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Questões de Português - AFA | Gabarito e resoluções

Questão 33
2023Português

QUESTO ANULADA! (AFA - 2023) TEXTO I Carta Nela [terra], at agora, no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porm a terra em si de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, 5 porque neste tempo de agora os achvamos como os de l. As guas so muitas; infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem. Porm o melhor fruto, que nela se pode fazer, me 10 parece que ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lanar. E que a no houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegao de Calecute, bastaria. Quando mais disposio para se nela cumprir e fazer o que 15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa f. (CAMINHA, Pero Vaz de. Carta. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os trs nicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.) Quanto s percepes de Caminha e do destinatrio da carta, sobre a terra, correto afirmar que a)o destinatrio espera informaes sobre ouro, prata e outros metais. Caminha v a terra pela qualidade dos ares e da gua. b)ambos esto preocupados em povoar a terra nova, mas sem se concentrar na agricultura e na extrao de ouro e pedras preciosas. c)a terra para o destinatrio vale principalmente por ser um campo aberto para a propagao da religio de Portugal. d)Caminha busca o ouro e a prata, ao passo que o destinatrio se concentra na religio e nas guas abundantes da terra nova QUESTO ANULADA!

Questão 34
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO I Carta Nela [terra], at agora, no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porm a terra em si de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, 5 porque neste tempo de agora os achvamos como os de l. As guas so muitas; infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem. Porm o melhor fruto, que nela se pode fazer, me 10 parece que ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lanar. E que a no houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegao de Calecute, bastaria. Quando mais disposio para se nela cumprir e fazer o que 15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa f. (CAMINHA, Pero Vaz de. Carta. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os trs nicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha:

Questão 35
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO II Cano do exlio (Gonalves Dias) Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, 4 No gorjeiam como l. Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida 8 Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras 12 Onde canta o Sabi. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar sozinho, noite Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, 18 Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra Sem que eu volte para l; Sem que desfrute os primores Que no encontro por c; Sem quinda aviste as palmeiras, 24 Onde canta o Sabi. Coimbra, julho de 1843 (BARBOSA, Frederico (Org.). Clssicos da poesia brasileira antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. So Paulo: O Estado de So Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.) Sobre os recursos estilsticos presentes na construo do Texto II, assinale a alternativa INCORRETA.

Questão 36
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO II Cano do exlio (Gonalves Dias) Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, 4 No gorjeiam como l. Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida 8 Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras 12 Onde canta o Sabi. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar sozinho, noite Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, 18 Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra Sem que eu volte para l; Sem que desfrute os primores Que no encontro por c; Sem quinda aviste as palmeiras, 24 Onde canta o Sabi. Coimbra, julho de 1843 (BARBOSA, Frederico (Org.). Clssicos da poesia brasileira antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. So Paulo: O Estado de So Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.) Gonalves Dias um profundo conhecedor da lngua brasileira, sabendo us-la com grande proveito potico. Considerando esse fato, assinale a alternativa correta quanto composio da primeira estrofe da Cano do exlio.

Questão 37
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO III A Ptria Ama, com f e orgulho, a terra em que nasceste! Criana! no vers nenhum pas como este! Olha que cu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, 5 um seio de me a transbordar carinhos. V que vida h no cho! v que vida h nos ninhos, Que se balanam no ar, entre os ramos inquietos! V que luz, que calor, que multido de insetos! 10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha o po que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, V pago o seu esforo, e feliz, e enriquece! 15 Criana! no vers pas nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste! (BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, So Paulo: Francisco Alves Cia,1904, p. 114-115.) O poema A Ptria, de Olavo Bilac, est inserido no livro Poesias infantis, publicado em 1904. No prefcio daquela publicao, consta o seguinte trecho: O autor deste livro destinado s escolas primrias do Brasil no quis fazer uma obra de arte: quis dar s crianas alguns versos simples e naturais, sem dificuldade de linguagem e mtrica, mas, ao mesmo tempo, sem a exagerada futilidade com que costumam ser feitos os livros do mesmo gnero /.../ O que o autor deseja que se reconhea neste pequeno volume, no o trabalho de um artista, mas a boa vontade com que um brasileiro quis contribuir para a educao moral das crianas do seu pas. Considerando esse trecho do prefcio e o poema A Ptria, assinale a alternativa correta.

