(UNESP - 2016/2 - 1ª FASE)
Leia a fábula “O morcego e as doninhas” do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?).
Um morcego caiu no chão e foi capturado por uma doninha1. Como seria morto, rogou à doninha que poupasse sua vida.
– Não posso soltá-lo – respondeu a doninha –, pois sou, por natureza, inimiga de todos os pássaros.
– Não sou um pássaro – alegou o morcego. – Sou um rato.
E assim ele conseguiu escapar.
Mais tarde, ao cair de novo e ser capturado por outra doninha, ele suplicou a esta que não o devorasse. Como a doninha lhe disse que odiava todos os ratos, ele afirmou que não era um rato, mas um morcego. E de novo conseguiu escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe bastou mudar de nome para ter a vida salva.
(Fábulas, 2013.)
1doninha: pequeno mamífero carnívoro, de corpo longo e esguio e de patas curtas (também conhecido como furão).
Depreende-se da leitura da fábula a seguinte moral:
Adaptar-se às circunstâncias: eis a forma de escapar dos perigos.
Mais vale uma vida simples e sem inquietações do que viver em meio ao luxo com um medo devastador.
Às vezes, quando a sorte abandona os mais poderosos, eles podem precisar dos mais humildes.
Aqueles que, por vaidade, se fazem maiores do que realmente são acabam se arrependendo amargamente.
Devemos nos contentar com o que temos e evitar a ganância.