(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 6) Sobre a transferncia da Corte de D. Joo VI para o Brasil, o historiador Kenneth Maxwell afirma: Novas instituies foram criadas pela coroa portuguesa, e a maioria delas foi estabelecida no Rio de Janeiro, que, assim, assumiu um papel centralizador dentro de uma Amrica portuguesa que antes era muito fragmentada no sentido administrativo. Houve resistncia a isso, principalmente em Pernambuco, em 1817. Mas, no final, o poder central foi mantido. (Adaptado de Kenneth Maxwell, Para Maxwell, pas no permite leituras convencionais. Entrevista concedida a Marcos Strecker. Folha de So Paulo, 25/11/2007, Mais, p. 5.) a) Segundo o texto, quais as mudanas suscitadas pela transferncia da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808? b) Quais os objetivos do movimento de Pernambuco em 1817?
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 4) Em 1750, o governador do Rio de Janeiro, conde de Bobadela, enviou uma carta ao Rei de Portugal, D. Joo V, na qual comentava a assinatura do Tratado de Madri: No tratado, a nossa demarcao passa por parte das Misses jesutas, e surpreende-me como os jesutas, to poderosos na Corte de Madri, no embaraaram a concluso desse tratado. Porm, pode ser que armem tantas dificuldades execuo do tratado, que tenhamos barreira para muitos anos. Como me persuado, Sua Majestade determinar no seja evacuada a Colnia do Sacramento, enquanto no houverem sido evacuadas as reas das Misses. (Adaptado de http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm) a) Quais as resolues do Tratado de Madri em relao s fronteiras coloniais? b) Quais as consequncias do Tratado de Madri para a atuao dos jesutas na Amrica portuguesa?
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 8) Notcias sobre animais marinhos esto sempre em destaque na imprensa, como exemplificam a reportagem citada na questo acima e as notcias listadas abaixo. I - Uma lula gigante foi capturada em Maca (RJ) e levada para Niteri. A lula pesa 130 quilos e mede aproximadamente 4 metros. (em www.estadao.com.br/vidae/not_vid71173,0.htm, 26/10/2007.) II - A presena de uma medusa mortal levou interrupo das filmagens de um longa-metragem na Austrlia. (em www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u69858.shtml, 30/03/2007.) III - Cientistas do Museu Victoria, na Austrlia, divulgaram hoje imagens da menor estrela-do-mar do mundo, que mede menos de 5 mm. (em noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0OI2039629-EI8145,00.html, 01/11/2007.) a) Agrupe os filos aos quais pertencem os animais citados (esponjas, ascdias, lulas, medusas e estrelas-do-mar), de acordo com a presena de tecidos verdadeiros e o nmero de folhetos germinativos. Caracterize cada grupo formado segundo o critrio indicado. b) A diferenciao dos folhetos germinativos no desenvolvimento embrionrio permite a formao de uma cavidade do corpo, o celoma. Que folheto germinativo est diretamente relacionado com a formao do celoma? D uma vantagem que a formao do celoma trouxe para os animais.
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 7) Cientistas buscam remdios no mar o ttulo de uma reportagem (O Estado de S. Paulo, 02/05/2005, p. A 16) sobre pesquisas que identificaram molculas com atividade farmacolgica presentes em animais marinhos, como esponjas e ascdias, contra agentes patognicos causadores de tuberculose, leishmaniose e candidase. Os agentes patognicos causadores das doenas citadas na reportagem so, respectivamente, bactrias, protozorios e fungos. a) D duas caractersticas que permitam diferenciar as bactrias dos protozorios. b) Os fungos apresentam componentes polissacardeos estruturais e de reserva, tambm encontrados em animais. Justifique a afirmao.
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 12) O trecho abaixo pertence ao captulo XXII (Empenhos), de Memrias de um Sargento de Milcias. Isto tudo vem para dizermos que Maria-Regalada tinha um verdadeiro amor ao Major Vidigal; o Major pagava-lho na mesma moeda. Ora, D. Maria era uma das camaradas mais do corao de Maria-Regalada. Eis a porque falando delaD. Maria e a comadre se mostraram to esperanadas a respeito da sorte do Leonardo. J naquele tempo (e dizem que defeito do nosso) o empenho, o compadresco, era uma mola real de todo o movimento social. (Manuel Antonio de Almeida, Memrias de um Sargento de Milcias. Mamede Mustaf Jarouche (org.). Cotia: Ateli Editorial, 2000, p.319.) a) Explique o defeito a que o narrador se refere. b) Relacione o defeito com esse episdio, que envolveu o Major Vidigal e as trs mulheres.