Questão 38
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO III A Ptria Ama, com f e orgulho, a terra em que nasceste! Criana! no vers nenhum pas como este! Olha que cu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, 5 um seio de me a transbordar carinhos. V que vida h no cho! v que vida h nos ninhos, Que se balanam no ar, entre os ramos inquietos! V que luz, que calor, que multido de insetos! 10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha o po que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, V pago o seu esforo, e feliz, e enriquece! 15 Criana! no vers pas nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste! (BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, So Paulo: Francisco Alves Cia,1904, p. 114-115.) Assinale a alternativa correta referente ao poema A Ptria, de Olavo Bilac:

Questão 39
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO I Carta Nela [terra], at agora, no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porm a terra em si de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, 5 porque neste tempo de agora os achvamos como os de l. As guas so muitas; infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem. Porm o melhor fruto, que nela se pode fazer, me 10 parece que ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lanar. E que a no houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegao de Calecute, bastaria. Quando mais disposio para se nela cumprir e fazer o que 15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa f. (CAMINHA, Pero Vaz de. Carta. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.)Os trs nicos testemunhos do descobrimento do Brasil.Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.) TEXTO II Cano do exlio (Gonalves Dias) Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, 4 No gorjeiam como l. Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida 8 Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras 12 Onde canta o Sabi. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar sozinho, noite Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, 18 Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra Sem que eu volte para l; Sem que desfrute os primores Que no encontro por c; Sem quinda aviste as palmeiras, 24 Onde canta o Sabi. Coimbra, julho de 1843 (BARBOSA, Frederico (Org.).Clssicos da poesia brasileira antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. So Paulo: O Estado de So Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.) TEXTO III A Ptria Ama, com f e orgulho, a terra em que nasceste! Criana! no vers nenhum pas como este! Olha que cu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, 5 um seio de me a transbordar carinhos. V que vida h no cho! v que vida h nos ninhos, Que se balanam no ar, entre os ramos inquietos! V que luz, que calor, que multido de insetos! 10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha o po que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, V pago o seu esforo, e feliz, e enriquece! 15 Criana! no vers pas nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste! (BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, So Paulo: Francisco Alves Cia,1904, p. 114-115.) Comparando os textos I, II e III, julgue como Verdadeira (V) ou Falsa (F) cada assertiva a seguir, considerando os recursos lingusticos empregados com a finalidade de demarcar no espao a posio do emissor da mensagem. ( ) O advrbio l (Texto I, linha. 5 / Texto II, v. 4) indica que os locutores de ambos os textos esto no mesmo espao geogrfico. ( ) O advrbio aqui (Texto I, linha. 12 / Texto II, v. 3 / Texto III, v. 4) refere-se ao mesmo espao geogrfico em todos os textos. ( ) O pronome demonstrativo este (Texto III, v.2) refere-se ao mesmo lugar que os advrbios aqui (Texto I, linha. 12) e l (Texto II, v.4). A partir da anlise das afirmativas, correto concluir que

Questão 40
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO IV Cano do expedicionrio (Guilherme de Almeida) Voc sabe de onde eu venho? Venho do morro, do Engenho, Das selvas, dos cafezais, Da boa terra do coco, 5 Da choupana onde um pouco Dois bom, trs demais, Venho das praias sedosas, Das montanhas alterosas, Dos pampas, do seringal, 10 Das margens crespas dos rios, Dos verdes mares bravios Da minha terra natal. Por mais terras que eu percorra, No permita Deus que eu morra 15 Sem que volte para l; Sem que leve por divisa Esse V que simboliza A vitria que vir: Nossa vitria final, 20 Que a mira do meu fuzil, A rao do meu bornal, A gua do meu cantil, As asas do meu ideal, A glria do meu Brasil. 25 Voc sabe de onde eu venho? de uma Ptria que eu tenho No bojo do meu violo; Que de viver em meu peito Foi at tomando jeito 30 De um enorme corao. Deixei l atrs meu terreiro, Meu limo, meu limoeiro, Meu p de jacarand, Minha casa pequenina 35 L no alto da colina Onde canta o sabi. /.../ (POLCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educao e Cultura. Disponvel em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.) A descrio do espao geogrfico na Cano do expedicionrio mais abrangente em relao Cano do exlio. o que se comprova na estrofe:

Questão 41
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO II Cano do exlio (Gonalves Dias) Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, 4 No gorjeiam como l. Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida 8 Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras 12 Onde canta o Sabi. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar sozinho, noite Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, 18 Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra Sem que eu volte para l; Sem que desfrute os primores Que no encontro por c; Sem quinda aviste as palmeiras, 24 Onde canta o Sabi. Coimbra, julho de 1843 (BARBOSA, Frederico (Org.).Clssicos da poesia brasileira antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. So Paulo: O Estado de So Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.) TEXTO IV Cano do expedicionrio (Guilherme de Almeida) Voc sabe de onde eu venho? Venho do morro, do Engenho, Das selvas, dos cafezais, Da boa terra do coco, 5 Da choupana onde um pouco Dois bom, trs demais, Venho das praias sedosas, Das montanhas alterosas, Dos pampas, do seringal, 10 Das margens crespas dos rios, Dos verdes mares bravios Da minha terra natal. Por mais terras que eu percorra, No permita Deus que eu morra 15 Sem que volte para l; Sem que leve por divisa Esse V que simboliza A vitria que vir: Nossa vitria final, 20 Que a mira do meu fuzil, A rao do meu bornal, A gua do meu cantil, As asas do meu ideal, A glria do meu Brasil. 25 Voc sabe de onde eu venho? de uma Ptria que eu tenho No bojo do meu violo; Que de viver em meu peito Foi at tomando jeito 30 De um enorme corao. Deixei l atrs meu terreiro, Meu limo, meu limoeiro, Meu p de jacarand, Minha casa pequenina 35 L no alto da colina Onde canta o sabi. /.../ (POLCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educao e Cultura. Disponvel em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.) A primeira estrofe da Cano do exlio estabelece um dilogo mais especfico com a seguinte estrofe da Cano do expedicionrio:

Questão 42
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO I Carta Nela [terra], at agora, no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porm a terra em si de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, 5 porque neste tempo de agora os achvamos como os de l. As guas so muitas; infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem. Porm o melhor fruto, que nela se pode fazer, me 10 parece que ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lanar. E que a no houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegao de Calecute, bastaria. Quando mais disposio para se nela cumprir e fazer o que 15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa f. (CAMINHA, Pero Vaz de. Carta. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os trs nicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.) TEXTO II Cano do exlio (Gonalves Dias) Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, 4 No gorjeiam como l. Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida 8 Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras 12 Onde canta o Sabi. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar sozinho, noite Mais prazer encontro eu l; Minha terra tem palmeiras, 18 Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra Sem que eu volte para l; Sem que desfrute os primores Que no encontro por c; Sem quinda aviste as palmeiras, 24 Onde canta o Sabi. Coimbra, julho de 1843 (BARBOSA, Frederico (Org.). Clssicos da poesia brasileira antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. So Paulo: O Estado de So Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.) TEXTO III A Ptria Ama, com f e orgulho, a terra em que nasceste! Criana! no vers nenhum pas como este! Olha que cu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, 5 um seio de me a transbordar carinhos. V que vida h no cho! v que vida h nos ninhos, Que se balanam no ar, entre os ramos inquietos! V que luz, que calor, que multido de insetos! 10 Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha o po que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, V pago o seu esforo, e feliz, e enriquece! 15 Criana! no vers pas nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste! (BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, So Paulo: Francisco Alves Cia,1904, p. 114-115.) TEXTO IV Cano do expedicionrio (Guilherme de Almeida) Voc sabe de onde eu venho? Venho do morro, do Engenho, Das selvas, dos cafezais, Da boa terra do coco, 5 Da choupana onde um pouco Dois bom, trs demais, Venho das praias sedosas, Das montanhas alterosas, Dos pampas, do seringal, 10 Das margens crespas dos rios, Dos verdes mares bravios Da minha terra natal. Por mais terras que eu percorra, No permita Deus que eu morra 15 Sem que volte para l; Sem que leve por divisa Esse V que simboliza A vitria que vir: Nossa vitria final, 20 Que a mira do meu fuzil, A rao do meu bornal, A gua do meu cantil, As asas do meu ideal, A glria do meu Brasil. 25 Voc sabe de onde eu venho? de uma Ptria que eu tenho No bojo do meu violo; Que de viver em meu peito Foi at tomando jeito 30 De um enorme corao. Deixei l atrs meu terreiro, Meu limo, meu limoeiro, Meu p de jacarand, Minha casa pequenina 35 L no alto da colina Onde canta o sabi. /.../ (POLCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educao e Cultura. Disponvel em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.) Analise a definio do substantivo exlio, extrada do dicionrio Novo Aurlio Sculo XXI: exlio (z). [Do lat. exiliu.] S. m. 1. Expatriao, forada ou voluntria; degredo, desterro. 2. O lugar onde reside o exilado. 3. Fig. Lugar afastado, solitrio, ou desagradvel de habitar. Sobre a possibilidade de interpretao desses sentidos nos textos I, II, III e IV desta prova, assinale a alternativa INCORRETA.

