(AFA - 2023)
TEXTO IV
Canção do expedicionário
(Guilherme de Almeida)
Você sabe de onde eu venho? | |
Venho do morro, do Engenho, | |
Das selvas, dos cafezais, | |
Da boa terra do coco, | |
5 | Da choupana onde um é pouco |
Dois é bom, três é demais, | |
Venho das praias sedosas, | |
Das montanhas alterosas, | |
Dos pampas, do seringal, | |
10 | Das margens crespas dos rios, |
Dos verdes mares bravios | |
Da minha terra natal. | |
Por mais terras que eu percorra, | |
Não permita Deus que eu morra | |
15 | Sem que volte para lá; |
Sem que leve por divisa | |
Esse “V” que simboliza | |
A vitória que virá: | |
Nossa vitória final, | |
20 | Que é a mira do meu fuzil, |
A ração do meu bornal, | |
A água do meu cantil, | |
As asas do meu ideal, | |
A glória do meu Brasil. | |
25 | Você sabe de onde eu venho? |
É de uma Pátria que eu tenho | |
No bojo do meu violão; | |
Que de viver em meu peito | |
Foi até tomando jeito | |
30 | De um enorme coração. |
Deixei lá atrás meu terreiro, | |
Meu limão, meu limoeiro, | |
Meu pé de jacarandá, | |
Minha casa pequenina | |
35 | Lá no alto da colina |
Onde canta o sabiá. | |
/.../ |
(POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Departamento de Educação e Cultura. Disponível em https://dec.pm.df.gov.br/images/pdf/Hinos_e_Cancoes_Militares _-_reduzido.pdf. Acesso em 24/03/2022.)
A descrição do espaço geográfico na “Canção do expedicionário” é mais abrangente em relação à “Canção do exílio”. É o que se comprova na estrofe:
"Por mais terras que eu percorra, |
Não permita Deus que eu morra |
Sem que volte para lá;" |
"Venho do morro, do Engenho, |
Das selvas, dos cafezais, |
Da boa terra do coco, |
Da choupana onde um é pouco |
Dois é bom, três é demais, |
Venho das praias sedosas, |
Das montanhas alterosas, |
Dos pampas, do seringal," |
"Nossa vitória final, |
Que é a mira do meu fuzil, |
A ração do meu bornal, |
A água do meu cantil," |
"Meu pé de jacarandá, |
Minha casa pequenina |
Lá no alto da colina |
Onde canta o sabiá." |