(Puccamp 2016) O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas.
(TÁVOLA, Bernardim da. Inédito).
Violências sociais abundaram no período regencial, momento em que eclodiram rebeliões populares que foram duramente reprimidas, caso da
A
Guerra de Canudos, que implicou a resistência armada, na Bahia, de milhares de famílias em torno do líder religioso Antonio Conselheiro, resultando em grande massacre.
B
Farroupilha, conflito iniciado no Rio Grande do Sul, que durou cerca de dez anos e foi motivado pela revolta contra a política de impostos vigente e por anseios separatistas de parte da elite.
C
Sabinada, originada no Maranhão, em regiões paupérrimas de cultivo de algodão e protagonizada por trabalhadores livres e escravos, que contaram com apoio de parte da elite local.
D
Guerra dos Palmares, conflito desencadeado pela repressão aos quilombolas liderados por Zumbi dos Palmares, com apoio de pequenos agricultores da região de Alagoas.
E
Revolta da Chibata, que mobilizou um grande contingente de escravos revoltados contra os maus tratos e a prática das chicotadas em praça pública, na cidade do Rio de Janeiro.