(UNESP - 2014/2 - 1a fase)
Texto 1
A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), acusa a polícia e os frequentadores de shoppings de discriminar jovens negros nos “rolezinhos”. “As manifestações são pacíficas. Os problemas são derivados da reação de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos jovens.” Para ela, a liminar que autorizou os shoppings a barrar clientes “consagra a segregação racial” e dá respaldo ao que a PM “faz cotidianamente”: associar negros ao crime.
(Medo de “rolezinho” é reação de brancos, diz ministra. Folha de S.Paulo, 16.01.2014.)
Texto 2
Não se percebia, originalmente, nenhuma motivação de classe ou de “raça” nos rolezinhos. Agora, sim, grupos de esquerda, os tais “movimentos sociais” e os petistas estão tentando tomar as rédeas do que pretendem transformar em protesto de caráter político. Se há, hoje, espaços de fato públicos, são os shoppings. As praças de alimentação, por exemplo, são verdadeiras ágoras da boa e saudável democratização do consumo e dos serviços. Lá estão pobres, ricos, remediados, brancos, pretos, pardos, jovens, velhos, crianças...
(Reinaldo Azevedo. “Rolezinho e mistificações baratas”. Folha de S. Paulo, 17.01.2014. Adaptado.)
O confronto dos dois textos permite afirmar que
o texto 1 elogia o caráter democrático da sociedade brasileira, enquanto o texto 2 assume uma posição elitista.
ambos criticam a manipulação do desejo exercida pela publicidade e pelo marketing na sociedade de consumo.
o texto 1 aborda o tema pelo viés da segregação racial, enquanto o texto 2 critica a manipulação da opinião pública.
ambos tratam os “rolezinhos” como resultado histórico e material da luta de classes na sociedade brasileira.
ambos tratam as manifestações como protestos de natureza ideológica contra os processos de exclusão social.