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 12) O primeiro cartum abaixo foi escrito por Don Wright e publicado, em 04 de maio de 2006, no jornal The Palm Beach Post. O segundo, tambm publicado em um jornal norte-americano (Orlando Sentinel, 27/03/2007), de autoria de Dana Summers. Leia-os e responda questo 24. a) O que o personagem do cartum (1) quer fazer no que se refere aos imigrantes e por que ele acha impossvel faz-lo? b) No cartum (2), o personagem argumenta a favor de uma poltica contrria entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Qual seria, segundo o cartunista, a consequncia dessa poltica?
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 5) Um chamado Joo Joo era fabulista? fabuloso? fbula? Serto mstico disparando no exlio da linguagem comum? Projetava na gravatinha a quinta face das coisas inenarrvel narrada? Um estranho chamado Joo para disfarar, para farar o que no ousamos compreender? (...) Mgico sem apetrechos, civilmente mgico, apelador de precpites prodgios acudindo a chamado geral? (...) Ficamos sem saber o que era Joo e se Joo existiu deve pegar. (Carlos Drummond de Andrade, em Correio da Manh, 22/11/1967, publicado em Rosa, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.) Na segunda estrofe, h dois processos muito interessantes de associao de palavras. Em inenarrvel/narrada encontramos claramente um processo de derivao. Em disfarar/farar, temos a sugesto de um processo semelhante, embora farar no conste dos dicionrios modernos. a) Relacione o significado de inenarrvel com o processo de sua formao; e o de farar, na relao sugerida no poema, com disfarar. b) Explique como esses processos contribuem na construo dos sentidos dessa estrofe.
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 11) Leia o seguinte trecho do captulo Contas, de Vidas Secas. Tinha a obrigao de trabalhar para os outros, naturalmente, conhecia do seu lugar. Bem. Nascera com esse destino, ningum tinha culpa de ele haver nascido com um destino ruim. Que fazer? Podia mudar a sorte? Se lhe dissessem que era possvel melhorar de situao, espantar-se-ia. (...) Era a sina. O pai vivera assim, o av tambm. E para trs no existia famlia. Cortar mandacaru, ensebar ltegos aquilo estava no sangue. Conformava-se, no pretendia mais nada. Se lhe dessem o que era dele, estava certo. No davam. Era um desgraado, era como um cachorro, s recebia ossos. Por que seria que os homens ricos ainda lhe tomavam uma parte dos ossos? Fazia at nojo pessoas importantes se ocuparem com semelhantes porcarias. (Graciliano Ramos, Vidas Secas. 103. ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2007, p.97.) a) Que viso Fabiano tem de sua prpria condio? Justifique. b) Explique a referncia que ele faz aos homens ricos com base no enredo do livro.
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 5) Os projetos de recuperao e preservao de centros histricos, associados a processos de reestruturao urbana, tm sido uma constante no Brasil, principalmente a partir do final da dcada de 1980 e incio de 1990. Pelourinho em Salvador, Bairro do Recife na capital pernambucana e o corredor cultural no Rio de Janeiro so alguns exemplos nacionais de locais que vm sofrendo esse tipo de interveno. Barcelona, Nova Iorque, Boston, Manchester, Paris e Buenos Aires esto entre os exemplos internacionais que marcam o fenmeno mundial de revitalizao ou remodelao urbana. (Disponvel em: www. comciencia.br/reportagens/cidades/cid02.htm, 05/11/07.) a) Por que ocorre a chamada decadncia dos centros tradicionais das cidades? b) Quais so as principais estratgias utilizadas nas cidades brasileiras para revitalizar as reas consideradas decadentes?
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 7) A macrorregio Sul a menor em rea entre todas as que conformam o territrio nacional. Todavia, isso no significa escassa diversidade interna, mesmo em termos histricos, pois um verdadeiro mosaico sociocultural e econmico-espacial tomou forma no interior dos seus limites territoriais. (Hoydo Nunes Lins, Transformaes econmicas e reflexos espaciais no Brasil Meridional. In: Maria Flora Gonalves, Carlos Antnio Brando e Antonio Carlos Galvo (orgs.). Regies e cidades, cidades nas regies: o desafio urbano-regional. So Paulo: Editora Unesp/Anpur, 2003, p. 500.) a) O texto aponta a existncia de um mosaico sociocultural e econmico-espacial na regio Sul. A que se deve essa diversidade cultural? b) A atividade agrcola na Regio Sul distribui-se em policulturas e monoculturas comerciais. Caracterize-as.
