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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(AFA - 2023)TEXTO IICano do exlio(Gonalves Dias) M

(AFA - 2023)

 

TEXTO II

 

Canção do exílio

 

(Gonçalves Dias)

  Minha terra tem palmeiras
  Onde canta o Sabiá;
  As aves, que aqui gorjeiam,
4 Não gorjeiam como lá.
   
  Nosso céu tem mais estrelas,
  Nossas várzeas têm mais flores,
  Nossos bosques têm mais vida
8 Nossa vida mais amores.
   
  Em cismar, sozinho, à noite,
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras
12 Onde canta o Sabiá.
   
  Minha terra tem primores,
  Que tais não encontro eu cá;
  Em cismar – sozinho, à noite –
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras,
18 Onde canta o Sabiá.
   
  Não permita Deus que eu morra
  Sem que eu volte para lá;
  Sem que desfrute os primores
  Que não encontro por cá;
  Sem qu’inda aviste as palmeiras,
24 Onde canta o Sabiá.

 

Coimbra, julho de 1843

 

(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira – antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)

 

 

Sobre os recursos estilísticos presentes na construção do Texto II, assinale a alternativa INCORRETA.

A

Nos versos “As aves, que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá.”, a supressão das vírgulas altera a classificação sintática da oração subordinada mas mantém o sentido ufanista proposto neste trecho.

B

A redação do termo “Sabiá” com inicial maiúscula é uma prosopopeia que não interfere no sentido ufanista proposto pela “Canção do exílio”.

C

Comparando-se os versos 09 e 15, observa-se que o sentido básico de ambos é o mesmo, porém a representação da solidão passa por um processo de gradação, sendo mais enfática no verso 15, devido à substituição das vírgulas pelos travessões.

D

A repetição do pronome “nosso(a)(s)”, na 2ª estrofe do poema, é um recurso linguístico que tem por objetivo enfatizar a superioridade da terra natal do eu lírico em relação à terra estrangeira.