(ENEM - 2016) Pirro afirmava que nada nobre nem vergonhoso, justo ou injusto; e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade; que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e no se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroas, por exemplo, precipcios, ces, nada deixando ao arbtrio dos sentidos. LARCIO, D. Vidas e sentenas dos filsofos Ilustres. Braslia: Editora UnB, 1988. O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por:
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) [...] O SERVIDOR Diziam ser filho do rei... DIPO Foi ela quem te entregou a criana? O SERVIDOR Foi ela, Senhor. DIPO Com que inteno? O SERVIDOR Para que eu a matasse. DIPO Uma me! Mulher desgraada! O SERVIDOR Ela tinha medo de um orculo dos deuses. DIPO O que ele anunciava? O SERVIDOR Que essa criana um dia mataria seu pai. DIPO Mas por que tu a entregaste a este homem? O SERVIDOR Tive piedade dela, mestre. Acreditei que ele a levaria ao pas de onde vinha. Ele te salvou a vida, mas para os piores males! Se s realmente aquele de quem ele fala, saibas que nasceste marcado pela infelicidade. DIPO Oh! Ai de mim! Ento no final tudo seria verdade! Ah! Luz do dia, que eu te veja aqui pela ltima vez, j que hoje me revelo o filho de quem no devia nascer, o esposo de quem no devia ser, o assassino de quem no deveria matar! SFOCLES. dipo Rei. Porto Alegre: LPM, 2011. O trecho da obra de Sfocles, que expressa o ncleo da tragdia grega, revela o(a)
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) Pode-se admitir que a experincia passada d somente uma informao direta e segura sobre determinados objetos em determinados perodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento. Todavia, esta a principal questo sobre a qual gostaria de insistir: por que esta experincia tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente so similares em aparncia. O po que outrora comi alimentou-me, isto , um corpo dotado de tais qualidades sensveis estava, a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. Mas, segue-se da que este outro po deve tambm alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que qualidades sensveis semelhantes devem sempre ser acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A consequncia no parece de nenhum modo necessria. HUME, D.Investigao acerca do entendimento humano. So Paulo: Abril Cultural, 1995. O problema descrito no texto tem como consequncia a
(ENEM 2016) Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crena: Tudo oco, tudo igual, tudo passou! O nosso trabalho foi intil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os coraes. Secamos de todo, e se casse fogo em cima de ns, as nossas cinzas voariam em p. Sim; cansamos o prprio fogo. Todas as fontes secaram para ns, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos no nos querem tragar! NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro, 1977. O texto exprime uma construo alegrica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que
(ENEM - 2016 - 2 aplicao) Fundamos, como afirmam alguns cientistas, o antropoceno: uma nova era geolgica com altssimo poder de destruio, fruto dos ltimos sculos que significaram um transtorno perverso do equilbrio do sistema-Terra. Como enfrentar esta nova situao nunca ocorrida antes de forma globalizada e profunda? Temos pessoalmente trabalhado os paradigmas da sustentabilidade e do cuidado como relao amigvel e cooperativa para com a natureza. Queremos, agora, agregar a tica da responsabilidade. BOFF, L. Responsabilidade coletiva. Disponvel em: http://leonardoboff.wordpress.com. Acesso em: 14 maio 2013. A tica da responsabilidade protagonizada pelo filsofo alemo Hans Jonas e reinvindicada no texto expressa pela mxima:
(ENEM 2015) Apesar de seu disfarce de iniciativa e otimismo, o homem moderno est esmagado por um profundo sentimento de impotncia que o faz olhar fixamente e, como que paralisado, para as catstrofes que se avizinham. Por isso, desde j, saliente-se a necessidade de uma permanente atitude crtica, o nico modo pelo qual o homem realizar sua vocao natural de integrar-se, superando a atitude do simples ajustamento ou acomodao, apreendendo temas e tarefas de sua poca. FREIRE. P. Educao como prtica da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2011. Paulo Freire defende que a superao das dificuldades e a apreenso da realidade atual ser obtida pelo(a)
(ENEM - 2015) Trasmaco estava impaciente porque Scrates e os seus amigos presumiam que a justia era algo real e importante. Trasmaco negava isso. Em seu entender, as pessoas a creditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer s regras da sua sociedade. No entanto, essas regras no passavam de invenes humanas. RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009. O sofista Trasmaco, personagem imortalizado no dilogo A Repblica, de Plato, sustentava que a correlao entre justia e tica resultado de
(ENEM -2015) Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experincia. Quando pensamos em uma montanha de ouro, no fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que j conhecamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos prprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma deum cavalo, animal que nos familiar. HUME, D. Investigao sobre o entendimento humano. So Paulo: Abril Cultural, 1995. Hume estabelece um vnculo entre pensamento e impresso ao considerar que
(ENEM - 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrrios, no chegaria ao fim de destino, se por indstria do piloto no fosse dirigido ao porto: ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ao. Acontece, porm, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a prpria diversidade dos esforos em aes humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. AQUINO, T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos polticos de So Toms de Aquino. Petrpolis: Vozes, 1995 (adaptado). No trecho citado, Toms de Aquino justifica a monarquiacomo o regime de governo capaz de
(ENEM 2015) A filosofia grega parece comear com uma ideia absurda, com a proposio: a gua a origem e a matriz de todas as coisas. Ser mesmo necessrio deter-nos nela e lev-la a srio? Sim, e por trs razes: em primeiro lugar, porque essa proposio enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulao; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crislida, est contido o pensamento:Tudo um. NIETZSCHE, F. Crtica moderna. In:Os pr-socrticos. So Paulo: Nova Cultural, 1999 O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
(Enem 2015) Ningum nasce mulher; torna-se mulher. Nenhum destino biolgico, psquico, econmico define a forma que a fmea humana assume no seio da sociedade; o conjunto da civilizao que elabora esse produto intermedirio entre o macho e o castrado que qualificam o feminino. BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. Na dcada de 1960, a proposio de Simone de Beauvoir contribuiu para estruturar um movimento social que teve como marca o(a)
(ENEM - 2014) o carter radical do que se procura que exige a radicalizao do prprio processo de busca. Se todo o espao for ocupado pela dvida, qualquer certeza que aparecer a partir da ter sido de alguma forma gerada pela prpria dvida, e no ser seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafsica da modernidade. So Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). Apesar de questionar os conceitos da tradio, a dvida radical da filosofia cartesiana tem carter positivo por contribuir para o(a)
(Enem 2014) Panayiotis Zavos quebrou o último tabu da clonagem humana transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer, declarou Zavos. Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo. CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado). A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioética que, entre outras questões, dedica-se a
(ENEM 2014) Uma norma s deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto participantes de um discurso prtico, a um acordo quanto validade dessa norma. HABERMAS, J. Conscincia moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989 .Segundo Habermas, avalidez de uma norma deve ser estabelecida pelo(a):
(ENEM - 2014) Alguns dos desejos so naturais e necessrios; outros, naturais e no necessrios; outros, nem naturais nem necessrios, mas nascidos de v opinio. Os desejos que no nos trazem dor se no satisfeitos no so necessrios, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando difcil obter sua satisfao ou parecem geradores de dano. EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974. No fragmento da obra filosfica de Epicuro, o homem tem como fim