manifestantes, CDH aprova projeto da cura gay. http://noticias.terra.com.br. Adaptado.) Texto 2 Comportamento homossexual tem sido descrito em rpteis, pssaros e mamferos, animais que na evoluo divergiram h mais de 100 milhes de anos. Uma parte dos machos e fmeas de todas as espcies de aves estudadas tem relaes sexuais com indivduos do mesmo sexo. Em muitas ocasies, essas prticas terminam em orgasmo de apenas um ou dois dos parceiros. Certamente, j existiam homindeos homo e bissexuais 5 a 7 milhes de anos atrs, quando nossos ancestrais resolveram descer das rvores nas savanas da frica. Sempre houve e haver mulheres e homens que desejam pessoas do mesmo sexo, porque essa uma caracterstica inerente condio humana. (Drauzio Varella. Gays e heterossexuais incurveis. Folha de S.Paulo, 29.06.2013. Adaptado.) Comente as diferenas entre o projeto de decreto legislativo e o texto do mdico Drauzio Varella em suas respectivas pretenses de fundamentao cientfica da relao entre comportamentos normais e patolgicos no campo da sexualidade.

Questão 10
2014Sociologia

(UNESP - 2014/2 - 2 FASE) TEXTO 1 A natureza hierrquica; assim, uma sociedade ordenada naturalmente dividida em estratos ou classes, de modo que a igualdade, tanto poltica, social como econmica, vai contra a natureza. Para Edmund Burke (1729-1797), a ideia de igualdade, esta monstruosa fico apregoada pela Revoluo Francesa, s serve para subverter a ordem e para agravar e tornar mais amarga a desigualdade real que nunca pode ser eliminada e que a ordem da vida civil estabelece. (Francisco Weffort. Os clssicos da poltica, vol. 2, 2001. Adaptado.) TEXTO 2 Com Stuart Mill (1806-1873), o liberalismo despe-se de seu rano conservador, defensor do voto censitrio e da cidadania restrita, para incorporar em sua agenda todo um elenco de reformas que vo desde o voto universal at a emancipao da mulher. Na obra de Mill podemos acompanhar um esforo articulado e coerente para enquadrar e responder s demandas do movimento operrio ingls. (Francisco Weffort. Os clssicos da poltica, vol. 2, 2001. Adaptado.) Classifique os dois pensadores citados nos textos, de acordo com as tendncias liberal democrtica ou liberal conservadora, e comente as diferenas que justificam essa classificao.

Questão 11
2014Sociologia

(UNESP - 2014 - 2 FASE)Texto 1 O problema do pensamento politicamente correto que ele nada tem de correto. Pior: na nsia de impedir qualquer ofensa a grupos ou minorias, ele converte-se na mais grotesca ofensa que existe para esses grupos ou minorias. A revista alem Der Spiegel relata um caso que merece partilha: a Universidade Livre de Berlim decidiu publicar um guia interno para que os alunos de famlias proletrias possam ser mais facilmente integrados na vida acadmica. Para os autores do guia, os alunos proletrios so como certas espcies zoolgicas que necessrio proteger em hbitat adequado. E isso implica no os assustar e, logicamente, no os alimentar com doses arcaicas de conhecimento burgus e reacionrio. A universidade no uma universidade, com a misso de corrigir erros e procurar algum conhecimento vlido para todos. A universidade uma grande encenao ou, melhor ainda, uma sesso coletiva de terapia onde ningum est certo (ou errado) porque todos esto certos (ou errados). O que o pensamento politicamente correto produz no difcil de imaginar: a perpetuao do estigma de alunos proletrios e a impossibilidade de eles aprenderem alguma coisa (na universidade) para ascenderem social e economicamente (na vida profissional). (Joo Pereira Coutinho. Amestrando proletrios. Folha de S.Paulo, 02.07.2013. Adaptado.) Texto 2 No existe razo para que tenhamos preconceito com relao a qualquer variedade lingustica diferente da nossa. Preconceito lingustico o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da prpria fala. O problema maior que as variedades mais sujeitas a esse tipo de preconceito so, normalmente, as com caractersticas associadas a grupos de menos prestgio na escala social ou a comunidades da rea rural ou do interior. Historicamente, isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade dos grupos vistos como mais privilegiados, econmica e socialmente. (Marta Scherre. O preconceito lingustico deveria ser crime. http://revistagalileu.globo.com) Comente as diferenas entre os dois textos no que se refere ao pensamento politicamente correto.

