(ENEM - 2013) Ol! Negro Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos e a quarta e a quinta geraes de teu sangue sofredor tentaro apagar a tua cor! E as geraes dessas geraes quando apagarem a tua tatuagem execranda, no apagaro de suas almas, a tua alma, negro! Pai-Joo, Me-negra, Ful, Zumbi, negro-fujo, negro cativo, negro rebelde negro cabinda, negro congo, negro ioruba, negro que foste para o algodo de USA para os canaviais do Brasil, para o tronco, para o colar de ferro, para a canga de todos os senhores do mundo; eu melhor compreendo agora os teus blues nesta hora triste da raa branca, negro! Ol, Negro! Ol, Negro! A raa que te enforca, enforca-se de tdio, negro! LIMA, J. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958 (fragmento). O conflito de geraes e de grupos tnicos reproduz, na viso do eu lrico, um contexto social assinalado por
(ENEM - 2013) At quando? No adianta olhar pro cu Com muita f e pouca luta Levanta a que voc tem muito protesto pra fazer E muita greve, voc pode, voc deve, pode crer No adianta olhar pro cho Virar a cara pra no ver Se liga a que te botaram numa cruz e s porque Jesus Sofreu no quer dizer que voc tenha que sofrer GABRIEL, O PENSADOR. Seja voc mesmo (mas no seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento). As escolhas lingusticas feitas pelo autor conferem ao texto
(ENEM - 2013) CAULOS. Disponvel em: www.caulos.com. Acesso em: 24 set. 2011 O cartum faz uma crtica social. A figura destacada est em oposio s outras e representa a
(ENEM - 2013) Prpria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dana aristocrtica, oriunda dos sales franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dana de salo e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrncia, importante a presena de um mestre marcante ou marcador, pois quem determina as figuraes diversas que os danadores desenvolvem. Observa-se a constncia das seguintes marcaes: Tour, En avant, Chez des dames, Chez des chevali, Cestinha de flor, Balanc, Caminho da roa, Olha a chuva, Garranch, Passeio, Coroa de flores, Coroa de espinhos etc. No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformaes: surgem novas figuraes, o francs aportuguesado inexiste, o uso de gravaes substitui a msica ao vivo, alm do aspecto de competio, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por rgos de turismo. CASCUDO, L. C. Dicionrio do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1976. As diversas formas de dana so demonstraes da diversidade cultural do nosso pas. Entre elas, a quadrilha considerada uma dana folclrica por
(ENEM - 2013) Jogar limpo Argumentar no ganhar uma discusso a qualquer preo. Convencer algum de algo , antes de tudo, uma alternativa prtica de ganhar uma questo no grito ou na violncia fsica ou no fsica. No fsica, dois-pontos. Um poltico que mente descaradamente pode cativar eleitores. Uma publicidade que joga baixo pode constranger multides a consumir um produto danoso ao ambiente. H manipulaes psicolgicas no s na religio. E comum pessoas agirem emocionalmente, porque vtimas de ardilosa e cangoteira seduo. Embora a eficcia a todo preo no seja argumentar, tampouco se trata de admitir s verdades cientficas formar opinio apenas depois de ver a demonstrao e as evidncias, como a cincia faz. Argumentar matria da vida cotidiana, uma forma de retrica, mas um raciocnio que tenta convencer sem se tornar mero clculo manipulativo, e pode ser rigoroso sem ser cientfico. Lngua Portuguesa, So Paulo, ano 5, n. 66, abr. 2011 (adaptado). No fragmento, opta-se por uma construo lingustica bastante diferente em relao aos padres normalmente empregados na escrita. Trata-se da frase No fsica, dois-pontos. Nesse contexto, a escolha por se representar por extenso o sinal de pontuao que deveria ser utilizado
(ENEM -2013) A diva Vamos ao teatro, Maria Jos? Quem me dera, desmanchei em rosca quinze kilos de farinha, tou podre. Outro dia a gente vamos. Falou meio triste, culpada, e um pouco alegre por recusar com orgulho. TEATRO! Disse no espelho. TEATRO! Mais alto, desgrenhada. TEATRO! E os cacos voaram sem nenhum aplauso. Perfeita. PRADO, A. Orculos de maio. So Paulo: Siciliano, 1999. Os diferentes gneros textuais desempenham funes sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em suas caractersticas especficas, bem como na situao comunicativa em que ele produzido. Assim, o texto A diva
