(UFPR - 2016 - 2ª FASE)
Inércia e covardia são as causas de que uma tão grande maioria dos homens, mesmo depois de a natureza há muito tê-los liberado de uma direção alheia (naturalmente maiores), de bom grado permaneça toda a vida na menoridade, e porque seja tão fácil a outros apresentarem-se como seus tutores. É tão cômodo ser menor. Possuo um livro que faz as vezes de meu entendimento; um guru espiritual, que faz as vezes de minha consciência; um médico, que decide por mim a dieta etc.; assim não preciso eu mesmo dispender nenhum esforço. Não preciso necessariamente pensar, se posso apenas pagar; outros se incumbirão por mim desta aborrecida ocupação.
(KANT, I. Resposta à questão: o que é esclarecimento? In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 406.)
Na passagem citada acima, extraída do texto “Resposta à questão: o que é esclarecimento?”, Kant apresenta alguns motivos pelos quais o homem, a despeito de sua idade, prefere manter-se num estado de menoridade, abdicando ao esclarecimento. Tendo em vista essa passagem e o conjunto do texto no qual ela se encontra, responda às seguintes questões:
O que é o esclarecimento para Kant? O que ele entende por “menoridade”? Em que circunstância, segundo o filósofo, o homem seria considerado culpado por manter-se em um estado de menoridade?