(ENEM PPL - 2023)
Foram 11 bilhões de palavras examinadas em mais de três milhões de livros que mostraram que a linguagem usada em romances, durante mais de cem anos, é sexista. Um grupo de cientistas realizou um descomunal trabalho de campo no qual analisou de forma maciça textos escritos em inglês em livros publicados entre 1900 e 2008. O que foi analisado exatamente? A correlação entre gêneros e qualificativos em busca de um padrão: o tratamento diferente entre mulheres e homens em textos escritos.
O estudo utilizou um sistema baseado em inteligência artificial e aprendizagem de máquina para analisar, palavra por palavra, as obras publicadas nesse período. A análise concluiu que as mulheres recebem apenas qualificativos relacionados ao seu físico, enquanto para os homens as referências se concentram principalmente em sua força e personalidade. Os atributos negativos relacionados ao físico e à aparência nessas obras são observados até cinco vezes mais nas mulheres do que nos homens.
Os algoritmos aprendem com os textos já escritos e publicados. Assim, um sistema pode considerar bom um modelo que se repete várias vezes (por exemplo, aquele relacionado à beleza e à mulher) e assimilá-lo em sua execução atual.
ZURIARRAIN, J. M. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 5 nov. 2021 (adaptado).
O desenvolvimento de tecnologias, como os algoritmos e a inteligência artificial, permite a análise de um grande volume de dados. Nesse texto, a utilização desses recursos
avalia as qualidades positivas atribuídas aos homens.
revela a materialidade linguística de estereótipos de gênero.
indica a pouca eficácia da aprendizagem de máquina.
questiona a linearidade de padrões linguísticos.
atesta cientificamente as diferenças sociais.