Questão 54
2014FilosofiaSociologia

(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Rodo Cotidiano A ideia l comia solta Subia a manga amarrotada social No calor alumnio nem caneta nem papel Uma ideia fugia Era o rodo cotidiano Espao curto quase um curral Na mochila amassada uma quentinha abafada Meu troco pouco, quase nada my brother No se anda por onde gosta Mas por aqui no tem jeito, todo mundo se encosta Ela some l no ralo de gente Ela linda mas no tem nome comum e normal Sou mais um no Brasil da Central Da minhoca de metal que corta as ruas Da minhoca de metal ... como um concorde apressado cheio de fora Que voa, voa mais pesado que o ar E o avio, o avio, o avio do trabalhador my brother A letra da cano Rodo Cotidiano, do grupo O Rappa, oferece um olhar crtico sobre as condies de vida

Questão 55
2014Sociologia

(UNESP - 2014/2 - 1a fase) O psiclogo Antoni Bolinches afirma que nas depresses leves ou moderadas os medicamentos tratam os sintomas, mas no a causa. Por isso, s vezes, quando o tratamento acaba, o problema continua existindo. As depresses exgenas ou reativas, isto , aquelas que vm de fora, de algo que o est afetando ou que lhe aconteceu, deveriam ser tratadas principalmente, ou tambm, psicologicamente. Porque se o paciente aprende a lidar com o problema obtm o dobro de benefcios: o supera, mas tambm aprende, diz. Entretanto, reconhece que h pessoas que preferem tomar medicao. Criamos um modelo social em que no estamos acostumados com o esforo e as dificuldades, por isso recorremos farmacologia, diz. (Comprimidos para as dores da vida: cresce o consumo de antidepressivos na Europa. El Pas, 26.12.2013. Adaptado.) Para o psiclogo, a diferena entre estados de normalidade e de patologia mental

Questão 55
2014FilosofiaSociologia

(UNESP - 2014 - 1 FASE) A China a segunda maior economia do mundo. Quer garantir a hegemonia no seu quintal, como fizeram os Estados Unidos no Caribe depois da guerra civil. As Filipinas temem por um atol de rochas desabitado que disputam com a China. O Japo est de planto por umas ilhotas de pedra e vento, que a China diz que lhe pertencem. Mesmo o Vietn desconfia mais da China do que dos Estados Unidos. As autoridades de Hani gostam de lembrar que o gigante americano invadiu o Mxico uma vez. O gigante chins invadiu o Vietn dezessete. (Andr Petry. O Sculo do Pacfico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.) A persistncia histrica dos conflitos geopolticos descritos na reportagem pode ser filosoficamente compreendida pela teoria

Questão 55
2014Sociologia

(UNESP - 2014/2 - 1a fase) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Presenciamos um imperativo das exportaes, presente no discurso e nas polticas do Estado e na lgica das empresas, que tem promovido uma verdadeiracommoditizaoda economia e do territrio. A lgica das commodities no se caracteriza apenas por uma inveno econmico-financeira, entendida como um produto primrio ou semielaborado, padronizado mundialmente, cujo preo cotado nos mercados internacionais, em bolsas de mercadorias. Trata-se tambm de uma expresso poltica e geogrfica, que resulta na exacerbao de especializaes regionais produtivas. (Samuel Frederico.Revista Geografia, 2012. Adaptado.) Examine as charges. A partir das charges, que abordam a realizao dos chamados rolezinhos, questes importantes relativas s condies de vida e apropriao do espao urbano pelas diferentes classes sociais no Brasil so evidenciadas. Dentre os aspectos tratados nas charges, destacam-se

Questão 56
2014Sociologia

(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Texto 1 A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), acusa a polcia e os frequentadores de shoppings de discriminar jovens negros nos rolezinhos. As manifestaes so pacficas. Os problemas so derivados da reao de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presena dos jovens. Para ela, a liminar que autorizou os shoppings a barrar clientes consagra a segregao racial e d respaldo ao que a PM faz cotidianamente: associar negros ao crime. (Medo de rolezinho reao de brancos, diz ministra. Folha de S.Paulo, 16.01.2014.) Texto 2 No se percebia, originalmente, nenhuma motivao de classe ou de raa nos rolezinhos. Agora, sim, grupos de esquerda, os tais movimentos sociais e os petistas esto tentando tomar as rdeas do que pretendem transformar em protesto de carter poltico. Se h, hoje, espaos de fato pblicos, so os shoppings. As praas de alimentao, por exemplo, so verdadeiras goras da boa e saudvel democratizao do consumo e dos servios. L esto pobres, ricos, remediados, brancos, pretos, pardos, jovens, velhos, crianas... (Reinaldo Azevedo. Rolezinho e mistificaes baratas. Folha de S. Paulo, 17.01.2014. Adaptado.) O confronto dos dois textos permite afirmar que

Questão 57
2014Sociologia

(UNESP - 2014 - 1 FASE)Segundo Franz Boas, as pessoas diferem porque suas culturas diferem. De fato, assim que deveramos nos referir a elas: a cultura esquim ou a cultura judaica, e no a raa esquim ou a raa judaica. Apesar de toda a nfase que deu cultura, Boas no era um relativista que acreditava que todas as culturas eram equivalentes, nem um empirista que acreditava na tbula rasa. Ele considerava a civilizao europeia superior s culturas tribais, insistindo apenas em que todos os povos eram capazes de atingi-la. No negava que devia existir uma natureza humana universal ou que poderia haver diferenas entre as pessoas de um mesmo grupo tnico. O que importava para ele era a ideia de que todos os grupos tnicos so dotados das mesmas capacidades mentais bsicas. (Steven Pinker. Tbula rasa: a negao contempornea da natureza humana, 2004. Adaptado.) Considerando o texto, correto afirmar que, de acordo com o antroplogo Franz Boas,

Questão 58
2014FilosofiaSociologia

(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Tradio de pensamento tico fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando eficincia: servir aos propsitos morais a deciso que diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso da situao dos povos nativos brasileiros, j se destinou s reservas indgenas uma extenso de terra equivalente a 13% do territrio nacional, quase o dobro do espao destinado agricultura, de 7%. Mas a mortalidade infantil entre a populao indgena o dobro da mdia nacional e, em algumas etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas bsicas para sobreviver. Este um ponto em que o cmputo utilitarista de prejuzos e benefcios viria a calhar: a felicidade dos ndios no proporcional extenso de terra que lhes dado ocupar. (Veja, 25.10.2013. Adaptado.) A aplicao sugerida da tica utilitarista para a populao indgena brasileira baseada em

Questão 58
2014FilosofiaSociologia

(UNESP - 2014 - 1 FASE) Governos que se metem na vida dos outros so governos autoritrios. Na histria temos dois grandes exemplos: o fascismo e o comunismo. Em nossa poca existe uma outra tentao totalitria, aparentemente mais invisvel e, por isso mesmo, talvez, mais perigosa: o totalitarismo do bem. A sade sempre foi um dos substantivos preferidos das almas e dos governos autoritrios. Quem estudar os governos autoritrios ver que a vida cientificamente saudvel sempre foi uma das suas maiores paixes. E, aqui, o advrbio cientificamente quase vago porque o que vem primeiro mesmo o desejo de higienizao de toda forma de vcio, sujeira, enfim, de humanidade no correta. Nosso maior pecado contemporneo no reconhecer que a humanidade do humano est alm do modo correto de viver. E vamos pagar caro por isso porque um mundo s de gente saudvel um mundo sem Eros. (Luiz Felipe Pond. Gosto que cada um sente na boca no da conta do governo.Folha de S.Paulo, 14.03.2012. Adaptado.) Na concepo do autor, o totalitarismo

