(ENEM - 2023)
TEXTO I
Logo no início de Gira, um grupo de sete bailarinas ocupa o centro da cena. Mãos cruzadas sobre a lateral esquerda do quadril, olhos fechados, troncos que pendulam sobre si mesmos em vaguíssimas órbitas, tudo nelas sugere o transe. Está estabelecido o caráter volátil do que se passará no palco dali para frente. Mas engana-se quem pensa que vai assistir a uma representação mimética dos cultos afro-brasileiros.
TEXTO II
No diálogo que estabelece com religiões afro-brasileiras, sintetizado na descrição e na imagem do espetáculo, a dança exprime uma
crítica aos movimentos padronizados do balé clássico.
representação contemporânea de rituais ancestrais extintos.
reelaboração estética erudita de práticas religiosas populares.
releitura irônica da atmosfera mística presente no culto a entidades.
oposição entre o resgate de tradições e a efemeridade da vida humana.