(UFPR - 2016 - 1 FASE) A respeito dos romances Clara dos Anjos, de Lima Barreto, e Fogo Morto, de Jos Lins do Rego, assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2016 - 1 FASE) A respeito da obra teatral Os dois ou o ingls maquinista, de Martins Pena, correto afirmar:
(UFPR - 2016 - 1 FASE) Considere o pargrafo abaixo, extrado do conto D. Paula, que integra a coletnea Vrias Histrias, de Machado de Assis: J se entende que o outro Vasco, o antigo, tambm foi moo e amou. Amaram-se, fartaram-se um do outro, sombra do casamento, durante alguns anos, e, como o vento que passa no guarda a palestra dos homens, no h meio de escrever aqui o que ento se disse da aventura. A aventura acabou; foi uma sucesso de horas doces e amargas, de delcias, de lgrimas, de cleras, de arroubos, drogas vrias com que encheram a esta senhora a taa das paixes. D. Paula esgotou-a inteira e emborcou-a depois para no mais beber. A saciedade trouxe-lhe a abstinncia, e com o tempo foi esta ltima fase que fez a opinio. Morreu-lhe o marido e foram vindo os anos. D. Paula era agora uma pessoa austera e pia, cheia de prestgio e considerao. Sobre Vrias Histrias, assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2016 - 1 FASE) Sobre o livro de poesia ltimos Cantos, de Gonalves Dias, considere as seguintes afirmativas: 1. A mtrica em I-Juca-Pirama varivel e tem conexo com a progresso dos fatos narrados, o que permite dizer que o ritmo se ajusta s reviravoltas da narrativa. 2. Leito de folhas verdes e Marab tematizam a miscigenao brasileira ao apresentarem dois casais inter-raciais. 3. A Cano do Tamoyo apresenta o relato de feitos heroicos especficos desse povo para exaltar a coragem humana. 4. O poema Hagaar no deserto recria um episdio bblico e apresenta uma escrava escolhida por Deus para ser me de Ismael, o patriarca do povo rabe. Assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2016 - 1 FASE) Com base na leitura integral do Sermo de Santo Antonio aos peixes, de Antonio Vieira, assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2016 - 1 FASE) E no gostavas de festa... / velho, que festa grande / hoje te faria a gente.Esses so os versos de abertura do poema A Mesa, parte integrante do livro Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Neles podem ser identificados alguns elementos do poema,entre os quais o destinatrio, um patriarca, a quem o eu lrico se dirige ao longo de centenas de versos. A respeito de A Mesa e de sua integrao com outros poemas do mesmo livro, assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2016 - 1 FASE) A pica narrativa de nosso caminho at aqui Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experincia de aprender mais sobre o nosso pas. Ao nos depararmos com uma realidade diferente 1daquela em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma razo, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes s podem resultar de passados diferentes. Essa constatao pode ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa histria. Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O florescimento da busca de planetas extrassolares aqueles que orbitam em torno de outras estrelas equivaleu a dar uma espiadinha no pas vizinho, para ver como vivem seus habitantes. Os resultados so surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas esto to perto de suas estrelas que completam uma rbita em poucos dias. Muitos so gigantes feitos de gs, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Jpiter, o grandalho do nosso sistema. J os nossos planetas rochosos, classe em que se enquadram Terra, Mercrio, Vnus e Marte, parecem ser mais bem raros do que imaginvamos a princpio. A constatao de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange ao nosso atual estgio de conhecimento de sistemas planetrios) provocou os astrnomos a formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual configurao. 2Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que esto nas rbitas em que esto hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc. Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos ltimos 15 a 20 anos. Embora no sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o Modelo de Nice tm desfrutado de grande prestgio na comunidade astronmica e oferecem uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e, em ltima instncia, da vida por aqui. [...] (Paulo Nogueira, editorial de Scientific American Brasil n 168, junho 2016.) Considere a estrutura daquela em que estamos imersos (ref. 1) e compare-a com as seguintes: 1. o espao __________ que moramos... 2. a organizao __________ que confiamos... 3. a cidade __________ que almejamos... 4. os problemas __________ que constatamos nos relatrios... Tendo em vista as normas da lngua culta, a preposio em deveria preencher a lacuna em:
(UFPR - 2015- 1 FASE) Leia o seguinte dilogo entre os personagens Simei e Colonna, no romance Nmero Zero, de Umberto Eco: Colonna, exemplifique para os nossos amigos como que se pode seguir, ou dar mostras de seguir, um princpio fundamental do jornalismo democrtico: fatos separados de opinies. Opinies no Amanh [nome do jornal] haver inmeras, e evidenciadas como tais, mas como que se demonstra que em outros artigos so citados apenas fatos? Muito simples disse eu. Observem os grandes jornais de lngua inglesa. Quando falam, sei l, de um incndio ou de um acidente de carro, evidentemente no podem dizer o que acham daquilo. Ento inserem no artigo, entre aspas, as declaraes de uma testemunha, um homem comum, um representante da opinio pblica. Pondo-se aspas, essas afirmaes se tornam fatos, ou seja, um fato que aquele sujeito tenha expressado tal opinio. Mas seria possvel supor que o jornalista tivesse dado a palavra somente a quem pensasse como ele. Portanto, haver duas declaraes discordantes entre si, para mostrar que fato que h opinies diferentes sobre um caso, e o jornal expe esse fato irretorquvel. A esperteza est em pr antes entre aspas uma opinio banal e depois outra opinio, mais racional, que se assemelhe muito opinio do jornalista. Assim o leitor tem a impresso de estar sendo informado de dois fatos, mas induzido a aceitar uma nica opinio como a mais convincente. Vamos ver um exemplo. Um viaduto desmoronou, um caminho caiu e o motorista morreu. O texto, depois de relatar rigorosamente o fato, dir: Ouvimos o senhor Rossi, 42 anos, que tem uma banca de jornal na esquina. Fazer o qu, foi uma fatalidade, disse ele, sinto pena desse coitado, mas destino destino. Logo depois um senhor Bianchi, 34 anos, pedreiro que estava trabalhando numa obra ao lado, dir: culpa da prefeitura, que esse viaduto estava com problemas eu j sabia h muito tempo. Com quem o leitor se identificar? Com quem culpa algum ou alguma coisa, com quem aponta responsabilidade. Est claro? O problema no qu e como pr aspas. ECO, Umberto. Nmero Zero. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 55-6. Segundo o texto, so estratgias utilizadas pelos jornais ao fazer citaes: 1. Escolher criteriosamente as citaes das testemunhas para contemplar pontos de vista divergentes sobre um mesmo fato. 2. Salientar os pontos de vista que mais interessam ao jornalista. 3. Redigir as notcias de tal forma que as opinies sejam apresentadas como fatos. 4. Citar em primeiro lugar as palavras da testemunha que faz uma anlise mais racional dos acontecimentos. Esto de acordo com o texto as estratgias:
(UFPR - 2015- 1 FASE) Leia o seguinte dilogo entre os personagens Simei e Colonna, no romanceNmero Zero, de Umberto Eco: Colonna, exemplifique para os nossos amigos como que se pode seguir, ou dar mostras de seguir, um princpio fundamental do jornalismo democrtico: fatos separados de opinies. Opinies no Amanh [nome do jornal] haver inmeras, e evidenciadas como tais, mas como que se demonstra que em outros artigos so citados apenas fatos? Muito simples disse eu. Observem os grandes jornais de lngua inglesa. Quando falam, sei l, de um incndio ou de um acidente de carro, evidentemente no podem dizer o que acham daquilo. Ento inserem no artigo, entre aspas, as declaraes de uma testemunha, um homem comum, um representante da opinio pblica. Pondo-se aspas, essas afirmaes se tornam fatos, ou seja, um fato que aquele sujeito tenha expressado tal opinio. Mas seria possvel supor que o jornalista tivesse dado a palavra somente a quem pensasse como ele. Portanto, haver duas declaraes discordantes entre si, para mostrar que fato que h opinies diferentes sobre um caso, e o jornal expe esse fato irretorquvel. A esperteza est em pr antes entre aspas uma opinio banal e depois outra opinio, mais racional, que se assemelhe muito opinio do jornalista. Assim o leitor tem a impresso de estar sendo informado de dois fatos, mas induzido a aceitar uma nica opinio como a mais convincente. Vamos ver um exemplo. Um viaduto desmoronou, um caminho caiu e o motorista morreu. O texto, depois de relatar rigorosamente o fato, dir: Ouvimos o senhor Rossi, 42 anos, que tem uma banca de jornal na esquina. Fazer o qu, foi uma fatalidade, disse ele, sinto pena desse coitado, mas destino destino. Logo depois um senhor Bianchi, 34 anos, pedreiro que estava trabalhando numa obra ao lado, dir: culpa da prefeitura, que esse viaduto estava com problemas eu j sabia h muito tempo. Com quem o leitor se identificar? Com quem culpa algum ou alguma coisa, com quem aponta responsabilidade. Est claro? O problema no qu e como pr aspas. ECO, Umberto.Nmero Zero. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 55-6. Assinale a alternativa correta sobre afirmaes encontradas no texto.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Vontade de punir Deu no Datafolha que 87% dos brasileiros querem baixar a maioridade penal. Maiorias assim robustas, que j so raras em questes sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre especialistas, o assunto controverso. Como explicar o fenmeno? Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. Se voc pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivduos dispostos a explor-los. A frmula que a evoluo encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoes e sentimentos que provocam aes que funcionam em mais instncias do que no funcionam. Assim, para evitar a superexplorao pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro horror quilo que percebemos como injustias. Na prtica, isso se traduz no impulso que temos de punir quem tenta levar vantagem indevida. Quando no podemos castig-los diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, alm de garantir o sucesso de filmes de Hollywood, torna a justia retributiva algo popular em nossa espcie. Isso, porm, s parte do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justia soobraria. Se cada mnima ofensa exigisse imediata reparao e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente idntica, a vida comunitria seria impossvel. A natureza resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, que mes prefiram seus prprios filhos aos de desconhecidos. Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos tinham algum grau de parentesco, o sistema funcionava razoavelmente bem. Os mpetos da justia retributiva eram modulados pela empatia familiar. Agora que vivemos em grupos de milhes sem vnculos pessoais, a vontade de punir impera inconteste. SCHWARTSMAN, Hlio. Folhaonline, em 24 jun. 2015. Assinale a alternativa que resume um posicionamento do autor do texto.
(UFPR - 2015 - 1 FASE) Vontade de punir Deu no Datafolha que 87% dos brasileiros querem baixar a maioridade penal. Maiorias assim robustas, que j so raras em questes sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre especialistas, o assunto controverso. Como explicar o fenmeno? Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. Se voc pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivduos dispostos a explor-los. A frmula que a evoluo encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoes e sentimentos que provocam aes que funcionam em mais instncias do que no funcionam. Assim, para evitar a superexplorao pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro horror quilo que percebemos como injustias. Na prtica, isso se traduz no impulso que temos de punir quem tenta levar vantagem indevida. Quando no podemos castig-los diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, alm de garantir o sucesso de filmes de Hollywood, torna a justia retributiva algo popular em nossa espcie. Isso, porm, s parte do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justia soobraria. Se cada mnima ofensa exigisse imediata reparao e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente idntica, a vida comunitria seria impossvel. A natureza resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, que mes prefiram seus prprios filhos aos de desconhecidos. Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos tinham algum grau de parentesco, o sistema funcionava razoavelmente bem. Os mpetos da justia retributiva eram modulados pela empatia familiar. Agora que vivemos em grupos de milhes sem vnculos pessoais, a vontade de punir impera inconteste. SCHWARTSMAN, Hlio. Folhaonline, em 24 jun. 2015. A frmula que a evoluo encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoes e sentimentos que provocam aes que funcionam em mais instncias do que no funcionam. A que dilema a expresso esse se refere?