Questão 59
2014Sociologia

(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Nos cartazes pendurados na casa habitvel, s havia espao para teses anarquistas e ambientalistas. Anticapitalistas, os Black Blocs defendem uma genrica solidariedade humana. Ningum considerado traidor se no entrar no quebra-quebra, mas o vandalismo visto como ato de coragem. Equipamentos como orelhes so quebrados, segundo eles, porque a telefonia dominada por estrangeiros. Tambm merecem condenao empreiteiras e multinacionais. Revoltados com a privatizao do campo de Libra, inclu- ram a Petrobrs no rol de suas potenciais vtimas. Dizem que queimam as lixeiras pblicas nos protestos porque consideram corruptas as concessionrias do servio. Alguns rejeitam programas sociais, como Bolsa Famlia, Mais Mdicos e ProUni, pois, segundo eles, mascaram as pssimas condies de vida da populao e amortecem a revolta. (Por dentro da mscara dos Black Blocs. poca, 01.11.2013.) Sob o ponto de vista ideolgico, a filiao declaradamente anarquista dos Black Blocs justifica-se pela

Questão 59
2014Sociologia

(UNESP - 2014 - 1 FASE) No somente os tipos das canes de sucesso, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como invariantes fixos, mas o contedo especfico do espetculo s varia na aparncia. O fracasso temporrio do heri, que ele sabe suportar como bom esportistaque ; a boa palmada que a namorada recebe da mo forte do astro, so, como todos os detalhes, clichs prontos para serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe no esquema. Desde o comeo do filme j se sabe como ele termina, quem recompensado, e, ao escutar a msica ligeira, o ouvido treinado perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. O nmero mdio de palavras algo em que no se pode mexer. Sua produo administrada por especialistas, e sua pequena diversidade permite reparti-las facilmente no escritrio. (Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. A indstria cultural como mistificao das massas. In: Dialtica do esclarecimento, 1947. Adaptado.) O tema abordado pelo texto refere-se

Questão 60
2014Sociologia

(UNESP - 2014/2 - 1a fase) Os reality shows so hoje para a classe mais abastada e intelectualizada da sociedade o que as novelas eram assim que se popularizaram como produto de cultura massificada: sinnimo de mau gosto. Com uma maior aceitao das novelas na esfera dos crticos da mdia, o reality show segue agora como gnero televisivo mundial, transmitido em horrio nobre, e principal smbolo da perda de qualidade do contedo televisivo na sociedade ps-moderna. Os reality shows personificam as novas formas de identificao dos sujeitos nas sociedades ps-modernas. Programas como o BBB so movidos pelas engrenagens de uma sociedade exibicionista e consumista, que se mantm vendendo ao mesmo tempo a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro. (Svia Lorena B. C. de Sousa. O reality show como objeto de reflexo cultural. observatoriodaimprensa.com.br) Sobre a relao entre os meios de comunicao de massa e o pblico consumidor, correto afirmar que:

Questão 60
2014Sociologia

(UNESP - 2014 - 1 FASE) A poderosa American Psychiatric Association (Associao Americana de Psiquiatria APA) lanou neste final de semana a nova edio do que conhecido como a Bblia da Psiquiatria: o DSM-5. E, de imediato, virei doente mental. No estou sozinha. Est cada vez mais difcil no se encaixar em uma ou vrias doenas do manual. Se uma pesquisa j mostrou que quase metade dos adultos americanos teve pelo menos um transtorno psiquitrico durante a vida, alguns crticos renomados desta quinta edio do manual tm afirmado que agora o nmero de pessoas com doenas mentais vai se multiplicar. E assim poderemos chegar a um impasse muito, mas muito fascinante, mas tambm muito perigoso: a psiquiatria conseguiria a faanha de transformar a normalidade em anormalidade. O normal seria ser anormal. D-se assim a um grupo de psiquiatras o poder incomensurvel de definir o que ser normal. E assim interferir direta e indiretamente na vida de todos, assim como nas polticas governamentais de sade pblica, com consequncias e implicaes que ainda precisam ser muito melhor analisadas e compreendidas. Sem esquecer, em nenhum momento sequer, que a definio das doenas mentais est intrinsecamente ligada a uma das indstrias mais lucrativas do mundo atual. (Eliane Brum. Acordei doente mental. poca, 20.05.2013. Adaptado.) No entender da autora do artigo, no mbito psiquitrico, a distino entre comportamentos normais e anormais

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