(UNESP - 2024)
O mundo natural é o concreto, que tocamos, sentimos, no qual vivemos. O mundo social é resultado da nossa vida em grupo e em determinado meio ambiente. O mundo sobrenatural é o das religiões, da magia, ao qual os homens só têm acesso parcial, por meio de determinados ritos e cerimônias. Ele é mais ou menos importante, dependendo da sociedade. Numa sociedade como a nossa, na qual quase tudo é explicado pela ciência e pelo pensamento lógico e racional, o espaço do sobrenatural é bastante limitado. Já nas sociedades africanas, onde foram capturados os escravizados trazidos para o Brasil, toda a vida na terra estava ligada ao além, a dimensões que só conhecedores dos ritos e objetos sacralizados podiam atingir.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007. Adaptado.)
Ao comparar o pensamento lógico predominante no Ocidente contemporâneo com as mentalidades das sociedades africanas de onde foi proveniente a maioria das pessoas trazidas ao Brasil como escravizadas, o excerto
critica a relativização dos valores morais e religiosos nas sociedades africanas e europeias no período do tráfico de escravizados.
identifica o descompasso entre o primitivismo dos povos africanos e o avanço civilizatório da Europa colonizadora.
caracteriza duas percepções de mundo, enfatizando sua diferença na relação com as dimensões míticas e sagradas.
distingue dois modelos de pensamento, sustentando a superioridade daquele que é movido pelo esforço racional.
valoriza a religiosidade do mundo atual, destacando a centralidade das crenças e das práticas religiosas cotidianas.