(UFPR - 2015- 1 FASE) Vontade de punir Deu no Datafolha que 87% dos brasileiros querem baixar a maioridade penal. Maiorias assim robustas, que j so raras em questes sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre especialistas, o assunto controverso. Como explicar o fenmeno? Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. Se voc pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivduos dispostos a explor-los. A frmula que a evoluo encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoes e sentimentos que provocam aes que funcionam em mais instncias do que no funcionam. Assim, para evitar a superexplorao pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro horror quilo que percebemos como injustias. Na prtica, isso se traduz no impulso que temos de punir quem tenta levar vantagem indevida. Quando no podemos castig-los diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, alm de garantir o sucesso de filmes de Hollywood, torna a justia retributiva algo popular em nossa espcie. Isso, porm, s parte do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justia soobraria. Se cada mnima ofensa exigisse imediata reparao e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente idntica, a vida comunitria seria impossvel. A natureza resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, que mes prefiram seus prprios filhos aos de desconhecidos. Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos tinham algum grau de parentesco, o sistema funcionava razoavelmente bem. Os mpetos da justia retributiva eram modulados pela empatia familiar. Agora que vivemos em grupos de milhes sem vnculos pessoais, a vontade de punir impera inconteste. SCHWARTSMAN, Hlio. Folhaonline, em 24 jun. 2015. Considere o verbo grifado na seguinte frase extrada do texto: Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justia soobraria. Um dos objetivos de um dicionrio esclarecer o significado das palavras, apresentando as acepes de um vocbulo indo do literal para o metafrico. No caso dos verbos, h tambm informaes sobre a regncia. Entre as acepes para o verbo grifado acima, adaptadas do Dicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa (Rio de Janeiro: ed. Objetiva, 2001), assinale a que corresponde ao uso no texto.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Dependendo do contexto em que so empregados, termos como a, at e ir ora denotam espao, ora denotam tempo. Esses variados sentidos que as palavras podem assumir nem sempre so precisamente especificados no dicionrio. Talvez o exemplo mais interessante para ilustrar a indicao de tempo ou de espao com a mesma palavra seja o verbo ir. O sentido primeiro (aceitemos isso para efeito de raciocnio) do verbo ir de deslocamento: algum vai de A a B quer dizer que algum se desloca do ponto A ao ponto B. Trata-se de espao. Dizemos tambm, por exemplo, que a Bandeirantes vai de Piracicaba a S. Paulo. Mas claro que a rodovia no se desloca: ela comea em uma cidade e termina em outra. No h sentido de deslocamento nessa orao, mas ainda estamos no domnio do espao. Agora, veja-se outro caso: tambm dizemos que o perodo colonial vai de 1500 a 1822 (ou a 1808, conforme o ponto de vista). Nesse exemplo, ningum se desloca, nem se informa sobre dois pontos do espao, dois lugares extremos. Agora no se trata mais de espao. Trata-se de tempo. E o verbo o mesmo. POSSENTI, Srio. Analogias. Disponvel em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/analogias. Acesso em 23 mai. 2014. Considere as frases abaixo: 1. A numerao deste modelo de tnis vai de 35 a 44. 2. Se algum perguntar por mim, diga que fui ao cinema. 3. O Canal do Panam vai do Oceano Atlntico ao Pacfico. 4. No hemisfrio Sul, o outono vai de 21 de maro a 20 de junho. 5. As linhas de nibus que partem do terminal 2 vo para a estao central. O sentido do verbo ir fica no domnio do espao:
