(AFA - 2011)
Texto II
Os ideais da nossa geração Y (continuação)
Daniella Cornachione
A busca desse equilíbrio é considerada uma
característica básica dos trabalhadores mais jovens,
com idades entre 18 e 29 anos — faixa apelidada de
Geração Y. Dividir os profissionais por grupos etários é
5útil para as consultorias de recursos humanos como
uma forma de perceber mudanças no comportamento e
nos interesses das pessoas e ajudar as empresas a
atrair e manter os trabalhadores que elas considerem
mais valiosos. Por exemplo, os profissionais nascidos
10nos anos 70 e 80 formam a Geração X, assim chamada
porque parecia ser uma incógnita em termos de
comportamento. “A Geração X chegou à adolescência
quando as revoluções já estavam feitas, e as grandes
causas mundiais mais ou menos resolvidas”, afirma
15Carlos Honorato, pesquisador do grupo especializado
em tendências Profuturo, da Fundação Instituto de
Administração (FIA). Apesar disso, os Xs brasileiros
cresceram ouvindo falar em inflação, dívida externa e
planos econômicos fracassados. Por isso, têm mais
20apego ao sonho do emprego estável e da maior
segurança financeira possível para a família e os filhos.
Isso explica muito sobre a Geração Y.
Os Ys cresceram em ambiente bem diferente, com
estabilidade econômica, inflação sob controle,
25globalização e oportunidades abertas. Convivem com a
internet desde a infância e se acostumaram às decisões
coletivas, ao debate sempre aberto, à interação
permanente. Nas empresas, eles vêm sendo
considerados, numa interpretação favorável, como
30questionadores; numa interpretação não tão favorável,
como insolentes. “É uma geração mais aberta a novas
possibilidades, que tem muito compromisso consigo
mesma. Se o jovem não estiver satisfeito com
o trabalho ou quiser outras oportunidades, não fica na empresa”,
35afirma Sara Behmer, presidente da consultoria de
recursos humanos Voyer e professora da Brazilian
Business School.
Se a nova estabilidade econômica tornou os Ys
brasileiros mais ambiciosos e dispostos a arriscar, o
40desenvolvimento econômico nos Estados Unidos (e uma
certa decepção com jeito tradicional de fazer negócios,
pelas crises dos anos 2000) tornou os Ys americanos
extremamente exigentes e idealistas. Eles fazem
questão de ter equilíbrio entre vida pessoal e carga de
45trabalho, buscam empresas com boa reputação e alto
padrão ético e querem ter funções cujo objetivo seja o
bem maior da sociedade. Todas metas muito admiráveis
– e que bateram de frente com a crise.
(ÉPOCA, 21 de junho de 2010)
Segundo o Texto II , os ideais profissionais da geração X diferem da geração Y, principalmente, porque aquela
cresceu em ambiente de instabilidade econômica e, por isso, apegou-se à ideia de emprego estável.
teve acesso à internet e se acostumou às decisões coletivas e à interação permanente.
é uma geração mais aberta a novas possibilidades e tem muito compromisso consigo mesma.
não viveu períodos de inflação, dívidas externas e planos econômicos fracassados.