(PUC/Camp - 2016) A década de 1960 também representou um período de grande renovação no âmbito da literatura latino-americana. Foram os chamados anos do boom, quando uma safra de escritores ganhou projeção internacional, especialmente em virtude de obras que exploram o gênero do realismo mágico (...) A Revolução Cubana, sobretudo em seus primeiros tempos, irradiou ideais e conquistou simpatias (...)
(PRADO, Maria Ligia e PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014, p. 192; 194)
Alguns anos após a Revolução Cubana, o argumento do "perigo vermelho" foi usado, por parte da imprensa brasileira, para apoiar o Golpe de 1964. Entre as razões alegadas para a derrubada do governo de João Goulart, pode-se encontrar
o resultado insatisfatório da aplicação das Reformas de Base, que haviam agravado as tensões no campo sem solucionar a precariedade econômica, e o radicalismo de líderes locais como Leonel Brizola, que poderiam ameaçar a estabilidade do país por meio de uma guerra civil.
a difusão de notícias sobre o nível alarmante de corrupção em toda a estrutura do governo, abalando a credibilidade do presidente, que sequer havia sido eleito uma vez que tomara posse como vice de Jânio Quadros, após a renúncia deste.
o endividamento externo, muito grande desde a construção de Brasília e intensificado após a adoção de uma política liberal para o desenvolvimento do interior do país, somada a medidas populistas como o aumento do salário mínimo em 100%.
a denúncia de desordem social, visível em manifestações como o Comício da Central do Brasil; a suposta proximidade desse governo com países socialistas e a possibilidade de uma insurreição popular descontrolada, considerando a crise econômica em curso.
a ingovernabilidade do país, uma vez que Goulart governava sob o regime parlamentarista, sem ter apoio da maioria do Congresso, e a ação de grupos de guerrilha urbana que, inspirados pela Revolução Cubana, pressionavam para a adoção do socialismo.