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 3) Como defensor dos ndios e denunciante das atrocidades dos conquistadores, frei Bartolom de Las Casas desenvolveu a imagem da destruio das ndias, que era produto da preocupao do frade com o futuro da sociedade que se organizava: a nova sociedade comeava distorcida, prenhe de desequilbrios e de injustias, carente dos mais elementares direitos. Com exceo de Las Casas, no sculo XVI prevaleceu a viso otimista da conquista: acreditava-se que a nova sociedade era inteiramente benfica para os aborgenes, pois se partia da premissa de que a civilizao europeia era superior civilizao americana. O importante era o resultado final, a propagao de valores cristos e a organizao de uma sociedade alicerada nesses valores. (Adaptado de Hector Hernn Bruit, Bartolom de Las Casas e a simulao dos vencidos: ensaio sobre a conquista hispnica da Amrica. Campinas: Editora da Unicamp; So Paulo: Iluminuras, 1995, p. 17, 55.) a) A partir do texto, identifique duas vises opostas sobre a conquista da Amrica, presentes no sculo XVI. b) Cite dois exemplos de mobilizao poltica das populaes indgenas na Amrica Latina contempornea.
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 9) O poema abaixo pertence a O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro: Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo.... Por isso a minha aldeia to grande como outra terra qualquer Porque eu sou do tamanho do que vejo E no do tamanho da minha altura... Nas cidades a vida mais pequena Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro. Na cidade as grandes casas fecham a vista chave, Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o cu, Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar, E tornam-nos pobres porque a nossa nica riqueza ver. (Fernando Pessoa, Obra Potica. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1983, p.142.) a) Explique a oposio estabelecida entre a aldeia e a cidade. b) De que maneira o uso do verso livre refora essa oposio?
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 5) Em meados do sculo XVIII, o abade portugus Diogo Barbosa Machado colecionava vrios tipos de impressos: retratos, mapas e, principalmente, pequenas obras escritas, chamadas de folhetos. Esses folhetos divulgavam os mais diversos acontecimentos naquele mundo aps a inveno da imprensa, em 1450. Eram produzidos em rpidas e pequenas tiragens para agilizar sua difuso, dinamizando assim a comunicao nas sociedades da poca moderna. Essa coleo abrangia muitos folhetos relativos a Portugal e a seu imprio ultramarino, do sculo XVI ao XVIII. (Adaptado de Rodrigo Bentes Monteiro Jorge Miranda Leite, Os manifestos de Portugal. Reflexes acerca de um Estado moderno. In: Martha Abreu, Rachel Soihet, Rebeca Gontijo (orgs.). Cultura poltica e leituras do passado: historiografia e ensino de histria. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2007, p. 113-114.) a) A partir do texto, explique a importncia dos folhetos em Portugal no sculo XVIII. b) Indique duas caractersticas da cultura letrada na Amrica portuguesa entre os sculos XVI e XVIII.
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 8) Leia o texto abaixo e responda s questes. We suffer increasingly from a process of historical amnesia in which we think that just because we are thinking about an idea it has only started says Stuart Hall in reference to the current excitement about processes of globalization. It may be true that the first documented use of the term globalization in the dictionary dates to 1961. But the phenomenon is by no means new. It could be argued that globalization started when the first ships from Europe arrived in my part of the world (i.e. South Asia) in the 15th century. Some may go even further to see in the development of maps and maritime travel, the collapse of Christendom and the rise of the nation-state certain forms of translocal connection developing between communities. (Adaptado de CANAGARAJAH, A. S. Reclaiming the Local in Language Policy and Practice. New Jersey: Lawrence Erlbaum, 2005.) a) O autor do texto concorda, ou no, com o que afirma Stuart Hall a respeito do fenmeno da globalizao? Por qu? b) Por que o ano de 1961 mencionado no texto?
(UNICAMP - 2008 - 2fase - Questo 8) Na seguinte passagem do captulo LXXX (Venhamos ao captulo), de Dom Casmurro, o narrador trata da promessa feita por D. Glria. Um dos aforismos de Franklin que, para quem tem de pagar na pscoa, a quaresma curta. A nossa quaresma no foi mais longa que as outras, e minha me, posto me mandasse ensinar latim e doutrina, comeou a adiar a minha entrada no seminrio. o que se chama, comercialmente falando, reformar uma letra. O credor era arquimilionrio, no dependia daquela quantia para comer, e consentiu nas transferncias de pagamento, sem querer agravar a taxa do juro. Um dia, porm, um dos familiares que serviam de endossantes da letra, falou da necessidade de entregar o preo ajustado; est num dos captulos primeiros. Minha me concordou e recolhi-me a S.Jos. a) Quem lembrou D. Glria da promessa e qual seu vnculo com a famlia dela? b) Explique o uso da linguagem comercial no trecho citado acima e no romance.