(ENEM - 2013) Tudo no mundo comeou com um sim. Uma molculadisse sim a outra molcula e nasceu a vida. Mas antes dapr-histria havia a pr-histria da pr-histria e havia onunca e havia o sim. Sempre houve. No sei o qu, massei que o universo jamais comeou. [...] Enquanto eu tiver perguntas e no houver respostacontinuarei a escrever. Como comear pelo incio, se ascoisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pr-pr-histria j havia os monstros apocalpticos? Se estahistria no existe, passar a existir. Pensar um ato.Sentir um fato. Os dois juntos sou eu que escrevo oque estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavramais doida, inventada pelas nordestinas que andam pora aos montes. Como eu irei dizer agora, esta histria ser o resultadode uma viso gradual h dois anos e meio venho aospoucos descobrindo os porqus. viso da iminncia de.De qu? Quem sabe se mais tarde saberei. Como queestou escrevendo na hora mesma em que sou lido. S noinicio pelo fim que justificaria o comeo como a morteparece dizer sobre a vida porque preciso registrar osfatos antecedentes LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento). A elaborao de uma voz narrativa peculiar acompanhaa trajetria literria de Clarice Lispector, culminada coma obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte daescritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridadeporque o narrador
(ENEM - 2013) TEXTO I evidente que a vitamina D importante mas como obt-la? Realmente, a vitamina D pode ser produzida naturalmente pela exposio luz do sol, mas ela tambm existe em alguns alimentos comuns. Entretanto, como fonte dessa vitamina, certos alimentos so melhores do que outros. Alguns possuem uma quantidade significativa de vitamina D, naturalmente, e so alimentos que talvez voc no queira exagerar: manteiga, nata, gema de ovo e fgado. Disponvel em: http://saude.hsw.uol.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012. TEXTO II Todos ns sabemos que a vitamina D (colecalciferol) crucial para sua sade. Mas a vitamina D realmente uma vitamina? Est presente nas comidas que os humanos normalmente consomem? Embora exista em algum percentual na gordura do peixe, a vitamina D no est em nossas dietas, a no ser que os humanos artificialmente incrementem um produto alimentar, como o leite enriquecido com vitamina D. A natureza planejou que voc a produzisse em sua pele, e no a colocasse direto em sua boca. Ento, seria a vitamina D realmente uma vitamina? Disponvel em: www.umaoutravisao.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012. Frequentemente circulam na mdia textos de divulgao cientfica que apresentam informaes divergentes sobre um mesmo tema. Comparando os dois textos, constata-se que o Texto II contrape-se ao I quando:
(ENEM- 2013) O bit na galxia de Gutenberg Neste sculo, a escrita divide terreno com diversos meios de comunicao. Essa questo nos faz pensar na necessidade da imbricao, na coexistncia e interpretao recproca dos diversos circuitos de produo e difuso do saber.... necessrio relativizar nossa postura frente s modernas tecnologias, principalmente informtica. Ela um campo novidativo, sem dvida, mas suas bases esto nos modelos informativos anteriores, inclusive, na tradio oral e na capacidade natural de simular mentalmente os acontecimentos do mundo e antecipar as consequncias de nossos atos. A impresso a matriz que deflagrou todo esse processo comunicacional eletrnico. Enfatizo, assim, o parentesco que h entre o computador e os outros meios de comunicao, principalmente a escrita, uma viso da informtica como um desdobramento daquilo que a produo literria impressa e, anteriormente, a tradio oral j traziam consigo. NEITZEL. L. C. Disponvel em: www.geocities.com. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado). Ao tecer consideraes sobre as tecnologias da contemporaneidade e os meios de comunicao do passado, esse texto concebe que a escrita contribui para uma evoluo das novas tecnologias por:
(ENEM - 2013) Manta que costura causos e histrias no seio de uma famlia serve de metfora da memria em obra escrita por autora portuguesa O que poderia valer mais do que a manta para aquela famlia? Quadros de pintores famosos? Joias de rainha? Palcios? Uma manta feita de centenas de retalhos de roupas velhas aquecia os ps das crianas e a memria da av, que a cada quadrado apontado por seus netos resgatava de suas lembranas uma histria. Histrias fantasiosas como a do vestido com um bolso que abrigava um gnomo comedor de biscoitos; histrias de traquinagem como a do calo transformado em farrapos no dia em que o menino, que gostava de andar de bicicleta de olhos fechados, quebrou o brao; histrias de saudades, como o avental que carregou uma carta por mais de um ms... Muitas histrias formavam aquela manta. Os protagonistas eram pessoas da famlia, um tio, uma tia, o av, a bisav, ela mesma, os antigos donos das roupas. Um dia, a av morreu, e as tias passaram a disputar a manta, todas a queriam, mais do que aos quadros, joias e palcios deixados por ela. Felizmente, as tias conseguiram chegar a um acordo, e a manta passou a ficar cada ms na casa de uma delas. E os retalhos, medida que iam se acabando, eram substitudos por outros retalhos, e novas e antigas histrias foram sendo incorporadas manta mais valiosa do mundo. LASEVICIUS, A. Lngua Portuguesa, So Paulo, n. 76, 2012 (adaptado). A autora descreve a importncia da manta para aquela famlia, ao verbalizar que novas e antigas histrias foram sendo incorporadas manta mais valiosa do mundo. Essa valorizao evidencia-se pela
(ENEM - 2013) O hipertexto permite ou, de certo modo, em alguns casos, at mesmo exige a participao de diversos autores na sua construo, a redefinio dos papis de autor e leitor e a reviso dos modelos tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme potencial para se estabelecerem conexes, ele facilita o desenvolvimento de trabalhos coletivamente, o estabelecimento da comunicao e a aquisio de informao de maneira cooperativa. Embora haja quem identifique o hipertexto exclusivamente com os textos eletrnicos, produzidos em determinado tipo de meio ou de tecnologia, ele no deve ser limitado a isso, j que consiste numa forma organizacional que tanto pode ser concebida para o papel como para os ambientes digitais. claro que o texto virtual permite concretizar certos aspectos que, no papel, so praticamente inviveis: a conexo imediata, a comparao de trechos de textos na mesma tela, o mergulho nos diversos aprofundamentos de um tema, como se o texto tivesse camadas, dimenses ou planos. RAMAL, A. C. Educao na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002. Considerando-se a linguagem especfica de cada sistema de comunicao, como rdio, jornal, TV, internet, segundo o texto, a hipertextualidade configura-se como um(a)
(ENEM - 2013) Disponvel em: http://orion-oblog.blogspot.com.br. Acesso em: 6 jun. 2012 (adaptado). O cartaz aborda a questo do aquecimento global.A relao entre os recursos verbais e no verbaisnessa propaganda revela que
(ENEM - 2013) Mesmo tendo a trajetria do movimento interrompidacom a priso de seus dois lderes, o tropicalismo nodeixou de cumprir seu papel de vanguarda na msica popular brasileira. A partir da dcada de 70 do sculopassado, em lugar do produto musical de exportaode nvel internacional prometido pelos baianos com aretomada da linha evolutria, instituiu-se nos meios decomunicao e na indstria do lazer uma nova era musical. TINHORO, J. R. Pequena histria da msica popular: da modinha ao tropicalismo. So Paulo: Art, 1986 (adaptado) A nova era musical mencionada no texto evidencia umgnero que incorporou a cultura de massa e se adequou realidade brasileira. Esse gnero est representadopela obra cujo trecho da letra :
(ENEM - 2013) Futebol: A rebeldia que muda o mundo Conhea a histria de Afonsinho, o primeirojogador do futebol brasileiro a derrotar a cartolagem e aconquistar o Passe Livre, h exatos 40 anos Pel estava se aposentando pra valer pela primeira vez, ento com a camisa do Santos (porque depois voltaria a atuar pelo New York Cosmos, dos Estados Unidos), em 1972, quando foi questionado se, finalmente, sentia-se um homem livre. O Rei respondeu sem titubear: Homem livre no futebol s conheo um: o Afonsinho. Este sim pode dizer, usando as suas palavras, que deu o grito de independncia ou morte. Ningum mais. O resto conversa. Apesar de suas declaraes serem motivo de chacota por parte da mdia futebolstica e at dos torcedores brasileiros, o Atleta do Sculo acertou. E provavelmente acertaria novamente hoje. Pela admirao por um de seus colegas de clube daquele ano. Pelo reconhecimento do carter e personalidade de um dos jogadores mais contestadores do futebol nacional. E principalmente em razo da histria de luta e vitria de Afonsinho sobre os cartolas. ANDREUCCI, R. Disponvel em: http://carosamigos.terra.com.br. Acesso em: 19 ago. 2011. O autor utiliza marcas lingusticas que do ao texto umcarter informal. Uma dessas marcas identificada em:
(ENEM - 2013) Nessa charge, o recurso morfossinttico que colabora para o efeito de humor est indicado pelo(a)