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(UNIFESP - 2004)Leia a cantiga seguinte, de Joan G

Português | Literatura | trovadorismo | cantigas trovadorescas | cantigas de escárnio
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(UNIFESP - 2004)

Leia a cantiga seguinte, de Joan Garcia de Guilhade.

Un cavalo non comeu
á seis meses nen s’ergueu
 mais prougu’a Deus que choveu,
 creceu a erva,
e per cabo si paceu,
e já se leva!
Seu dono non lhi buscou
 cevada neno ferrou:
mai-lo bon tempo tornou,
creceu a erva,
e paceu, e arriçou,
 e já se leva!
Seu dono non lhi quis dar
cevada, neno ferrar;
mais, cabo dum lamaçal
creceu a erva,
 e paceu, e arriç’ar,
 e já se leva!

(CD Cantigas from the Court of Dom Dinis. harmonia mundi usa, 1995.)

A leitura permite afirmar que se trata de uma cantiga de

A

escárnio, em que se critica a atitude do dono do cavalo, que dele não cuidara, mas graças ao bom tempo e à chuva, o mato cresceu e o animal pôde recuperar-se sozinho.

B

amor, em que se mostra o amor de Deus com o cavalo que, abandonado pelo dono, comeu a erva que cresceu graças à chuva e ao bom tempo.

C

escárnio, na qual se conta a divertida história do cavalo que, graças ao bom tempo e à chuva, alimentou-se, recuperou-se e pôde, então, fugir do dono que o maltratava.

D

amigo, em que se mostra que o dono do cavalo não lhe buscou cevada nem o ferrou por causa do mau tempo e da chuva que Deus mandou, mas mesmo assim o cavalo pôde recuperar-se.

E

mal-dizer, satirizando a atitude do dono que ferrou o cavalo, mas esqueceu-se de alimentá-lo, deixando-o entregue à própria sorte para obter alimento