(UFPR - 2015- 1 FASE) Dependendo do contexto em que so empregados, termos como a, at e ir ora denotam espao, ora denotam tempo. Esses variados sentidos que as palavras podem assumir nem sempre so precisamente especificados no dicionrio. Talvez o exemplo mais interessante para ilustrar a indicao de tempo ou de espao com a mesma palavra seja o verbo ir. O sentido primeiro (aceitemos isso para efeito de raciocnio) do verbo ir de deslocamento: algum vai de A a B quer dizer que algum se desloca do ponto A ao ponto B. Trata-se de espao. Dizemos tambm, por exemplo, que a Bandeirantes vai de Piracicaba a S. Paulo. Mas claro que a rodovia no se desloca: ela comea em uma cidade e termina em outra. No h sentido de deslocamento nessa orao, mas ainda estamos no domnio do espao. Agora, veja-se outro caso: tambm dizemos que o perodo colonial vai de 1500 a 1822 (ou a 1808, conforme o ponto de vista). Nesse exemplo, ningum se desloca, nem se informa sobre dois pontos do espao, dois lugares extremos. Agora no se trata mais de espao. Trata-se de tempo. E o verbo o mesmo. POSSENTI, Srio.Analogias. Disponvel em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/analogias. Acesso em 23 mai. 2014. O verbo ir tem, ainda, outro uso corrente no contemplado no texto: pode ser uma partcula unicamente gramatical responsvel por marcar o tempo futuro do verbo principal da orao. Assinale a alternativa representativa desse uso.
(UFPR - 2015- 1 FASE) Outras razes para a pauta negativa Vencio A. Lima O sempre interessante Boletim UFMG, que traz, a cada semana, notcias do dia a dia da Universidade Federal de Minas Gerais, informa, na edio de 4 de maio, o trabalho desenvolvido por grupo de pesquisa do Departamento de Cincia da Computao (DCC) em torno da anlise de sentimento, que relaciona o sucesso das notcias com sua polaridade, negativa ou positiva. Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram identificadas, coletadas e analisadas 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC, Reuters e Daily Mail. E as notcias foram agrupadas em cinco grandes categorias: negcios e dinheiro, sade, cincia e tecnologia, esportes e mundo. As concluses da pesquisa so preciosas. Cerca de 70% das notcias dirias esto relacionadas a fatos que geram sentimentos negativos tais como catstrofes, acidentes, doenas, crimes e crises. Os textos das manchetes foram relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala de menos 5 (muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu-se que o sucesso de uma notcia, vale dizer, o nmero de vezes em que clicada pelo eventual leitor est fortemente vinculado a esses sentimentos e que os dois extremos negativo e positivo so os mais clicados. As manchetes negativas, todavia, so aquelas que atraem maior interesse dos leitores. Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais no brasileiros , os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a predominncia do jornalismo do vale de lgrimas na grande mdia brasileira. Para alm da partidarizao seletiva das notcias, parece haver tambm uma importante estratgia de sobrevivncia empresarial influindo na escolha da pauta negativa. Os principais telejornais exibidos na televiso brasileira, por exemplo, esto se transformando em incansveis noticirios dirios de crises, crimes, catstrofes, acidentes e doenas de todos os tipos. Carrega-se, sem d nem piedade, nas notcias que geram sentimentos negativos. Mais do que isso: os ncoras dos telejornais, alm das notcias negativas, se encarregam de editorializar, fazer comentrios, invariavelmente crticos e pessimistas, reforando, para alm da notcia, exatamente seus aspectos e consequncias funestos. Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notcia ruim e sentindo-se impotente para influir no curso dos eventos, pode ser que o leitor/telespectador afinal desista de se expor a esse tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um inexorvel vale de lgrimas mediavalesco. Adaptado de http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-ebates/outras-razoes-para-a-pauta-negativa/. Acesso em 19 mai. 2015. Assinale a alternativa que exprime a tese do texto.