(AFA - 2023)
TEXTO III
A Pátria
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Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! | |
Criança! não verás nenhum país como este! | |
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! | |
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, | |
5 | É um seio de mãe a transbordar carinhos. |
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, | |
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! | |
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! | |
10 | Fecunda e luminosa, a eterna primavera! |
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Boa terra! jamais negou a quem trabalha | |
o pão que mata a fome, o teto que agasalha... | |
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Quem com o seu suor a fecunda e umedece, | |
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece! | |
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15 | Criança! não verás país nenhum como este: |
Imita na grandeza a terra em que nasceste! |
(BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro, Minas, São Paulo: Francisco Alves & Cia,1904, p. 114-115.)
Assinale a alternativa correta referente ao poema “A Pátria”, de Olavo Bilac:
Os pontos de exclamação ajudam a reforçar o tom imperativo do poema, marcado pelo uso dos verbos amar, olhar, ver e imitar.
Em “A Natureza (...) / É um seio de mãe a transbordar carinhos”, o eu lírico vale-se da ironia para mostrar que a Pátria é mãe carinhosa só para certos filhos.
O poema exalta a Pátria, mas mantém o senso crítico ao abordar, na primeira estrofe, o problema dos insetos perigosos para a agricultura.
Fecundar a terra com o suor do rosto (penúltima estrofe) é um modo literal de dizer que o trabalho é importante para quem quer se enriquecer no Brasil.