Questão 43
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO I Carta Nela [terra], at agora, no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porm a terra em si de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, 5 porque neste tempo de agora os achvamos como os de l. As guas so muitas; infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem. Porm o melhor fruto, que nela se pode fazer, me 10 parece que ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lanar. E que a no houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegao de Calecute, bastaria. Quando mais disposio para se nela cumprir e fazer o que 15 Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa f. (CAMINHA, Pero Vaz de. Carta. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os trs nicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.) TEXTO V O que mais a impressionou no passeio foi a misria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudveis e alegres. 5 Havendo tanto barro, tanta gua, por que as casas no eram de tijolos e no tinham telhas? Era sempre aquele sap sinistro /.../. Por que ao redor dessas casas no havia culturas, uma horta, um pomar? No seria to fcil, trabalho de horas? /.../ Mesmo nas fazendas, o espetculo 10 no era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase sem o pomar olente e a horta suculenta. /.../ E todas essas questes desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e tambm a sua piedade e simpatia por aqueles prias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, 15 sorumbticos!... /.../ aproveitou a ocasio para interrogar a respeito o tagarela Felizardo. Olga encontrou o camarada c embaixo, cortando a machado as madeiras mais grossas; /.../ Ela lhe falou. 20 Bons dias, s dona. Ento trabalha-se muito, Felizardo? O que se pode. /.../ grande o stio de voc? 25 Tem alguma terra, sim senhora, s dona. Voc por que no planta para voc? Qu, s dona! O que que a gente come? O que plantar ou aquilo que a plantao der em dinheiro. 30 S dona t pensando uma coisa e a coisa outra. Enquanto planta cresce, e ento? Qu, s dona, no assim. /.../ Terra no nossa... E frumiga?... Ns no tem 35 ferramenta... isso bom pra italiano ou alamo, que governo d tudo... governo no gosta de ns... (BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. So Paulo: O Estado de So Paulo / Klick Editora, 1997, p. 97-98.) Num trecho do texto V, Felizardo faz a seguinte afirmao: S dona t pensando uma coisa e a coisa outra. (linha. 30). Considerando o trecho e todo o texto de Lima Barreto, assinale a alternativa INCORRETA.

Questão 44
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO V O que mais a impressionou no passeio foi a misria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudveis e alegres. 5 Havendo tanto barro, tanta gua, por que as casas no eram de tijolos e no tinham telhas? Era sempre aquele sap sinistro /.../. Por que ao redor dessas casas no havia culturas, uma horta, um pomar? No seria to fcil, trabalho de horas? /.../ Mesmo nas fazendas, o espetculo 10 no era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase sem o pomar olente e a horta suculenta. /.../ E todas essas questes desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e tambm a sua piedade e simpatia por aqueles prias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, 15 sorumbticos!... /.../ aproveitou a ocasio para interrogar a respeito o tagarela Felizardo. Olga encontrou o camarada c embaixo, cortando a machado as madeiras mais grossas; /.../ Ela lhe falou. 20 Bons dias, s dona. Ento trabalha-se muito, Felizardo? O que se pode. /.../ grande o stio de voc? 25 Tem alguma terra, sim senhora, s dona. Voc por que no planta para voc? Qu, s dona! O que que a gente come? O que plantar ou aquilo que a plantao der em dinheiro. 30 S dona t pensando uma coisa e a coisa outra. Enquanto planta cresce, e ento? Qu, s dona, no assim. /.../ Terra no nossa... E frumiga?... Ns no tem 35 ferramenta... isso bom pra italiano ou alamo, que governo d tudo... governo no gosta de ns... (BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. So Paulo: O Estado de So Paulo / Klick Editora, 1997, p. 97-98.) O emprego do advrbio no, em diversas passagens do Texto V, demarca carncias de personagens que representam pessoas excludas. Esse uso s NO se verifica na alternativa:

Questão 45
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO V O que mais a impressionou no passeio foi a misria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudveis e alegres. 5 Havendo tanto barro, tanta gua, por que as casas no eram de tijolos e no tinham telhas? Era sempre aquele sap sinistro /.../. Por que ao redor dessas casas no havia culturas, uma horta, um pomar? No seria to fcil, trabalho de horas? /.../ Mesmo nas fazendas, o espetculo 10 no era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase sem o pomar olente e a horta suculenta. /.../ E todas essas questes desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e tambm a sua piedade e simpatia por aqueles prias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, 15 sorumbticos!... /.../ aproveitou a ocasio para interrogar a respeito o tagarela Felizardo. Olga encontrou o camarada c embaixo, cortando a machado as madeiras mais grossas; /.../ Ela lhe falou. 20 Bons dias, s dona. Ento trabalha-se muito, Felizardo? O que se pode. /.../ grande o stio de voc? 25 Tem alguma terra, sim senhora, s dona. Voc por que no planta para voc? Qu, s dona! O que que a gente come? O que plantar ou aquilo que a plantao der em dinheiro. 30 S dona t pensando uma coisa e a coisa outra. Enquanto planta cresce, e ento? Qu, s dona, no assim. /.../ Terra no nossa... E frumiga?... Ns no tem 35 ferramenta... isso bom pra italiano ou alamo, que governo d tudo... governo no gosta de ns... (BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. So Paulo: O Estado de So Paulo / Klick Editora, 1997, p. 97-98.) Considere que um dos elementos de construo de sentido do Texto V concentra-se na oposio entre os personagens. Assinale a alternativa INCORRETA quanto oposio entre Olga e Felizardo, respectivamente:

Questão 46
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO V O que mais a impressionou no passeio foi a misria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudveis e alegres. 5 Havendo tanto barro, tanta gua, por que as casas no eram de tijolos e no tinham telhas? Era sempre aquele sap sinistro /.../. Por que ao redor dessas casas no havia culturas, uma horta, um pomar? No seria to fcil, trabalho de horas? /.../ Mesmo nas fazendas, o espetculo 10 no era mais animador. Todas soturnas, baixas, quase sem o pomar olente e a horta suculenta. /.../ E todas essas questes desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e tambm a sua piedade e simpatia por aqueles prias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, 15 sorumbticos!... /.../ aproveitou a ocasio para interrogar a respeito o tagarela Felizardo. Olga encontrou o camarada c embaixo, cortando a machado as madeiras mais grossas; /.../ Ela lhe falou. 20 Bons dias, s dona. Ento trabalha-se muito, Felizardo? O que se pode. /.../ grande o stio de voc? 25 Tem alguma terra, sim senhora, s dona. Voc por que no planta para voc? Qu, s dona! O que que a gente come? O que plantar ou aquilo que a plantao der em dinheiro. 30 S dona t pensando uma coisa e a coisa outra. Enquanto planta cresce, e ento? Qu, s dona, no assim. /.../ Terra no nossa... E frumiga?... Ns no tem 35 ferramenta... isso bom pra italiano ou alamo, que governo d tudo... governo no gosta de ns... (BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. So Paulo: O Estado de So Paulo / Klick Editora, 1997, p. 97-98.) Considerando os recursos de organizao da narrativa do Texto V, julgue cada afirmativa a seguir como Verdadeira (V) ou Falsa (F). ( ) O emprego do discurso direto permite ao narrador inserir no texto marcas tpicas da linguagem coloquial do personagem Felizardo. ( ) As trs sentenas interrogativas do 1 pargrafo demonstram o emprego do discurso indireto livre na narrativa. ( ) O emprego do advrbio c (linha. 18) demonstra que o narrador, mesmo sendo observador, faz-se presente na cena narrada no texto. A partir da anlise das afirmativas, correto concluir que

Questão 47
2023Português

(AFA - 2023) TEXTO VI O que faz o brasil, Brasil? A questo da identidade Devo comear explicando o meu enigmtico ttulo. que ser preciso estabelecer uma distino radical entre um brasil escrito com letra minscula, nome de um tipo de madeira de lei ou de uma feitoria interessada em 5 explorar uma terra como outra qualquer, e o Brasil que designa um povo, uma nao, um conjunto de valores, escolhas e ideias de vida. O brasil com o b minsculo apenas um objeto sem vida, autoconscincia ou pulsao interior, pedao de coisa que morre e no tem a menor 10 condio de se reproduzir como sistema; /.../ Mas o Brasil com B maisculo algo muito mais complexo. pas, cultura, local geogrfico, fronteira e territrio reconhecidos internacionalmente, e, tambm casa, pedao de cho calado com o calor de nossos corpos, lar, memria e 15 conscincia de um lugar com o qual se tem uma ligao especial, nica, totalmente sagrada. /.../ Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as aes humanas dentro de um padro somente seu. No se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de 20 autorreflexo e conscincia: algo que se soma e se alarga para o futuro e para o passado, num movimento prprio que se chama Histria. Aqui, o Brasil um ser parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso esprito. Como um Deus que est em todos os lugares e 25 em nenhum, mas que tambm precisa dos homens para que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto tal como acontece com as divindades , ser preciso produzir e provocar a sua manifestao para que 30 se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso contrrio, sua presena to inefvel como a do ar que se respira, e dela no se teria conscincia a no ser pela comparao, pelo contraste e pela percepo de algumas de suas manifestaes mais contundentes. (DaMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-13) As oposies entre brasil e Brasil presentes no texto VI podem ser expressas, respectivamente, pelos seguintes pares de termos/expresses, EXCETO: