(ENEM - 2021) preciso usar de violncia e rebater varonilmente os apetites dos sentidos sem atender ao que a carne quer ou no quer, mas trabalhando por sujeit-la ao esprito, ainda que se revolte. Cumpre castig-la e curva-l sujeio, a tal ponto que esteja disposta para tudo, sabendo contentar-se com pouco e deleitar-se com a simplicidade, sem resmungar por qualquer incomodo. Kempis, T. Imitao de Cristo. Petrpolis: Vozes.2015 Qual caracterstica do ascetismo medieval destacada no texto:
(ENEM - 2021) Nos setores mais altamente desenvolvidos da sociedade contempornea, o transplante de necessidades sociais para individuais de tal modo eficaz que a diferena entre elas parece puramente terica. As criaturas se reconhecem em suas mercadorias; encontram sua alma em seu automvel, casa em patamares, utenslios de cozinha. MARCUSE, H.A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de Janeiro. Zahar, 1979. O texto indica que, no capitalismo, a satisfao dos desejos pessoais influenciada por
(ENEM - 2021) No semirido brasileiro, o sertanejo desenvolveu uma acuidade detalhada para a observao dos fenmenos, ao longo dos tempos, presenciados na natureza, em especial para a previso do tempo e do clima, utilizando como referncia a posio dos astros, constelao e nuvens. Conforme os sertanejos, a estao vai ser chuvosa quando a primeira lua cheia de janeiro sair vermelha, por detrs de uma barra de nuvens, mas se surgir prateada, sinal de seca. MAIA, D.; MAIA, A. C. A utilizao dos ditos populares e da observao do tempo para a climatologia escolar no ensino fundamental II. GeoTextos, n. 1, JUL. 2010 (adaptado). O texto expe a produo de um conhecimento que se constitui pela
(ENEM - 2020 - PROVA AZUL) Ser que as coisas lhe pareceriam diferentes, se, de fato, todas elas existissem apenas na sua mente - se tudo o que voc julgasse ser o mundo externo real fosse apenas um sonho ou alucinao gigante, de que voc jamais fosse despertar? Se assim fosse, ento claro que voc nunca poderia despertar, como faz quando sonha, pois significaria que no h mundo real no qual despertar. Logo, no seria exatamente igual a um sonho ou alucinao normal. NAGEL, T. Uma breveintroduo filosofia. So Paulo. Martins Fontes. 2011. O texto confere visibilidade a uma doutrina filosfica contemporrnea conhecida como
(ENEM - 2020 - PROVA AZUL) EmA morte de Ivan Ilitch, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo compreende que se encaminha para o fim de modo impossvel de parar. Nas profundezas de seu corao, ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente no o fazia e no conseguia compreend-la. KAZEZ, J.O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio de Janeiro; Tinta Negra, 2004. O texto descreve a experincia do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornvel de nossas vidas. Esse aspecto foi um tema central na tradio filosfica
(ENEM - 2020 - PROVA AZUL) Montaigne deu o nome para um novo gnero literrio; foi dos primeiros a instituir na literatura moderna um espao privado, o espao do eu, do texto ntimo. Ele cria um novo processo de escrita filosfica, no qual hesitaes, autocrticas, correes entram no prprio texto. COELHO, M. Montaigne. So Paulo: Publifolha, 2001 (adaptado). O novo gnero de escrita aludido no texto o (a)
(ENEM - 2020 - PROVA AZUL) TEXTO I Os meus pensamentos so todos sensaes. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mos e os ps E com o nariz e a boca. PESSOA, F. O guardador de rebanhos - IX. In: GALHOZ, M. A. (Org.). Obras poticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento). TEXTO II Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por cincia, eu o sei a partir de uma viso minha ou de uma experincia do mundo sem a qual os smbolos da cincia no poderiam dizer nada. MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepo. So Paulo: Martins Fontes, 1999 (adaptado). Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspectiva que ampara a
(ENEM - 2020 - PROVA AZUL) Vemos que toda cidade uma espcie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as aes de todos os homens so praticadas com vistas ao que lhe parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens. ARISTTELES. Poltica. Braslia: UnB, 1988. No fragmento, Aristteles promove uma reflexo que associa dois elementos essenciais discusso sobre a vida em comunidade, a saber:
(ENEM - 2020 - PROVA AZUL) Ado, ainda que supusssemos que suas faculdades racionais fossem inteiramente perfeitas desde o incio, no poderia ter inferido da fluidez e transparncia da gua que ela o sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia consum-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que aparecem aos sentidos, nem as causas que o produziram, nem os efeitos que fele proviro; e tampouco nossa razo capaz de extrair, sem auxlio da experincia, qualquer concluso referente existncia afetiva de coisas ou questes de fato. HUME, D. Uma investigao sobre o entendimento humano.So Paulo. Unesp, 2003. Segundo o autor, qual a origem do conhecimento humano?
(ENEM - 2019) Dizem que Humboldt, naturalista do sculo XIX, maravilhado pela geografia, flora e fauna da regio sul-americana, via seus habitantes como se fossem mendigos sentados sobre um saco de ouro, referindo-se a suas incomensurveis riquezas naturais no exploradas. De alguma maneira, o cientista ratificou nosso papel de exportadores de natureza no que seria o mundo depois da colonizao ibrica: enxergou-nos como territrios condenados a aproveitar os recursos naturais existentes. ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. So Paulo: Elefante, 2016 (adaptado). A relao entre ser humano e natureza ressaltada no texto refletia a permanncia da seguinte corrente filosfica:
(ENEM - 2019) A hospitalidade pura consiste em acolher aquele que chega antes de lhe impor condies, antes de saber e indagar o que quer que seja, ainda que seja um nome ou um documento de identidade. Mas ela tambm supe que dirija a ele, de maneira singular, chamando-o portanto e reconhecendo-lhe um nome prprio: Como voc se chama? A hospitalidade consiste em fazer tudo para se dirigir ao outro, em lhe conceder, at mesmo perguntar seu nome, evitando que essa pergunta se torne uma condio, um inqurito policial, um fichamento ou um simples controle das fronteiras. Uma arte e uma potica, mas tambm toda uma poltica dependem disso, toda uma tica se decide a. DERRIDA, J. Papel-mquina. So Paulo: Estao Liberdade, 2004 (adaptado). Associado ao contexto migratrio contemporneo, o conceito de hospitalidade proposto pelo autor impe a necessidade de
(ENEM - 2019) Em sentido geral e fundamental, Direito a tcnica da coexistncia humana, isto , a tcnica voltada a tornar possvel a coexistncia dos homens. Como tcnica, o Direito se concretiza em um conjunto de regras (que, nesse caso, so leis ou normas); e tais regras tm por objeto o comportamento intersubjetivo, isto , o comportamento recproco dos homens entre si. ABBAGNANO, N. Dicionrio de Filosofia. So Paulo: Martins Fontes, 2007. O sentido geral e fundamental do Direito, conforme foi destacado, refere-se
(ENEM - 2019) De fato, no porque o homem pode usar a vontade livre para pecar que se deve supor que Deus a concedeu para isso. H, portanto, uma razo pela qual Deus deu ao homem esta caracterstica, pois sem ela no poderia viver e agir corretamente. Pode-se compreender, ento, que ela foi concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se um homem a usa para pecar, recairo sobre ele as punies divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre tivesse sido dada ao homem no apenas para agir corretamente, mas tambm para pecar. Na verdade, porque deveria ser punido aquele que usasse sua vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada? AGOSTINHO. O livre-arbtrio. ln: MARCONDES, D. Textos bsicos de tica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. Nesse texto, o filsofo cristo Agostinho de Hipona sustenta que a punio divina tem como fundamento o(a)
(ENEM - 2019) Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a prpria integridade fsica, tal resoluo diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem um chefe de Estado, os critrios pessoais no so mais adequados para decidir sobre aes cujas consequncias se tomam to amplas, j que o prejuzo no ser apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir. ARANHA, M. L. Maquiavel: a lgica da fora. So Paulo: Moderna, 2006 (adaptado). O texto aponta uma inovao na teoria politica na poca moderna expressa na distino entre:
(ENEM - 2019) TEXTO 1 Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplao deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a incomparvel beleza dessa imensa luz. DESCARTES, R. Meditaes. So Paulo: Abril Cultural, 1980. TEXTO 2 Qual ser a forma mais razovel de entender como o mundo? Existir alguma boa razo para acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa? No podemos dizer que a crena em Deus apenas uma questo de f. RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009. Os textos abordam um questionamento da construo da modernidade que defende um modelo