(AFA - 2011)
Texto III
O adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo.
Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbita.
mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidades que faz
o jovem felino seguir para frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
– vestida apenas com teu desejo!
QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. São Paulo, Moderna, 1984, p. 7.
A linguagem da poesia é plurissignificativa. Ou seja: tem vários sentidos. Com base nisso, assinale a alternativa INCORRETA sobre o poema de Mário Quintana.
A palavra “medo”, na 1ª estrofe, apresenta o sentido próprio de “estátua súbita”.
O verso “Medo que ofusca: luz!” é uma metáfora para o medo que move os jovens para frente.
Em “velho como o mundo”, há uma comparação que mostra a linguagem denotativa predominante no poema.
Em “jovem felino” que sai “da gruta” e segue “para frente”, há uma referência ao medo que impulsiona o jovem.