(UNICAMP - 2018 - 2ª FASE)
A ideia de que a demanda de especiarias resultava da necessidade de disfarçar o gosto da carne e do peixe putrefatos é um dos grandes mitos da história da alimentação. Na Europa medieval, os alimentos frescos eram mais frescos que os atuais, pois provinham da produção local. Os alimentos em conserva mantinham-se em salga, curtição, dessecação ou gordura, assim como hoje em dia são enlatados, refrigerados, liofilizados ou embalados a vácuo. De qualquer forma, os aspectos determinantes do papel desempenhado pelas especiarias na gastronomia eram o gosto e a cultura. A cozinha muito temperada com especiarias era objeto de desejo por ser cara e por “condimentar” a posição social dos ricos e as aspirações de quem ambicionava sê-lo. Além disso, a moda gastronômica predominante na baixa Idade Média europeia imitava as receitas árabes, que exigiam sabores doces e ingredientes fragrantes: leite de amêndoa, extratos de flores aromáticas e outras iguarias orientais.
(Adaptado de Felipe Armesto-Fernández, 1492: o ano em que o mundo começou. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p.27).
A partir do texto acima e de seus conhecimentos históricos:
a) defina o que são as especiarias e explique seu significado social na Europa medieval.
b) explique como era feito o comércio de especiarias na baixa Idade Média.